January 01, 2014
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Implante telescópico de espelho pseudofácico pode beneficiar pacientes de DMAI

O implante proporciona ampliação aproximada de 2,5 vezes em olhos com baixa visão devido à DMAI.

O Dr. Isaac Lipshitz desenvolveu o telescópio em miniatura implantável (IMT, VisionCare) na década de 90, e o primeiro implante de telescópio de espelho foi o implante macular Lipshitz (LMI, OptoLight). Um implante telescópico intraocular secundário, mais recente, a OriLens (OptoLight), recebeu recentemente a marca CE. Realizamos a primeira cirurgia de LMI e tivemos a honra de ser convidados pelo Dr. Lipshitz para fazer a primeira cirurgia OriLens do mundo. O meu convidado especial nesta coluna é o Dr. Lipshitz.

Amar Agarwal

– Dr. Amar Agarwal, FRCS, FRCOphth

Editor para Complications Consult da OSN

A OriLens (imagens 1 a 3) parece uma LIO de PMMA normal. Sua óptica é de 5 mm sobre 6 mm de diâmetro, com diâmetro de laço de 13,5 mm, e contém laços com configuração similar aos da LIO normal. A única diferença significativa quando comparada com uma LIO secundária normal é a espessura central; a OriLens é ligeiramente mais espessa. A espessura central do telescópio de espelho é de apenas 1,25 mm. Ela é projetada de modo que seus laços sejam posicionados no sulco. A ampliação é de aproximadamente 2,5 vezes (250%), dependendo dos parâmetros do olho.

Uma LIO dobrável convencional é injetada na bolsa após a execução da cirurgia de catarata.

Imagem: Agarwal A, Lipshitz I

São incorporados espelhos em miniatura dentro do implante. Estes espelhos são configurados, projetados e precisamente posicionados para criar um efeito telescópico exato sobre a mácula. Quando a OriLens é implantada dentro do olho, a imagem central, normalmente direcionada para a mácula, é bloqueada quando atinge o implante. Ela primeiro atinge o espelho posterior em forma de anel, depois é refletida para outro espelho central e finalmente é projetada como uma imagem ampliada na direção da área macular. A OriLens possui certificação CE e atualmente é distribuída para médicos e centros médicos na Europa e em todos os outros países não regulados pela U.S. Food and Drug Administration.

Implantação

O implante pode ser feito sob qualquer tipo de anestesia, com qualquer tipo ou local de incisão. O tamanho da incisão foi de 5,5 mm e deve ser feita uma iridectomia periférica antes ou durante a implantação. Os laços foram posicionados no sulco usando viscoelástico e a incisão foi suturada.

A OriLens é vista.

O Prof. Agarwal a Dra. Marie-José Tassignon, de Antuérpia na Bélgica, comentaram que o tratamento pós-operatório foi similar ao de uma catarata normal, mas o paciente precisa ser acompanhado com mais frequência nos primeiros 10 dias para evitar qualquer sinéquia. A medicação é a mesma que para a catarata normal, mas também é necessário usar agentes dilatadores da pupila. A principal preocupação deve ser o posicionamento do implante em comparação à pupila. A refração pós-operatória deve ser feita manualmente (não devem ser usados refratores automáticos) após a remoção das suturas.

Resultados

A tabela mostra que a visão melhorou entre 2,5 e 4 linhas de ETDRS após o implante da OriLens. As complicações não são frequentes, mas como em qualquer cirurgia, elas podem ocorrer.

A OriLens foi revestida com viscoelástico e inserida através da incisão corneana limpa, que foi estendida apenas o suficiente para permitir o implante.

A principal preocupação é o posicionamento da OriLens em relação à pupila. Ao final da cirurgia é vital que o espelho central seja posicionado no centro da pupila, e que a superfície do espelho anular (posterior) esteja totalmente exposta, voltada para fora na direção da córnea. Para verificar isso, a pupila deve ser contraída e a superfície posterior do espelho central deve ser claramente visível centralmente através da pupila. Qualquer sinal de inflamação no pós-operatório deve ser tratado imediatamente.

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Vantagens

O telescópio implantado se move naturalmente com o olho e não há movimentos relativos entre o olho e o telescópio, como com o telescópio externo. Não há necessidade de mover a cabeça e o olho do paciente foca o material de leitura ou o objeto de modo normal. Os telescópios ópticos implantáveis para a DMAI são complementares aos outros tratamentos disponíveis.

A OriLens pode ser usada em qualquer tipo de DMAI, desde que o olho tenha visão melhorada quando o paciente é testado antes da cirurgia com um telescópio externo com ampliação de 2,5 vezes. O uso da OriLens não deve impedir o uso de outros tratamentos médicos, cirúrgicos ou da retina.

Fotografia do primeiro dia do pós-cirúrgico mostrando a OriLens bem centralizada com uma córnea limpa e o olho calmo.
Tomografia de coerência óptica do segmento anterior mostrando a OriLens no sulco acima da LIO implantada na bolsa.

Os critérios para seleção do paciente são a DMAI bilateral de qualquer tipo e em qualquer estágio; acuidade visual no pré-operatório entre 20/60 e 20/800; nenhum outro problema ocular além da catarata, DMAI ou pseudofácia; e melhoria da acuidade visual por três linhas de ETDRS quando testado com telescópio externo com ampliação de 2,5 vezes. O paciente deve ter boa comunicação, estar disponível para acompanhamento por 1 ano, estar motivado para melhorar sua visão e compreender os riscos envolvidos no procedimento.

Divulgação de informações: Agarwal não tem interesses financeiros relevantes a serem divulgados. Lipshitz possui interesses financeiros na OriLens. Ele é diretor e presidente executivo da OptoLight.