Iridectomia periférica pode ajudar a evitar as complicações relacionadas à íris em procedimento de LIO colada
A manobra é útil em olhos com maior diâmetro branco a branco.
A fixação intraescleral colada da LIO é um procedimento estabelecido para fixação de LIO em olhos com cápsula posterior deficiente. A vantagem adicional com uma LIO colada é a ausência de pseudofacodonese como detectada em gravações com alto número de quadros por segundo, o que automaticamente se traduz em melhores resultados visuais no pós-operatório.
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A deficiência dessa técnica é a ausência de LIOs projetadas especificamente e que possam ser implantadas em olhos com maior diâmetro branco a branco. Em tal cenário, com frequência é executada uma esclerotomia anterior, a qual desloca o plano da LIO na parte anterior, permitindo maior externalização do háptico. Durante este esforço, a íris periférica frequentemente é pega pela agulha empregada para a esclerotomia, resultando em iridodiálise, hifema e, ocasionalmente, o rasgamento da íris ou a criação acidental de um canal de esclerotomia que é anterior ao plano da íris. Para evitar esta complicação, é executada uma iridectomia periférica nos olhos com maior diâmetro branco a branco submetidos ao procedimento de LIO colada.
Procedimento
Após fazer dois retalhos esclerais de espessura parcial opostos 180° um do outro, é feita uma incisão de porta lateral. É executada a vitrectomia limitada na câmara anterior para cortar todos os filamentos do vítreo. A taxa de corte do vitrector é reduzida a 20 cortes por minuto, com ajuste de baixo vácuo. O vitrector é então posicionado próximo da íris periférica, exatamente abaixo da marca do eixo de 180° na córnea, no local proposto da esclerotomia anterior. O vitrector é então virado de cabeça para baixo, e a iridectomia é executada no local mais periférico abaixo da marca na córnea. Logo após, é executada a esclerotomia anterior a uma distância de 0,5 a 1 mm do limbo, com a agulha direcionada verticalmente na direção da cavidade intermediária do vítreo. É executado o procedimento de LIO colada e a LIO é fixada e presa na posição.
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Discussão
A iridectomia periféria auxiliada por vitrector permite o acesso apropriado e adequado ao tecido da periferia da íris, o qual pode ser cortado de maneira controlada. Diminuir o número de cortes por minuto do vitrector permite o tempo adequado para que o tecido da íris seja pego pela boca do vitrector. Ao invés disso, se o cirurgião executar a iridectomia periférica a uma alta taxa de cortes por minuto, existe a chance de um engate extra do tecido da íris no vitrector, o que eventualmente pode levar a uma grande iridectomia periférica ou a uma iridectomia setorial completa.
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Executar uma iridectomia periférica também facilita a entrada e a saída suave do fórceps da LIO colada do local da esclerotomia e permite a externalização do háptico sem qualquer dificuldade. Para concluir, executar uma iridectomia periférica ajuda a evitar complicações relacionadas à íris em um procedimento de LIO colada.
- Para obter mais informações:
- Amar Agarwal, MS, FRCS, FRCOphth, é diretor do Dr. Agarwal’s Eye Hospital e do Eye Research Centre. Agarwal é o autor de vários livros publicados pela SLACK Incorporated, editora da Ocular Surgery News, incluindo Phaco Nightmares: Conquering Cataract Catastrophes, Bimanual Phaco: Mastering the Phakonit/MICS Technique, Dry Eye: A Practical Guide to Ocular Surface Disorders and Stem Cell Surgery e Presbyopia: A Surgical Textbook. Ele pode ser encontrado em 19 Cathedral Road, Chennai 600 086, Índia; e-mail: dragarwal@vsnl.com; site: www.dragarwal.com.
- Priya Narang, MS, é diretora do Narang Eye Care & Laser Centre, Ahmedabad, Índia. Ela pode ser contatada pelo e-mail: narangpriya19@gmail.com.
Divulgação de informações: Os autores relatam não ter divulgações financeiras relevantes.