September 01, 2015
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Maior tamanho do enxerto vinculado a melhores resultados da DSAEK

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A inserção de um enxerto endotelial maior com tamanho da trefina doadora de 9 mm ou 9,5 mm foi associada a uma maior taxa de sucesso no enxerto, de acordo com um grande estudo sobre pacientes submetidos à ceratoplastia endotelial automatizada com remoção da membrana de Descemet.

Vito Romano

O Dr. Vito Romano, especialista sênior em córnea da St. Paul’s Eye Unit, Royal Liverpool University Hospital, Reino Unido, e seus colegas decidiram ocupar-se do estudo, publicado no British Journal of Ophthalmology, porque observaram que a falha do enxerto com a DSAEK estava associada ao tamanho da trefina do enxerto.

“Também observamos que na biomicroscopia com lâmpada de fenda, os enxertos maiores estavam afastados do limbo e, na OCT do segmento anterior, o tamanho do enxerto era menor no olho do que no bloco da trefina”, afirmou Romano.

Resultados do estudo

Dos 131 pacientes do estudo, 64% tinham distrofia endotelial de Fuchs e 36% tinham ceratopatia bolhosa pseudofácica. Os pacientes foram divididos em três grupos com base no tamanho da trefina doadora: inferior a 9 mm (8,5 mm a 8,75 mm), 9 mm e 9,5 mm.

Os resultados após pelo menos 1 ano não encontraram diferenças apreciáveis entre os três grupos na melhor acuidade visual corrigida no pré- e no pós-operatório; 80% dos pacientes alcançaram uma BCVA de 20/40 ou melhor.

“Entretanto, a sobrevivência do enxerto foi significativamente melhor com o uso de enxertos maiores (9 mm e 9,5 mm)”, declarou Romano ao Ocular Surgery News.

Onze pacientes (8,4%) desenvolveram falha do enxerto endotelial, com as taxas de falha diminuindo dos menores para os maiores enxertos: de 17,86% em cinco enxertos pequenos para 6,56% em quatro enxertos com 9 mm e até 3,64% em dois enxertos grandes.

Apesar de um acompanhamento mais longo dos pacientes com enxertos menores que 9 mm, não houve diferença de tempo significativa para a falha: uma média de 648 dias para os enxertos menores, 604 para os enxertos de 9 mm e 352 dias para os enxertos de 9,5 mm.

Além do tamanho do enxerto, a menor densidade celular endotelial do doador esteve particularmente associada à falha do enxerto. Mas o tempo post-mortem, a idade do doador, a presença ou a ausência de fatores de risco, complicações e comorbidades não influenciaram as taxas de falhas.

Uma modificação na técnica cirúrgica, conforme descrita em Cornea, “nos permitiu obter um enxerto lamelar posterior grande (9,5 mm), mas ultrafino (menos de 100 µm)”, afirmou Romano. “Ficou evidente que a recuperação da visão é mais rápida com o enxerto grande ultrafino.”

Técnica cirúrgica revista

Segundo Romano, na técnica revista a dissecção periférica “é muito importante na preparação do enxerto. Além disso, o aumento da pressão na câmara anterior e o ressecamento da córnea ajudam a obter uma DSAEK ultrafina. Isso tem um papel crucial na recuperação da visão.”

A facilidade e a centralização na introdução de um enxerto de 9,5 mm na câmara anterior foram surpresa para Romano. “Em nossa experiência, os enxertos maiores desdobram e centralizam com o mínimo de manipulação”, afirmou ele.

Dois pacientes do estudo, um com enxerto de 9 mm e outro com enxerto de 9,5 mm tiveram rejeição reversível do enxerto sem o desenvolvimento de falha no mesmo, aos 2 anos de acompanhamento.

Para aumentar a probabilidade de sucesso com o procedimento, Romano recomenda iniciar a dissecção manual da lamela anterior periférica residual na parte intermediária da periferia utilizando uma lâmina crescente. Com uma grande DSAEK ultrafina “você notará a diferença”.

Ao contar com um enxerto de 9,5 mm, “transplantamos de 10% a 20% mais células endoteliais, de modo que esperamos uma maior sobrevivência do enxerto”, declarou Romano.

Na medida em que os pacientes continuam a ser monitorados, os autores têm notado uma recuperação visual mais rápida. “Também estamos avaliando a sobrevivência aos 5 anos de enxertos maiores em um grupo nacional de pacientes”, disse Romano. – por Bob Kronemyer

Referências:
  • Romano V, et al. Br J Ophthalmol. 2015;doi:10.1136/bjophthalmol-2014-305648.
  • Romano V, et al. Cornea. 2015;doi10.1097/ICO.0000000000000451.
Para obter mais informações:
  • O Dr. Vito Romano pode ser encontrado na St. Paul’s Eye Unit, Royal Liverpool University Hospital, 8Z Link, Prescot St., Liverpool L7 8XP, Reino Unido;
    email: vito.romano@gmail.com.
Divulgação de informações: Romano informa não ter interesses financeiros relevantes a serem divulgados.