Pesquisa descobre que a acuidade da refração manifesta para LASIK é maior que a da frente de onda

De acordo com o investigador, a imagem percebida geralmente é melhor que a imagem da retina.

O tratamento orientado por frente de onda se baseia na refração por aberrometria para programar a correção refrativa do olho. No entanto, de acordo com a pesquisa, a LASIK de refração manifesta ainda produz resultados refrativos mais precisos.

Neste estudo prospectivo, a LASIK baseada em refração manifesta foi realizada em 869 olhos com miopia e em 413 olhos com hipermetropia. Antes dos procedimentos, dois métodos para calcular a refração por aberrometria foram obtidos com o aberrômetro WASCA (Wavefront Supported Custom Ablation) da Carl Zeiss Meditec, conhecido nos Estados Unidos como COAS. Um deles utiliza o método de Seidel, que inclui a aberração esférica no cálculo da esfera, e o outro não se baseia no método de Seidel. A refração manifesta foi realizada novamente 3 meses depois da cirurgia.

O estudo foi publicado no Journal of Cataract and Refractive Surgery.

Previsão de resultados

“Calculamos uma previsão dos resultados, de acordo com a diferença de vetor entre a refração manifesta e a aberrométrica”, afirmou em uma entrevista concedida à Ocular Surgery News o principal autor do estudo, Dr. Dan Z. Reinstein, MA (Cantab), FRCSC, DABO, FRCOphth, FEBO, fundador e diretor médico da London Vision Clinic.

Dos olhos míopes, 81% estava entre ±0,5 D da correção esperada com refração manifesta, em comparação com 70% com método de Seidel e 67% sem método de Seidel.

Dos olhos dos hipermetropes, 71% estava entre ±0,5 D da correção esperada com refração manifesta, em comparação com 61% com método de Seidel e 67% sem método de Seidel.

“Algumas plataformas de laser obrigam o cirurgião a utilizar a refração aberrométrica ao realizar a ablação orientada por frente de onda, mas outras permitem que o cirurgião insira a refração manifesta e só obtenha do aberrômetro as aberrações de ordem superior”, afirma Reinstein. “Queríamos saber se a refração aberrométrica poderia tornar o tratamento mais preciso, ou se a refração manifesta continua sendo a melhor opção”.

Segundo Reinstein, os cirurgiões tendem a confiar nas medidas obtidas por aberrometria, mas todos os instrumentos têm um erro de medição associado e uma resolução máxima.

A principal diferença da refração manifesta é que ela inclui a influência do cérebro ao filtrar a imagem recebida pela retina, afirma.

“O cérebro possui diversas funções complexas para processar imagens, como o reconhecimento de bordas e a adaptação para manchas, o que significa que a imagem percebida costuma ser muito melhor do que a imagem retiniana. Como a refração manifesta se baseia nas respostas subjetivas do paciente e inclui todo o processamento neural de imagem, ela apresenta uma vantagem muito maior em comparação à refração aberrométrica”, afirma Reinstein. “A refração aberrométrica é simplesmente uma medida objetiva da refração, no meio de refração e no comprimento do olho”.

Reinstein afirma que os resultados refrativos poderiam ter sido ainda piores caso fosse empregado na pesquisa um aberrômetro com uma resolução mais baixa do que a do WASCA.

Acuidade máxima

De acordo com Reinstein, a melhor maneira de aumentar a acuidade dos resultados da refração é audita-los continuamente e utilizá-los para gerar um nomograma personalizado.

“O ideal é realizar uma análise de regressão multivariada para obter o melhor refinamento possível para o sistema de laser, a técnica cirúrgica e o ambiente”, conta Reinstein.

Além disso, ele indicou que é preferível utilizar um laser que possibilite ao operador inserir a refração manifesta ao planejar o tratamento, ao invés de ser obrigado a usar a refração aberrométrica nos tratamentos orientados por frente de onda.

Pesquisas anteriores demonstraram que o método de Seidel para calcular a refração aberrométrica apresenta a melhor correlação com a refração manifesta.

“Esperávamos que a acuidade dos tratamentos fosse maior usando o método de Seidel, em comparação com a refração aberrométrica padrão”, conta Reinstein. “Isso ocorreu nos tratamentos de miopia, mas a acuidade foi um pouco pior com o método de Seidel para os tratamentos de hipermetropia”. – por Bob Kronemyer

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Referência:
Reinstein DZ, et al. J Cataract Refract Surg. 2012;doi:10.1016/j.jcrs.2012.05.045.
Dan Z. Reinstein, MA (Cantab), FRCSC, DABO, FRCOphth, FEBO, pode ser encontrado na London Vision Clinic, 138 Harley St., London W1G 7LA, Reino Unido; 44-207-224-1005; e-mail: dzr@londonvisionclinic.com.

Divulgação de informações: Reinstein é um consultor contratado pela Carl Zeiss Meditec e tem direito de propriedade sobre a tecnologia Artemis da ArcScan.