Visto aumento nas complicações relacionadas à catarata em olhos que receberam injeções
A análise retrospectiva dos registros do Duke Eye Center e dos dados do Medicare dos EUA mostrou uma taxa mais alta de complicações relacionadas à cirurgia de catarata em olhos submetidos a injeções intravítreas.
O estudo do Duke identificou 197 olhos com histórico de injeções intravítreas prévias em 10.105 cirurgias de catarata executadas e as comparou com igual número de olhos de controle com correspondência por idade e por cirurgião.
“A taxa de complicações intraoperatórias tais como a ruptura [da cápsula posterior], a vitrectomia anterior e a substituição não planejada da LIO foi de 3% no grupo de injeção intravítrea comparado a 0% no grupo de controle. Nestes seis pacientes, o resultado visual variou entre 20/20 e o movimento de mão e dois deles acabaram com visão pior após a cirurgia de catarata”, afirmou o Dr. Paul Hahn, PhD. Nenhum dos casos teve trauma da lente documentado durante a injeção.
Nos registros do Medicare, em 278.199 cirurgias de catarata executado entre 2009 e 2013, foi encontrado um risco 0,3% maior de endoftalmite associado à terapia anti-VEGF.
“Esse risco pode ser devido às próprias injeções intravítreas, mas são necessários estudos adicionais para determinar se estas modulam o risco de endoftalmite pós-catarata”, afirmou Hahn.
“Apesar de nenhum trauma clinicamente aparente poder ocorrer, com mais frequência do que pensamos podemos estar arranhando a lente sem saber”, segundo ele.
Hahn recomendou compreensão profunda da anatomia ocular, especialmente porque profissionais sem treinamento em retina podem cada vez mais estar executando injeções intravítreas.
“É importante não ser descuidado sobre como este procedimento é executado”, disse ele. – por Michela Cimberle
Divulgação de informações: Hahn informa não ter interesses financeiros relevantes a serem divulgados.