Tratamento de laser MicroPulse considerado uma opção para o EMD
O laser combina onda contínua com uma série de pulsos curtos repetidos para melhorar significativamente a acuidade visual.
O tratamento com laser MicroPulse é um procedimento repetível em pacientes com edema macular diabético, já que ele estimular o epitélio do pigmento da retina sem causar lesão ou queimadura da fóvea, de acordo com um usuário da tecnologia.
O Dr. Sergio Rojas, diretor cirúrgico na Clínica de Retina y Vítreo Cuernavaca in Cuernavaca Morelos, México, utilizou o laser de 577 nm IQ (Iridex) com MicroPulse para tratar cerca de 60 pacientes com EMD. Ele acredita que o MicroPulse seja uma “opção excelente” nos casos de EMD significativo com ou sem exsudatos duros, com vazamento verificado por angiografia fluoresceínica e ausência de espessamento da hilóide, mesmo se o paciente tiver recebido injeções anti-VEGF anteriormente.
“Dado o fato de que o MicroPulse não interage negativamente com as injeções, eu acredito que o laser na verdade aumenta a eficácias delas e reduz o número de injeções necessárias”, afirmou Rojas.
Tanto o laser convencional com onda contínua como o MicroPulse estimulam o epitélio do pigmento da retina, “favorecendo a produção, a modulação e a expressão dos fatores biológicos intracelulares”, declarou Rojas à Ocular Surgery News. Esses fatores, os quais incluem a beta-actina e o fator estromal de derivação celular 1, têm regulação positiva na arquitetura da retina e melhoram a barreira hematoretinal, “agindo como um potente anti-VEGF”, disse ele. Dois dos anti-VEFGs importantes presentes nesse processo são o fator de pigmento derivado do epitélio e a trombospondina-1.
Procedimento
Em um ambiente clínico, primeiro o paciente é sentado confortavelmente. O laser é ajustado no modo convencional (onda contínua), com 200 ms de duração, 200 µm de diâmetro de ponto e 50 mW de potência. Rojas utiliza uma lente Volk TransEquator. A seguir, uma série de disparos de teste (queimaduras) são executados, aumentando a potência ajustada até que se observe uma queimadura de terceiro grau.
É então selecionado o modo MicroPulse, com ciclo de trabalho de 5%. A potência adequada é determinada triplicando a potência do modo convencional no disparo de teste (por exemplo, 120 mW × 3 = 360 mW).
“Utilizamos no máximo 400 mW”, disse Rojas.
Uma vez que a potência seja ajustada, é selecionada uma grade de 7 x 7 no TxCell Scanning Laser Delivery System (Iridex).
“O espaçamento da grade de 7 x 7 é 0, ou confluente, para cobrir toda a área com o máximo de pontos possível”, afirmou Rojas.
O número médio de pulsos do laser, ou disparos, em um tratamento padrão está entre 300 e 400.
“O laser MicroPulse ajuda a melhorar a arquitetura macular e, assim, a acuidade visual”, segundo Rojas. “Também há uma melhoria não significativa no volume macular”.
Se a primeira sessão de terapia for bem-sucedida, Rojas recomenda a repetição do tratamento em 3 meses. Para aumentar a probabilidade de sucesso ao usar o MicroPulse para tratar o EMD, Rojas também defende que o laser não seja aplicado nos casos de espessamento da hialóide, em pacientes com problemas renais graves, hipertensão descontrolada ou dislipidemia grave.
Acompanhamento
Rojas e seus colegas conduziram por 1 ano o acompanhamento de oito pacientes com EMD submetidos ao tratamento com laser. Inicialmente a acuidade visual média era de 0,49 logMAR; aos 6 meses após o tratamento ela melhorou para 0,3 logMAR, uma diferença estatisticamente significativa (P = 0,05). Além disso, a espessura macular central média diminuiu de 315 µm para 291 µm, mas isso não foi uma diferença estatisticamente significativa.
“Os pacientes com maior diminuição na espessura macular central foram aqueles que mostraram uma melhoria significativa na acuidade visual”, disse Rojas. Na maioria dos pacientes a acuidade visual aumentou em médias seis letras ETDRS.
Segundo Rojas, “todos os pacientes permaneceram sem complicações ou lesões causadas pelo MicroPulse. De modo geral, os resultados na melhoria da acuidade visual e na arquitetura da retina/macular tiveram comparação favorável com os resultados relatados em publicações do mundo todo”.
Rojas e seus colegas buscam dois estudos de acompanhamento do laser MicroPulse, um envolvendo os pacientes sem tratamento prévio do DME e outro combinando o laser com injeções anti-VEGF. – por Bob Kronemyer
- Para obter mais informações:
- Sergio Rojas, MD, pode ser encontrado em Rio Panuco 510-5 Vista Hermosa, Cuernavaca Morelos, México CP62350; e-mail: srojas11@yahoo.com.
Divulgação de informações: Rojas informou ser palestrante pago para a Iridex, a Novartis, a Bayer e a Alcon.