Olho seco associado ao aumento na espessura do epitélio da córnea
Todas as diferenças nas medidas de espessura entre pacientes com olho seco e pacientes de controle foram significativas.
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Uma nova técnica de geração de imagens e mapeamento tridimensional demonstrou um relacionamento significativo entre a maior espessura do epitélio da córnea e o olho seco, de acordo com um estudo.
Investigadores executaram a geração de imagens topográficas da córnea com um novo sistema de tomografia de coerência óptica do segmento anterior com domínio de Fourier (OCT-SA).
A geração de imagens do epitélio com a OCT-SA é amigável e previsível, afirmam os autores do estudo.
“Basicamente, a descoberta mais significativa deste estudo foi que com a OCT do segmento anterior o médico pode separar facilmente o diagnóstico (e a gravidade) de olho seco do normal através do mapeamento epitelial disponível em OCTs de domínio espectral do segmento anterior recentemente desenvolvidas”, afirmou o Dr. A. John Kanellopoulos, membro do conselho editorial da edição europeia da OSN, em uma entrevista por email para a Ocular Surgery News. “Pensamos que essa tecnologia pode agir como uma referência em qualquer consultório de oftalmologista para melhor classificar pacientes com olho seco e monitorar sua melhora através de uma ferramenta de geração de imagens objetiva”.
O mapeamento da espessura do epitélio da córnea também é usado em casos de cirurgia refrativa, afirmou Kanellopoulos.
“Usamos esses mapas na prática diária de cirurgia refrativa para observar e modular nosso regime pós-cirúrgico e finalmente ver a resolução de olho seco após os procedimentos de LASIK, especialmente em pacientes do sexo feminino”, afirmou ele.
O estudo foi publicado no American Journal of Ophthalmology.
Pacientes e métodos
Os autores estudaram retrospectivamente 70 olhos de 35 mulheres com doença de olho seco e 70 olhos de 35 pacientes de controle sem olho seco.
Os investigadores usaram o sistema de OCT-SA com domínio de Fourier RTVue-100 (Optovue) para gerar topograficamente imagens de todo o epitélio da córnea. Eles mediram a espessura epitelial média, central e periférica e a variabilidade na espessura topográfica do epitélio em 17 setores nos 6 mm centrais da córnea.
Kanellopoulos observou que foram usadas ferramentas convencionais de diagnóstico para diagnosticar o olho seco.
“Qualquer oftalmologista pode diagnosticar olho seco através de um exame de lâmpada de fenda observando a ceratopatia puntacta superficial, o tempo de ruptura lacrimal, resíduos no filme lacrimal, etc. e através de um teste simples como o de Schirmer”, disse ele.
Resultados e conclusões
No grupo com olho seco, a espessura central do epitélio era de 59,5 µm e a espessura média do epitélio era de 59,3 µm. No grupo de controle, a espessura central do epitélio era de 53 µm e a espessura média do epitélio era de 53,1 µm.
A variabilidade da espessura topográfica foi de 2,5 µm no grupo com olho seco e de 1,9 µm no grupo de controle.
Todas as diferenças nas medidas da espessura epitelial entre os grupos foram estatisticamente significativas (P < 0,05).
“Esta é uma diferença estatística muito significativa e qualitativamente, como seria de se esperar, os pacientes com olho seco tinham maior espessura da córnea na parte inferior da mesma”, disse Kanellopoulos.
O estudo não ofereceu uma visão significativa sobre os fatores biomecânicos que podem estar envolvidos na associação entre a espessura do epitélio da córnea e o olho seco.
“Neste estudo não correlacionamos nenhum fator biomecânico que poderia estar envolvido na maior espessura da córnea e o olho seco. Entretanto, relatamos anteriormente sobre a potencial importância da variabilidade de grau e a maior espessura do epitélio da córnea no diagnóstico de córneas biomecanicamente instáveis, tal como a ectasia pós-LASIK e/ou o keratocono. Este estudo foi publicado no Journal of Clinical Ophthalmology em 2012”, declarou Kanellopoulos.
“A relevância clínica destas descobertas [atuais] é o uso de um marcador biológico objetivo como os mapas epiteliais, facilmente obtidos através da OCT do segmento anterior, como uma ferramenta de diagnóstico para o olho seco e para monitorar o gerenciamento do mesmo”, afirmou ele – por Matt Hasson
- Referências:
- Kanellopoulos AJ, et al. Am J Ophthalmol. 2014;doi:10.1016/j.ajo.2013.08.025.
- Kanellopoulos AJ, et al. Clin Ophthalmol. 2012;doi:10.2147/OPTH.S31524.
- Referência:
- O Dr. A. John Kanellopoulos pode ser encontrado em 115 E. 61st St., Suite 1B, Nova Iorque, NY 10021, EUA; +1-917-770-0589; email: ajk@brilliantvision.com.
Divulgação de informações: Kanellopoulos não tem interesses financeiros relevantes a serem divulgados.