Método de fixação da LIO posterior intraescleral sem sutura pode ser mais seguro que outras técnicas
A técnica de fixação em "Y" obtém estabilidade anatômica e óptica.
A característica de uma nova técnica cirúrgica para implantação de LIO na câmara posterior é a execução de duas incisões, formando um “Y”, criadas a 2 mm do limbo e separadas exatamente por 180° na diagonal. Além disso, a técnica sem sutura é obtida pela fixação intraescleral da LIO ao invés da fixação transescleral.
De acordo com o Dr. Toshihiko Ohta, PhD, que desenvolveu a técnica de fixação em “Y”, o procedimento é mais simples e seguro do que outras técnicas de fixação de LIO intraesclerais. Por exemplo, a incisão em forma de “Y” dispensa a necessidade de criar grandes retalhos esclerais lamelares ou a utilização de cola de fibrina.
“Isso simplifica a externalização do háptico e melhora muito o fechamento da ferida”, afirmou Ohta à Ocular Surgery News. O risco de infecção devido à exposição do háptico na esclera também é eliminado.
“O uso de cola de fibrina tem a possibilidade teórica de causar infecções virais; desta forma, é obrigatório obter o consentimento informado de um paciente antes da operação”, disse Ohta, professor no Shizuoka Hospital da Juntendo University em Shizuoka, no Japão.
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Imagens: Ohta T
Ohta desenvolveu a técnica em 2009 porque deseja aplicar um método sem o uso de cola de fibrina.
Execução da técnica
Segundo Ohta, o passo mais desafiador no desenvolvimento da técnica foi descobrir as posições apropriadas para fazer as incisões na córnea.
“Uma cirurgia fácil se tornou possível fazendo incisões nas posições 2 e 8 horas, respectivamente, e depois inserindo a LIO na posição de 10 horas”, ele afirmou.
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Além disso, a cânula de infusão deve ser colocada na posição de 4 horas para evitar interferência ao criar as incisões.
Os dois passos principais desta técnica são a criação da esclerotomia e a extração do háptico da LIO. A esclerotomia é feita paralela à íris, na incisão em forma de “Y” com um bisturi microvitreoretinal em ângulo de calibre 24.
“O bisturi permite a fácil criação de um túnel escleral”, declarou Ohta. “Há o risco de derrubar a LIO no olho durante a externalização dela. Para evitar esta falha, todos os procedimentos devem ser executados ao nível da íris”.
Ohta disse que a inserção da parte háptica ondulada na câmara anterior pode ser problemática. Também existe o risco da rotação da LIO no sentido horário e parte háptica principal escorregar para dentro do olho. Para evitar tais problemas, a LIO pode ser pressionada para trás da íris e movida para a posição de 2 horas através do uso de um gancho de pressionar e puxar que é inserido na porta lateral, na posição de 1 hora.
“A cirurgia pode ser executada com mais segurança através do uso dos instrumentos (marcador em Y e fórceps) desenvolvidos especialmente para esta técnica”, afirmou Ohta.
O reposicionamento pós-cirúrgico da LIO é mais fácil com a fixação intraescleral do que com a fixação por sutura, afirmou.
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Estudo retrospectivo
Ohta descreveu sua técnica e compartilhou os resultados de 44 olhos de 40 pacientes no Journal of Cataract and Refractive Surgery.
“Obtivemos tanto a estabilidade anatômica como a estabilidade óptica”, disse ele. “Os resultados foram melhores do que eu esperava”.
No estudo retrospectivo, não houve complicações intraoperatórias e todas as LIOs estavam estáveis e centralizadas ao final da cirurgia.
“Houve significativamente menos descentralização e inclinação da LIO do que com a fixação por sutura”, disse Ohta.
O astigmatismo também foi reduzido.
Na reunião da American Academy of Ophthalmology em novembro de 2013, Ohta apresentou uma nova técnica chamada de “fixação em T” pela qual recebeu o prêmio “Best of Show” na categoria vídeos.
“É feita uma incisão em forma de T, ao invés de Y, o que elimina a necessidade de criar um retalho escleral lamelar ou de corrigir a potência da LIO”, declarou Ohta. “O risco de hemorragia do vítreo também é eliminado”. – por Bob Kronemyer
- Referência:
- Ohta T, et al. J Cataract Refract Surg. 2014;doi:10.1016/j.jcrs.2013.11.003.
- O Dr. Toshihiko Ohta, PhD, pode ser encontrado no Departamento de Oftalmologia do Shizuoka Hospital da Juntendo University, 1129 Nagaoka, Izunokuni-shi, Shizuoka 410-2295, Japão; +80-55-948-3111; email: ohta803@mist.ocn.ne.jp.
Divulgação de informações: Ohta não tem interesses financeiros relevantes a serem divulgados.