May 01, 2014
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Método de fixação da LIO posterior intraescleral sem sutura pode ser mais seguro que outras técnicas

A técnica de fixação em "Y" obtém estabilidade anatômica e óptica.

A característica de uma nova técnica cirúrgica para implantação de LIO na câmara posterior é a execução de duas incisões, formando um “Y”, criadas a 2 mm do limbo e separadas exatamente por 180° na diagonal. Além disso, a técnica sem sutura é obtida pela fixação intraescleral da LIO ao invés da fixação transescleral.

De acordo com o Dr. Toshihiko Ohta, PhD, que desenvolveu a técnica de fixação em “Y”, o procedimento é mais simples e seguro do que outras técnicas de fixação de LIO intraesclerais. Por exemplo, a incisão em forma de “Y” dispensa a necessidade de criar grandes retalhos esclerais lamelares ou a utilização de cola de fibrina.

“Isso simplifica a externalização do háptico e melhora muito o fechamento da ferida”, afirmou Ohta à Ocular Surgery News. O risco de infecção devido à exposição do háptico na esclera também é eliminado.

“O uso de cola de fibrina tem a possibilidade teórica de causar infecções virais; desta forma, é obrigatório obter o consentimento informado de um paciente antes da operação”, disse Ohta, professor no Shizuoka Hospital da Juntendo University em Shizuoka, no Japão.

Técnica de fixação em “Y”.

Imagens: Ohta T

Ohta desenvolveu a técnica em 2009 porque deseja aplicar um método sem o uso de cola de fibrina.

Execução da técnica

Segundo Ohta, o passo mais desafiador no desenvolvimento da técnica foi descobrir as posições apropriadas para fazer as incisões na córnea.

“Uma cirurgia fácil se tornou possível fazendo incisões nas posições 2 e 8 horas, respectivamente, e depois inserindo a LIO na posição de 10 horas”, ele afirmou.

O estado da câmara posterior no pós-cirúrgico mostra que o dispositivo háptico está fixo com estabilidade, sem nenhuma descentralização ou inclinação da LIO.

Além disso, a cânula de infusão deve ser colocada na posição de 4 horas para evitar interferência ao criar as incisões.

Os dois passos principais desta técnica são a criação da esclerotomia e a extração do háptico da LIO. A esclerotomia é feita paralela à íris, na incisão em forma de “Y” com um bisturi microvitreoretinal em ângulo de calibre 24.

“O bisturi permite a fácil criação de um túnel escleral”, declarou Ohta. “Há o risco de derrubar a LIO no olho durante a externalização dela. Para evitar esta falha, todos os procedimentos devem ser executados ao nível da íris”.

Ohta disse que a inserção da parte háptica ondulada na câmara anterior pode ser problemática. Também existe o risco da rotação da LIO no sentido horário e parte háptica principal escorregar para dentro do olho. Para evitar tais problemas, a LIO pode ser pressionada para trás da íris e movida para a posição de 2 horas através do uso de um gancho de pressionar e puxar que é inserido na porta lateral, na posição de 1 hora.

“A cirurgia pode ser executada com mais segurança através do uso dos instrumentos (marcador em Y e fórceps) desenvolvidos especialmente para esta técnica”, afirmou Ohta.

O reposicionamento pós-cirúrgico da LIO é mais fácil com a fixação intraescleral do que com a fixação por sutura, afirmou.

O háptico da LIO fixa pode ser visto através da esclera.

Estudo retrospectivo

Ohta descreveu sua técnica e compartilhou os resultados de 44 olhos de 40 pacientes no Journal of Cataract and Refractive Surgery.

“Obtivemos tanto a estabilidade anatômica como a estabilidade óptica”, disse ele. “Os resultados foram melhores do que eu esperava”.

No estudo retrospectivo, não houve complicações intraoperatórias e todas as LIOs estavam estáveis e centralizadas ao final da cirurgia.

“Houve significativamente menos descentralização e inclinação da LIO do que com a fixação por sutura”, disse Ohta.

O astigmatismo também foi reduzido.

Na reunião da American Academy of Ophthalmology em novembro de 2013, Ohta apresentou uma nova técnica chamada de “fixação em T” pela qual recebeu o prêmio “Best of Show” na categoria vídeos.

“É feita uma incisão em forma de T, ao invés de Y, o que elimina a necessidade de criar um retalho escleral lamelar ou de corrigir a potência da LIO”, declarou Ohta. “O risco de hemorragia do vítreo também é eliminado”. – por Bob Kronemyer

Divulgação de informações: Ohta não tem interesses financeiros relevantes a serem divulgados.