November 01, 2013
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Maioria dos pacientes com retinopatia diabética não está ciente da associação ocular

Os fatores de risco com doenças graves incluem altos níveis de hemoglobina glicada e a duração do diabetes.

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A maioria das pessoas com retinopatia diabética não estão cientes de que sua condição impacta seus olhos de forma adversa, apesar dos principais fatores de risco para doença grave terem sido identificados, de acordo com um investigador.

“Descobrimos que 70% dos pacientes com retinopatia diabética não estão cientes de que a diabetes afetou seus olhos, onde 62% relataram não ter consultado um especialista em diabetes no último ano”, declarou o Dr. Rohit Varma, mestre em saúde pública, professor e diretor do Illinois Eye and Ear Infirmary, UIC Department of Ophthalmology and Visual Sciences, Chicago, ao Ocular Surgery News. Além disso, um terço dos participantes não fez exame ocular no último ano, disse Varma sobre o estudo apresentado nas sessões científicas da American Diabetes Association.

Conscientização

“Existe um grande volume de doenças oculares não detectadas na população diabética”, disse Varma, investigador principal do estudo. “Pensamos que nosso estudo mostraria apenas cerca de 50% de desconhecimento sobre a retinopatia diabética”.

Varma e colegas analisaram dados da National Health and Nutrition Survey (NHANES) conduzida pelo National Center for Health Statistics Centers for Disease Control and Prevention nos anos de 2005 a 2008. Na pesquisa NHANES, cada um dos mais 1.200 diabéticos participantes preencheu um questionário e foi submetido a um exame de retina. No total, após o exame foi descoberto que 286 pessoas tinham retinopatia diabética.

“Queríamos saber se as pessoas que tinham diabetes sabiam que a diabetes afeta os olhos e da importância do exame ocular anual, o que inclui olhar na parte de trás do olho para garantir que a retina não está afetada pelo diabetes”, declarou Varma.

A pesquisa também mostrou que pacientes hispânicos de diabetes tinham menos probabilidade do que os pacientes não hispânicos de estarem cientes de que seus olhos tinham sido afetados.

“Isso é importante porque os hispânicos têm uma prevalência muito mais alta de diabetes e a população hispânica está crescendo nos Estados Unidos”, afirmou Varma.

Varma defende que os oftalmologistas eduquem seus colegas de cuidados primários, endocrinologistas e especialistas em diabetes sobre a necessidade de que os pacientes de diabetes sejam encaminhados para exames oculares anuais.

“Esta é a melhor forma de detectar a retinopatia diabética precocemente”, declarou. “Com a detecção precoce temos formas muito boas de evitar a perda visual causada pelo diabetes”.

Os pacientes sem planos de saúde tiveram menos probabilidade do que os pacientes com planos de serem submetidos a um exame ocular.

Fatores de risco

Uma vez que o diabetes seja diagnosticado, o próximo passo é identificar os pacientes nos quais a retinopatia diabética tenha mais probabilidade de se desenvolver.

“Através da identificação de quais grupos de pacientes têm mais risco, os podemos encorajar a agendar um exame ocular”, disse Varma.

Novamente, usando os dados da NHANES pelo mesmo período de tempo, outro estudo apresentado na reunião encontrou dois fatores de risco principais para a gravidade da retinopatia diabética: altos níveis de hemoglobina glicosada (HbA1c), a qual é uma medida do controle do diabetes, e a duração do diabetes.

“Aquelas pessoas com controle ruim de sua glicose sanguínea têm mais probabilidade de desenvolver a retinopatia diabética”, declarou Varma. “Para cada ponto percentual mais alto no valor de HbA1c, há um risco 25% mais alto de ter retinopatia diabética mais grava quando comparado àqueles com nível mais baixo de HbA1c”.

Da mesma forma, a retinopatia diabética tinha mais probabilidade de se desenvolver em pessoas com mais tempo de diabetes.

“Se uma pessoa tem diabetes por pelo menos 10 anos, tem uma probabilidade 2,69 vezes maior de ter retinopatia diabética mais grave do que alguém com diabetes a menos de 10 anos”, disse Varma.

Pacientes negros, não hispânicos, também tinham 78% mais probabilidade do que brancos não hispânicos de terem retinopatia diabética mais grave.

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“Particularmente, nenhum dos fatores de risco me surpreendeu. Isso era esperado”, declarou Varma. “Entretanto, penso que os dados sobre os negros não hispânicos são únicos e compensam uma atenção cuidadosa”.

A maior duração do diabetes também foi associada ao maior risco de doenças cardiovasculares e renais.

“Um número ainda maior de pessoas desenvolverá diabetes; desta forma, um número maior de pessoas desenvolverá doenças oculares diabéticas, as quais causarão a perda de visão com o tempo”, afirmou Varma. “Olhando adiante, este é um problema ainda mais importante que precisamos resolver agora. Pessoas com alto risco de desenvolver a retinopatia diabética requerem exames oculares e cuidado precoce no processo da doença de modo que possamos evitar que eles percam a visão”.

Varma disse que a retinopatia diabética tem um impacto importante na própria qualidade de vida do paciente.

“Ela é também um enorme fardo social, tanto nas famílias dos pacientes como no custo financeiro para o sistema de saúde”, disse ele. – por Bob Kronemyer

Divulgação de informações: Varma não tem interesses financeiros relevantes.