As aberrações anteriores da córnea causam resultados abaixo do ideal após a EMDK
As aberrações anteriores da córnea, desenvolvidas como uma consequência da distrofia de Fuchs, dificultam a possibilidade de obter visão 20/20 após a ceratoplastia endotelial da membrana de Descemet, de acordo com um especialista.
“Apesar de todos gostarmos de ser conservadores, devemos considerar intervir um pouco antes em alguns dos pacientes, porque quanto mais você permitir que a distrofia de Fuch esteja presente na córnea, [pior] serão os resultados visuais”, afirmou o Dr. Jack Parker.
O enxerto da ceratoplastia endotelial da membrana de Descemet (EMDK), o qual é puramente a membrana de Descemet e se integra perfeitamente dentro do estroma corneano, deve, em teoria, restaurar a visão de um olho normal.
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A razão pela qual isso não é obtido pode estar relacionada à presença de patologias anteriores envolvidas com a distrofia de Fuch, não tratada pela EMDK, declarou Parker.
Para validar esta hipótese, um grupo de 118 olhos foi examinado após a EMDK com um Pentacam (Oculus) para medir as aberrações anteriores e posteriores de ordem mais alta e com densitometria para detectar a opacidade corneana.
A acuidade visual média foi de 20/25. As leituras do Pentacam mostraram um declínio significativo nas aberrações posteriores de ordem mais alta nas aberrações de todos os indivíduos. A medição densitométrica também mostrou uma diminuição significativa e óbvia da opacidade corneana, segundo Parker.
“Mas não foi encontrado nenhum declínio substancial nas aberrações anteriores de ordem mais alta”, afirmou Parker. “Obviamente, os produtos da [distrofia de] Fuchs avançada, como a fibrose subepitelial e a cicatriz corneana anterior — que resulta de um edema corneano de longa duração — causam problemas visuais que não desaparecem após a ceratoplastia anterior”.
Desta forma, deve ser considerada a intervenção nos estágios precoces da doença, concluiu Parker.
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