March 01, 2013
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Estudo: Na Nicarágua, a maioria dos pacientes com presbiopia não é tratada

Pesquisadores descobriram que quase 85% dos casos não são atendidos.

PHOENIX – Um estudo apresentado na reunião da American Academy of Optometry detectou uma alta prevalência de presbiopia não corrigida neste país da América Central, revelando a necessidade de óculos para leitura e capacitação para os cuidadores oftamológicos locais.

De acordo com o pôster, a presbiopia não corrigida afeta negativamente a produtividade e as atividades cotidianas, então os investigadores buscaram coletar informações sobre a acuidade visual na Nicarágua, onde há poucos dados populacionais disponíveis.

Através de uma amostra aleatória, ofereceu-se a chefes de família com mais de 34 anos “exames de vista gratuitos. Para aqueles que tenham em algum olho uma acuidade visual não corrigida pior ou igual a 20/40 para longe ou para perto, serão oferecidos análises oftalmológicos e óculos gratuitamente”, relataram Larry A. Hookway, OD, MS e seus colegas no pôster.

Ao todo, foram examinados 1.303 sujeitos: cerca de 58% eram mulheres, com idade média de 54,1 anos, e 86,2% delas afirmaram que não possuem óculos.

Cinquenta e nove por cento tinham uma acuidade visual não corrigida de 20/40 ou pior para longe, e 91,5% tinham acuidade visual de 20/40 ou pior para perto. A presbiopia foi definida como a visão não corrigida de 20/40 ou pior para perto.

“A necessidade não atendida foi de 84,8%”, de acordo com os pesquisadores.

De todos os pacientes examinados, 41,1% recebeu óculos para leitura, 40,4% recebeu lentes bifocais e 4,4% recebeu óculos para ver de longe.

A acuidade visual monocular e binocular não corrigida a 4 metros e 40 centímetros foi medida com lensometria, autorrefração e refração manual. A acuidade visual melhor corrigida foi medida de perto e de longe.

Hookway, que presidiu a Volunteer Optometric Services to Humanity (VOSH) International e esteve diversas vezes na Nicarágua, contou à Ocular Surgery News Latin America Edition: “Sabíamos disso, mas não tínhamos provas. Precisávamos de números reais. É até pior do que eu pensava. Há 5 milhões de pessoas no país, e 1 milhão delas precisa de óculos e não tem. Teríamos que realizar 400 viagens para atender a essas pessoas, por isso precisamos encontrar outra solução.

“Para ajudar a aliviar o problema, precisaríamos de lentes acessíveis e mais profissionais para examinar os pacientes”, acrescentou Hookway.

A Faculdade de Optometria da Universidade Autônoma da Nicarágua, em Managua, possui atualmente 28 alunos no primeiro ano e 28 alunos no segundo ano, de acordo com um comunicado de imprensa da VOSH e Optometry Giving Sight. O programa tem o objetivo de capacitar, treinar e graduar optometristas locais que ofereçam um atendimento barato e acessível no país.

O estudo foi designado por um comitê da Organização Mundial de Saúde e foi conduzido pela VOSH/International e pelo International Centre for Eyecare Education (atualmente conhecido como a Public Health Division do Brien Holden Vision Institute) com uma subvenção da Optometry Giving Sight. – por Nancy Hemphill, ELS