May 01, 2014
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Nomograma de LIO tórica leva em consideração o astigmatismo posterior da córnea

Estudo descobre que todos os dispositivos de teste superestimaram o astigmatismo regular e todos os dispositivos, exceto um, subestimaram o astigmatismo irregular.

Perspective from Mitchell A. Jackson

Os autores do estudo propuseram um novo nomograma para seleção de LIO tórica que considera o astigmatismo posterior da córnea nos cálculos de potência.

O estudo confirmou os relatórios anteriores sobre a presença do astigmatismo posterior da córnea, afirmou o Dr. Douglas D. Koch, autor do estudo, em uma entrevista para a Ocular Surgery News.

“Antes de tudo, a potência quase sempre está contra a norma em termos dos seus efeitos refrativos. Em segundo lugar, há uma quantidade diferente dela, dependendo se a superfície da córnea anterior é regular ou irregular”, afirmou Koch. “Isso confirma muito o que víamos antes no estudo de olhos normais nas idades de 20 a 89 anos”.

A potência quase sempre está contra a norma em termos dos seus efeitos refrativors, afirmou Dr. Douglas D. Koch.

O nomograma de LIO tórica de Baylor leva em consideração o astigmatismo posterior da córnea e visa deixar os olhos com pequeno grau de astigmatismo refrativo regular, afirmam os autores.

“O ponto principal é que, em todos os nossos pacientes de lentes tóricas, precisamos levar em conta o astigmatismo posterior da córnea”, disse Koch. “Precisamos considerar muitos fatores, inclusive o astigmatismo induzido cirurgicamente. É claro, o astigmatismo pré-existente deve ser o fator nº 1. O efeito do astigmatismo da LIO pode variar de acordo com a potência da LIO e da sua profundidade no olho. E, finalmente, precisamos levar em conta o astigmatismo posterior da córnea”.

O estudo foi publicado no Journal of Cataract and Refractive Surgery.

Pacientes e métodos

O estudo prospectivo incluiu 41 olhos de 41 pacientes. No pré-operatório, 17 pacientes tinham astigmatismo regular com meridiano de inclinação da córnea de 60° a 120° e 24 pacientes tinham astigmatismo irregular com meridiano de inclinação da córnea de 0° a 30° ou de 150° a 180°.

A potência média da LIO era de 18 D.

Os investigadores usaram cinco dispositivos para medir o astigmatismo da córnea: o IOLMaster (Carl Zeiss Meditec), o Lenstar (Haag-Streit), o Atlas corneal topographer (Carl Zeiss Meditec), um queratômetro manual (Bausch + Lomb) e o analisador combinado Galilei com plácido duplo Scheimpflug (Ziemer).

Foi utilizada a fórmula Holladay II para calcular a potência tórica efetiva. O erro de previsão foi a diferença entre o astigmatismo medido com cada dispositivo e o astigmatismo real da córnea. Foi utilizada a análise de vetores em todos os cálculos.

“Podemos medir muito bem a córnea anterior. O astigmatismo induzido cirurgicamente varia de cirurgião para cirurgião e, para um determinado cirurgião, varia de olho para olho. Desta forma, existe um pouco de variabilidade aí. A toricidade efetiva da LIO pode ser calculada imediatamente usando a calculadora AMO ou a fórmula Holladay II”, afirmou Koch.

Resultados e conclusões

Os erros médios de previsão para o astigmatismo regular foram de 0,59 D a 89,7 com o IOLMaster, 0,48 D a 91,2 com o Lenstar, 0,51 D a 78,7 com o Atlas, 0,62 D a 97,2 com o queratômetro manual e 0,57 D a 93,9 com o Galilei.

Os erros médios de previsão para o astigmatismo irregular foram de 0,17 D a 86,2 com o IOLMaster, 0,23 D a 77,7 com o Lenstar, 0,23 D a 91,4 com o Atlas, 0,41 D a 58,4 com o queratômetro manual e 0,12 D a 7,3 com o Galilei.

Os erros de previsão regular foram significativos, na faixa de 0,5 D a 0,6 D com todos os dispositivos. Em olhos irregulares, os erros de previsão regular foram significativos, na faixa de 0,2 D a 0,3 D com todos os dispositivos, exceto o Galilei.

“De um modo geral, o Galilei tende a ser mais preciso do que os dispositivos que medem somente a superfície anterior da córnea”, declarou Koch. “Entretanto, ele necessita ser ainda mais preciso, o que provavelmente ocorra com a atualização do software. O objetivo óbvio é ter dispositivos que meçam com precisão todo o astigmatismo da córnea, de modo que ferramentas de regressão como o nomograma de Baylor não serão necessárias”. – por Matt Hasson

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Divulgação de informações: Koch é consultor da Abbott Medical Optics e recebeu suporte para pesquisas da Ziemer.