Maior duração da amamentação está ligada a um menor risco de DMRI
Fatores como o uso de contraceptivos e terapia de reposição hormonal não apresentam relação com o risco de DMRI.
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A maior duração da amamentação foi associada a uma redução no risco de degeneração macular relacionada à idade (DMRI) posteriormente na vida da mãe, de acordo com o Tromsø Study realizado na Noruega.
O estudo é o primeiro a abordar o efeito da lactação em DMRI materna, afirmaram os autores do estudo. Eles investigaram essa associação para explicar a disparidade no risco de DMRI entre homens e mulheres.
Os pesquisadores não puderam atribuir a correlação entre a amamentação e o menor risco de DMRI a fatores biológicos ou clínicos específicos, disse a Dra. Maja G. Erke, PhD, em uma entrevista ao Ocular Surgery News.
“Alguns artigos discutem como a amamentação pode proteger as mulheres de apresentar pressão alta posteriormente na vida”, disse Erke. “Desse modo, acreditamos que tenha algo a ver com um melhor perfil cardiovascular, ou talvez os hormônios da lactação interajam com outras moléculas ou componentes da retina".
A amamentação é comum, mas a terapia de reposição hormonal não é muito usada na Noruega, disse Erke.
“Mais de 60% das mulheres amamentaram todos os seus filhos por mais de 3 meses”, ela disse. “Mas a reposição hormonal não é muito comum. Sendo assim, isso pode estar relacionado ao potencial do estudo.”
O estudo foi publicado no British Journal of Ophthalmology.
Pacientes e métodos
O sexto Tromsø Study, uma análise de coorte com base populacional perspectiva, incluiu 1.512 mulheres de 60 a 87 anos de idade na pós-menopausa. A sexta pesquisa foi a primeira a incluir extensos exames oftalmológicos.
Todas as participantes foram submetidas a um exame físico completo e exame de sangue e fotografia da retina, além de terem respondido a um questionário sobre histórico reprodutivo, tabagismo, uso de álcool, dieta, exercícios físicos, duração da amamentação e uso de contraceptivos e/ou terapia de reposição hormonal.
Nas amostras de sangue em jejum foram analisados a glicose e os níveis de colesterol no sangue.
As pacientes relataram a ingestão de óleo de peixe, óleo de fígado de bacalhau, ômega-3, suplementos vitamínicos e minerais e frutas e legumes.
“A análise das estatísticas da relação entre a amamentação e a DMRI foi testada de várias formas”, disse Erke. “A amamentação por criança e o aleitamento por mais de 3 meses, mais de 4 meses e mais de 6 meses. Todos estavam consideravelmente relacionados à menor prevalência de DMRI controlada por um dos fundadores".
Quarenta e oito mulheres (3,2%) apresentaram DMRI tardia e 378 (25%) apresentaram pelo menos um corpo coloide com mais de 125 µm.
Dados sobre o parto foram disponibilizados para 1.470 indivíduos e dados sobre a amamentação foram disponibilizados para 1.168 indivíduos.
Resultados e análise
Considerando a idade, o histórico médico e reprodutivo, as mulheres que amamentaram todos os seus filhos por pelo menos 6 meses apresentaram uma probabilidade de 0,09 de apresentar estágio final de DMRI.
A duração da amamentação por filho, uma variável contínua, é fortemente correlacionada com a menor probabilidade de DMRI tardia; a probabilidade por mês da amamentação de cada criança era de 0,80.
Não houve relações entre a DMRI e o uso de contraceptivos, terapia de reposição hormonal, idade no primeiro parto e na menopausa. As relações entre a amamentação e o histórico de tabagismo, pressão sanguínea sistólica e BMI não foram significativas.
Inexplicavelmente, a ingestão de óleo de peixe e suplementos de ômega-3 apresentou um impacto considerável no risco de DMRI, disse Erke.
“Essa foi uma descoberta notável”, ela disse.
Os pesquisadores pretendem realizar outra etapa do Tromsø Study em 1 ou 2 anos, Erke disse.
“Estamos trabalhando em um artigo sobre fatores de risco cardiovasculares”, ela disse. “Temos os mapas de tomografia de coerência óptica de todas essas participantes. É um trabalho já em andamento”. – por Matt Hasson
- Referência:
- Erke MG, et al. Br J Ophthalmol. 2013;doi:10.1136/bjophthalmol-2012-302461.
- A Dra. Maja G. Erke, PhD, pode ser encontrada no University Hospital North Norway, Departamento de Oftalmologia, N-9038 Tromsø, Noruega; +47-915-07766; fax: +47-776-26366; e-mail: maja.g.erke@uit.no.
Divulgação de informações: Erke obteve uma bolsa de PhD da Northern Norway Regional Health Authority.