March 01, 2014
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O procedimento de faco aumenta a PIO em alguns pacientes com glaucoma controlado clinicamente

Isso ocorreu em cerca de um terço dos olhos, e um quarto precisou de outros medicamentos ou trabeculoplastia a laser em 1 ano.

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A PIO diminuiu após a facoemulsificação em pacientes com glaucoma de ângulo aberto com pressão elevada, mas a pressão aumentou em alguns pacientes com o glaucoma controlado clinicamente e com PIO de referência baixa, de acordo com um estudo.

“O ponto principal do artigo é que em pacientes cuja pressão intraocular era controlada clinicamente e estava dentro da faixa estatística normal, o efeito de diminuição da facoemulsificação foi relativamente pequeno”, disse o autor do estudo, Dr. Mark A. Slabaugh, em uma entrevista ao Ocular Surgery News. “Pacientes que já apresentavam pressão intraocular baixa antes da cirurgia de catarata ocasionalmente apresentaram uma pressão intraocular mais alta após a cirurgia”.

Estudos anteriores não se concentraram exclusivamente na redução da PIO em pacientes com glaucoma controlado clinicamente, de acordo com Slabaugh.

“Parte do problema está na diferença entre glaucoma e pressão ocular”, ele afirmou. “Certamente, a pressão ocular é o fator de risco principal para o glaucoma, mas há muitos pacientes com glaucoma que apresentam pressão intraocular normal. Nesses pacientes, a facoemulsificação provavelmente não é tão útil quanto em pacientes que têm glaucoma e alta pressão ocular”.

O estudo foi publicado no American Journal of Ophthalmology.

Concepção e métodos de estudo

O estudo retrospectivo incluiu 157 olhos e 157 pacientes com glaucoma de ângulo aberto que foram submetidos à facoemulsificação.

O diagnóstico de glaucoma foi baseado nas descobertas características sobre o nervo óptico e/ou perda do campo visual.

Os pacientes foram submetidos à gonioscopia pré-operatória, que demonstrou ângulos abertos sem sinéquia anterior periférica ou áreas de fechamento aposicional. Pacientes com ângulos estreitos e fechados foram excluídos.

Os pesquisadores analisaram a PIO, o uso de medicamentos para glaucoma, a gravidade da doença e o tratamento pós-operatório por 1 ano. Eles identificaram pacientes que apresentaram PIO reduzida ou estável sem aumento de medicamentos ou trabeculoplastia a laser adicional, aqueles que precisaram de outros medicamentos ou tratamento a laser e aqueles com PIO pós-operatória mais alta com a administração dos mesmos medicamentos.

“Acho que o que tornou esse estudo interessante foi o fato de as características pré-operatórias representarem de forma mais precisa o que é visto na média de pacientes que são acompanhados devido ao glaucoma”, disse Slabaugh.

Resultados e relações

A média da PIO diminuiu bastante, de 16,3 mm Hg no pré-operatório para 14,5 mm Hg no pós-operatório (P < 0,001). O estudo demonstrou que o número médio de medicamentos para glaucoma aumentou ligeiramente, de 1,85 no pré-operatório para 1,92 no pós-operatório.

A PIO aumentou 3 mm Hg ou mais em 10 olhos (6,4%) e diminuiu mais de 3 mm Hg em 60 olhos (38%).

A PIO aumentou em 60 olhos (38%) com a PIO controlada clinicamente por 1 ano. Trinta e oito olhos (24%) precisaram de mais medicamentos ou trabeculoplastia a laser. De acordo com o estudo, um olho precisou de trabeculectomia.

A PIO pré-operatória média foi menor que 20 mm Hg em 20 de 21 olhos que não tiveram a medicação alterada após a facoemulsificação, mas a PIO aumentou após a cirurgia.

A PIO pré-operatória foi o maior indicador da alteração da PIO após a facoemulsificação em pacientes com glaucoma de ângulo aberto com PIO controlada clinicamente, de acordo com os autores.

A idade mais avançada e a profundidade da câmara anterior tiveram relação com a diminuição da PIO após a facoemulsificação.

Os dados controlados por idade e PIO pré-operatória demonstraram uma associação entre uma maior profundidade na câmara anterior e a maior redução da PIO.

Fatores anatômicos

Os médicos não compreendem completamente o motivo pelo qual a cirurgia de catarata reduz a PIO, afirmou Slabaugh.

“Como conceito básico, é provável que uma pressão intraocular alta reflita alguma disfunção no sistema de fluxo de saída”, ele disse. “O que quer que seja que a facoemulsificação faça para reduzir essa disfunção, não é tão evidente quando a pressão intraocular já é normal”.

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Outros estudos de pacientes com ângulos estreitos foram beneficiados com a facoemulsificação, disse Slabaugh.

“Contudo, em pacientes com um ângulo pré-operatório muito aberto, provavelmente há mais a se fazer do que apenas aumentar ainda mais a largura do ângulo. Outros artigos levantaram a hipótese de que pode ser a tensão zonular passada através do esporão escleral para a malha trabecular ou a energia ultrassônica da unidade de emulsificação passada para a malha trabecular”, ele disse. “É definitivamente um efeito real, mas ninguém compreende completamente a base fisiológica disso”. – por Matt Hasson

Divulgação de informações: Slabaugh não tem interesses financeiros relevantes a serem divulgados.