July 01, 2015
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Dois métodos para implante de LIO produziram visão similar e poucas complicações

Entretanto, foram vistas mais complicações precoces com LIOs primárias na câmara anterior quando comparadas às LIOs secundárias com fixação na esclera.

O implante de LIO primária na câmara anterior e o implante de LIO secundária com fixação na esclera com suporte capsular inadequado resultaram em resultados visuais e em taxas de complicação comparáveis em longo prazo, de acordo com um estudo.

O implante de LIO primária na câmara anterior (ACIOL) é recomendado quando a especialização para inserção da LIO com fixação na esclera (SFIOL) não estiver disponível ou quando o paciente não puder arcar com o procedimento. Por outro lado, o implante de LIO secundária com fixação na esclera proporciona um melhor planejamento cirúrgico em uma configuração mais controlada.

“ACIOL e SFIOL possuem perfis de segurança e resultados visuais em longo prazo similares”, afirmou a autora do estudo Emmy Y.M.Li, FRCS, ao Ocular Surgery News.

O estudo foi publicado no American Journal of Ophthalmology.

Pacientes e métodos

O estudo retrospectivo incluiu 89 olhos implantados com LIO primária da câmara anterior e 74 olhos implantados com LIO secundária com fixação na esclera.

A idade média dos pacientes era de 78,8 anos no grupo da câmara anterior e 73,1 anos no grupo com fixação na esclera.

“Houve uma diferença significativa na idade entre os dois grupos do estudo”, afirmou Li. “Os pacientes que tiveram implantes de ACIOL eram mais velhos. A razão dessa prática foi a presunção de que as complicações da ACIOL se desenvolveriam mais tarde, presumivelmente muito além da expectativa de vida dos pacientes. Apesar da discrepância, de acordo com nossa análise multivariáveis, a idade em si não afetou significativamente o resultado visual final”.

Os olhos no grupo de LIO da câmara anterior receberam lentes flexíveis PMMA de peça única com quatro pontos de fixação: a Pharmacia 351C (Pharmacia International) ou a S112UV (Bausch + Lomb).

Os olhos no grupo da LIO com fixação escleral receberam uma LIO PMMA de peça única com orifícios (CZ70BD, Alcon).

As medidas principais de resultado foram a melhor acuidade visual corrigida logMAR no pós-cirúrgico e as complicações pós-cirúrgicas. O acompanhamento médio foi de 64,1 meses.

Acuidade visual e complicações

No ano 1, a BCVA média no pós-cirúrgico foi de 0,32 no grupo da LIO da câmara anterior e de 0,34 no grupo da LIO com fixação escleral. A diferença entre os grupos foi estatisticamente insignificante.

A BCVA média mais recente foi de 0,68 no grupo da LIO da câmara anterior e de 0,61 no grupo da LIO com fixação escleral. A diferença foi insignificante.

Ambos os grupos tiveram proporção similar de olhos com BCVA de 20/40 ou melhor no ano 1 e no acompanhamento final.

O equivalente esférico absoluto foi de 1,38 D no grupo da LIO da câmara anterior e de 1,63 D no grupo da LIO com fixação escleral; a diferença foi insignificante.

“Além disso, não houve diferença no astigmatismo entre os grupos”, afirmou Li.

As complicações pós-cirúrgicas precoces ocorreram em 62 dos 89 olhos (69,7%) no grupo da LIO da câmara anterior e em 29 dos 74 olhos no grupo da LIO com fixação escleral (39,2%) no mês 1. A diferença entre os grupos foi estatisticamente significativa (P < 0,001).

As complicações tardias ocorreram em 23 dos 89 olhos (25,8%) no grupo da LIO da câmara anterior e em 28 dos 74 olhos (37,8%) no grupo da LIO com fixação escleral; a diferença entre os grupos foi estatisticamente insignificante.

“Observamos que os olhos com complicações tardias tiveram BCVA significativamente pior após o implante primário de ACIOL comparados ao implante secundário de uma LIO com fixação escleral. Isso talvez possa ser explicado pelos diferentes padrões de complicações tardias encontrados em cada grupo”, afirmou Li. “Apesar de não serem estatisticamente significativos, houve mais olhos com ceratopatia bolhosa, edema macular cistoide e deslocamento de retina no grupo de ACIOL principal. Por outro lado, mais olhos com LIOs secundárias com fixação escleral sofreram de alta pressão intraocular, de uveíte anterior persistente e de inclinação da LIO, as quais afetaram a visão com menor extensão”. – por Matt Hasson

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Divulgação de informações: Li informa não ter interesses financeiros relevantes a serem divulgados.