July 01, 2013
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Fixação escleral como opção para LIOs tóricas de peça única

Dois relatórios de caso demonstraram potencial para esta nova técnica para evitar a explantação da LIO.

A boa centralização da lente com fixação escleral pode ser obtida quando o suporte capsular ruim descentraliza uma LIO de peça única inicialmente posicionada dentro da bolsa capsular.

As lentes em ambos os casos permaneceram estáveis no acompanhamento de 30 meses, relatou o Dr. J. Bradley Randleman, editor chefe do Journal of Refractive Surgery, e colegas no jornal.

Existem potenciais benefícios em particular para pacientes com LIOs tóricas de peça única que de outra forma não teriam opção para fixação da LIO e exigiriam uma troca invasiva da LIO, desta forma, perde-se o benefício da LIO tórica, declarou Randleman.

“O reposicionamento da LIO é uma aventura sempre que um caso se apresenta, já que existe um aspecto desconhecido da cirurgia”, disse Randleman. Entretanto, os autores do estudo não defendem a fixação escleral planejada de uma LIO tórica de peça única.

Seleção de casos e técnica

Nos dois casos, uma LIO tórica de peça única (série SN6AT, Alcon Laboratories) foi inicialmente posicionada dentro da bolsa capsular, mas tornou-se descentralizada devido ao suporte capsular ruim.

“Ao invés de criar uma incisão tradicional de túnel em direção à córnea, a bolsa escleral reversa, primeiro descrita pelo Dr. Richard Hoffman, é feita como uma incisão escleral de espessura parcial, começando no limbo e depois se afastando da córnea”, disse Randleman. Uma sutura não solúvel 10-0 captura e prende os dispositivos hápticos da lente em modo de laço e as suturas são enterradas nas bolsas esclerais.

Randleman declarou que os pacientes devem ser cuidadosamente selecionados para a fixação escleral.

J. Bradley Randleman

“Apesar de esta técnica ser uma grande promessa para a fixação de LIO, pode haver outras alternativas, inclusive técnicas de fixação na íris ou de colagem para LIOs em três peças”, disse ele.

Randleman credita ao Dr. Samuel Masket, coautor e cirurgião em um dos dois casos, como pioneiro da técnica moderna de cirurgia de lentes e inspiração para esta técnica em particular.

No primeiro caso, uma mulher com 68 anos com refração manifesta de –10,0 +4,0 × 85 antes da cirurgia de catarata obteve melhoria para –0,75 +1,50 × 120 4 meses após o reposicionamento da LIO. O segundo caso envolveu uma mulher com 81 anos com acuidade visual corrigida para distância limitada pela degeneração macular relacionada à idade. Seis semanas após a operação, sua refração manifesta era de –1,25 +0,75 × 170.

Passos incomuns

Uma das manobras cirúrgicas únicas envolvidas na fixação escleral é a construção do ferimento.

Um segundo passo incomum é passar a agulha a partir do lado oposto da córnea por baixo e por cima do dispositivo háptico da LIO, passando aquela agulha em uma agulha de orifício aberto, disse Randleman.

“Este não é um passo difícil, mas é bem diferente da maioria das coisas que fazemos em nossos casos intraoculares”, declarou.

Randleman recomenda assistir os clipes de vídeo disponíveis on-line em Healio.com/ophthalmology e no site da International Society of Refractive Surgery, www.isrs.org.

“Sempre achei que o vídeo é a maneira mais eficaz de aprender novas técnicas quando não posso aprendê-las pessoalmente”, afirmou Randleman.

Apesar da sua potencial utilidade, entretanto, permanece a controvérsia sobre o uso desta técnica para LIOs de peça única.

“Com qualquer fixação de sutura para LIOs, sempre há a preocupação com a ruptura da sutura e o deslocamento da LIO em longo prazo”, ele declarou. “Entretanto, se isso fosse ocorrer no futuro, sentimos que o cirurgião ainda teria as mesmas opções disponíveis para reparo que estavam presentes quando ele executou esta técnica de fixação escleral”.

Randleman também recomenda que os médicos continuem a buscar novas técnicas cirúrgicas para oferecer opções razoáveis de reparo aos pacientes quando ocorre o posicionamento incorreto da LIO. – por Bob Kronemyer

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Divulgação de informações: Randleman não possui interesses financeiros no estudo, e como editor-chefe do Journal of Refractive Surgery ele não participou da revisão editorial do manuscrito.