September 04, 2012
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OCT do segmento anterior é usada para avaliar esclerite nodular

Esse método sem contato e não invasivo possui diversas vantagens em comparação com outras modalidades de imagem.

A esclerite nodular se manifesta com elevação nodular aguda da esclera com inflamação. Usamos tomografia de coerência óptica do segmento anterior de alta velocidade com comprimento de onda de 1310 nm para a avaliação da doença escleral.

Esclerite nodular

Caso 1: Um paciente masculino de 38 anos apresentou um histórico de vermelhidão e dor no olho esquerdo por 3 meses. No exame com lâmpada de fenda, houve uma elevação nodular da esclera bulbar temporal com injeção ao redor dos vasos superficiais e epiesclerais profundos (Figura 1). Foi observado um afinamento escleral inferior.

Amar Agarwal

 

Caso 2: Um paciente masculino de 44 anos apresentou um histórico de dor no olho direito por uma semana. No exame com lâmpada de fenda, houve uma elevação nodular da esclera bulbar temporal com injeção ao redor dos vasos superficiais e epiesclerais profundos (Figura 2).

OCT do segmento anterior

Os pacientes foram submetidos à OCT do segmento anterior. Imagens transversais do olho, centradas na lesão nodular, foram capturadas com a OCT do segmento anterior de alta velocidade (Carl Zeiss Meditec). Foram usados o modo de varredura única de alta resolução corneana e o modo de varredura única do segmento anterior. Foram feitas imagens dos eixos de 180° a 0°, 90° a 270°, 225° a 45° e 135° a 315° em toda a área transversal da lesão nodular.

Figura 1. Fotografía clínica del caso 1 que muestra la escleritis nodular y las áreas inferiores del adelgazamiento escleral.

Imagen: Agarwal A


Figura 2. Fotografía clínica del caso 2 que muestra la escleritis nodular con inflamación aguda con una congestión alrededor de los vasos superficiales y profundos.

 

No caso 1, houve uma elevação nodular aparente vista do limbo. Houve um espessamento da esclera anterior com hiper-reflexividade, em comparação com a esclera do outro olho (Figura 3). Foram observados alguns espaços com pontos hiporreflexivos na esclera profunda e afinamento focal (Figura 4). No caso 2, a OCT do segmento anterior mostrou um espessamento marcado da conjuntiva, da episclera e da esclera sobre o nódulo. Foi observada uma elevação notável a partir do limbo (Figura 5). Houve uma linha proeminente e uma zona hiporreflexiva vistas de um ângulo longitudinal na superfície da esclera que sugerem a segmentação vista entre a lamela escleral na inflamação aguda.

Figura 3. La OCT de segmento anterior del caso 1 que muestra una elevación prominente en el limbo y la esclera altamente reflectiva (b) comparada con el ojo contralateral normal (a).

 

Discussão

A OCT é uma modalidade de imagem óptica que aplica a interferometria de baixa coerência. A OCT é a opção óptica à imagem de modo B por ultrassom, com a diferença de que reflexos de luz de baixa coerência são detectados em vez de som. Esse é um método de imagem sem contato e não invasivo. Usamos a OCT do segmento anterior de alta velocidade de domínio temporal com uma resolução axial de 18 µm e resolução transversal de 60 µm. Essa OCT com comprimento de onda mais longo de 1310 nm reduz a quantidade de retrodifusão de sinal, o que permite uma melhor penetração em tecido profundo turvo, como a esclera. Devido à alta velocidade, ela minimiza artefatos de movimentação do paciente e melhora a qualidade das imagens capturadas.

Figura 4. Imagem da montagem da OCT do segmento anterior do caso 1 mostrando pontos hiporreflexivos focais (setas) ao longo do eixo horizontal (acima) e vertical (abaixo).

 

Na esclerite, o tecido é histologicamente inchado com o deslocamento da lamela de colágeno causado por agrupamentos densos de células inflamatórias. Na OCT, o edema do tecido é visto como o espessamento da esclera envolvida e a hiper-reflexibilidade é causada pela infiltração do tecido. Os pontos hiporreflexivos focais observados na esclera profunda podem representar alterações precoces devido à necrose. No caso 2, no qual o paciente apresentou um estágio anterior ao do caso 1, houve mais edema escleral anterior. Também é possível ver a linha proeminente ou zona hiporreflexiva longitudinalmente na superfície escleral, que sugere a segmentação vista entre a lamela escleral na inflamação aguda. Esses recursos da OCT podem ser usados para monitorar o tratamento e explicar o prognóstico.

Figura 5. OCT do segmento anterior do caso 2 mostrando edema escleral (acima) e a linha de segmentação na lamela escleral (abaixo, seta).

 

Especialmente nos olhos com apresentação aguda, na qual o paciente não tolera um método de contato como a biomicroscopia ultrassônica (UBM), a OCT do segmento anterior pode ser uma ferramenta útil para a avaliação. Embora a UBM seja uma modalidade de imagem comprovada para as estruturas esclerais, a resolução mais elevada da OCT (18 µm), em comparação com a UBM (50 µm), e o fato de a OCT ser não invasiva fazem com que ela seja mais bem tolerada pelos pacientes. Como o exame com OCT é um método sem contato, não há necessidade de anestesia local ou fluido de aplicação. Acreditamos que a OCT do segmento anterior de alta velocidade pode ser usada como uma técnica de imagem alternativa na inflamação escleral.

Para mais informações:
  • O Amar Agarwal, MS, FRCS, FRCOphth é diretor do Agarwal’s Eye Hospital e do Eye Research Centre. O Agarwal é autor de vários livros publicados pela SLACK Incorporated, editora da Ocular Surgery News, incluindo Phaco Nightmares: Conquering Cataract Catastrophes, Bimanual Phaco: Mastering the Phakonit/MICS Technique, Dry Eye: A Practical Guide to Ocular Surface Disorders and Stem Cell Surgery e Presbyopia: A Surgical Textbook. Ele pode ser encontrado em 19 Cathedral Road, Chennai 600 086, Índia; fax: +91-44-28115871; email: dragarwal@vsnl.com; site: www.dragarwal.com.
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  • Os autores não têm interesses financeiros relevantes a serem divulgados.