Novo tratamento para levantamento do retalho após LASIK feita com laser femtosegundo bem-sucedida
O estudo também descobriu que é mais fácil reposicionar o retalho nos primeiros 6 a 8 meses após a LASIK primária.
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A LASIK com laser femtosegundo permite resultados impressionantes com um novo tratamento para levantamento do retalho a fim de solucionar um erro residual refrativo, de acordo com um estudo.
Dos aproximadamente 90% de olhos incluídos na análise retrospectiva que completou o novo tratamento, 82% obteve 20/20 ou melhor acuidade visual não corrigida.
A taxa geral do novo tratamento de 6,8% tem comparação positiva com microcerátomo na LASIK e os relatórios de PRK, de acordo com os autores do estudo.
“Enquanto é possivelmente comum reposicionar com segurança um retalho de microcerátomo 10 anos, ou mais, após a cirurgia LASIK original, sabe-se que, pelo menos em alguns olhos, pode ser mais difícil reposicionar os retalhos, mesmo meses após a LASIK realizada com o laser femtosegundo”, disse o coordenador do estudo, o Dr. Marcony R. Santhiago, PhD, chefe do departamento de cirurgia de catarata refrativa e professor de oftalmologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil.
Esse ponto de vista comum deriva de uma investigação com modelos anteriores de lasers femtosegundo que demonstraram uma reação inflamatória aumentada e uma melhor cicatrização subsequente das feridas, disse Santhiago para a Ocular Surgery News.
“Consequentemente, uma cicatrização mais potente na margem do retalho e na interface com lasers femtosegundo era uma preocupação relativa a córneas submetidas à LASIK para corrigir um erro residual refrativo”, afirmou Santhiago.
Concepção e descobertas do estudo
Santhiago e seus colegas responsabilizaram-se por um estudo, que foi publicado no Journal of Refractive Surgery, para validar a percepção clínica de que modelos atuais de lasers femtosegundo possibilitam o reposicionamento de retalhos de forma segura e eficaz com resultados confiáveis.
“Mais especificamente, o objetivo do estudo era investigar as dificuldades encontradas e os resultados obtidos durante o novo tratamento com LASIK em olhos que, originalmente, receberam retalhos com laser femtosegundo”, de acordo com Santhiago, que na época da pesquisa era membro da cirurgia corneana e refrativa no Cleveland Clinic’s Cole Eye Institute.
Dos 1.298 olhos consecutivos de 688 pacientes que se submeteram à LASIK com laser femtosegundo, e que estavam incluídos no estudo, 88 olhos de 71 pacientes submetidos tentaram o reposicionamento do retalho.
O reposicionamento foi abandonado em 10 olhos porque a força da cicatrização na margem do retalho ou na interface gerou o risco de ruptura ou danos no retalho.
A média de idade dos pacientes que fizeram o novo tratamento era de 44,2 anos (variação: 21 a 65 anos), e 63% desses olhos pertenciam a mulheres. Todos os novos tratamentos foram realizados por um único cirurgião entre 2006 e 2011. Somente um procedimento foi obrigatório em 96,6% dos olhos, enquanto 3,4% dos olhos necessitava de duas correções no mesmo olho.
Não houve diferenças significativas entre os olhos em que o reposicionamento do retalho foi realizado com êxito e naqueles em que a tentativa teve que ser abandonada, incluindo em termos de leito estromal e atividades com corte lateral. No entanto, a correção é realizada de maneira mais eficaz nos primeiros 6 a 8 meses após o procedimento primário da LASIK, explicou Santhiago.
Olhos nos quais a tentativa de reposicionamento do retalho teve que ser abandonada tiveram um intervalo médio de 10,3 meses a partir da LASIK original, em comparação a 5,24 meses para aqueles que obtiveram um reposicionamento bem-sucedido.
“Assim, o reposicionamento do retalho não deve ser adiado se forem encontrados erros residuais”, informou Santhiago.
Quando não é possível realizar o reposicionamento do retalho por causa do risco de lesão no retalho devido à forte cicatrização da interface do laser femtosegundo original, Santhiago e seus colegas preferem melhorar a LASIK original usando a PRK com mitomicina C.
Nova técnica de levantamento do retalho
Recentemente, o Dr. Steven E. Wilson, que realizou todas as correções no estudo, e Santhiago descreveram uma técnica de levantamento de retalho que tem baixa incidência de proliferação epitelial e que é altamente eficaz.
“Resumidamente, um gancho Sinskey é pressionado no epitélio do limbo aproximadamente do lado oposto do pivô e arrastado, com pressão posterior, em direção ao centro do retalho até que a ponta do instrumento desça até o espaço em potencial na margem do retalho”, disse Santhiago.
Usando a ponta do gancho Sinskey, a margem do retalho é aberta a 1 hora. A margem do retalho é removida delicadamente com fórceps de 0,12 mm e retraída novamente na conjuntiva superior.
Wilson e seus colegas também mostraram que a diferença em termos de cicatrização entre os modelos atuais de lasers femtosegundo, como os lasers IntraLase (Advanced Medical Optics) de 60 kHz e 150 kHz, e o microcerátomo é menos acentuada, visto que não há uma diferença perceptível na reação inflamatória, explicou Santhiago. – por Bob Kronemyer
For more information:
- Santhiago MR, Smadja D, Zaleski K, Espana EM, Armstrong BK, Wilson SE. Flap relift for re-treatment after femtosecond laser-assisted LASIK. J Refract Surg. 2012; 28(7):482-487.
- Marcony R. Santhiago, PhD, pode ser encontrado na Av. Abelardo Bueno, 3100 Apt. 604, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ 22775-040, Brasil; 55-21-24387230; e-mail: marconysanthiago@hotmail.com.
Divulgação de informações:
- Santhiago não tem interesses financeiros relevantes a serem divulgados.