Interligação corneana prova ser promissora no tratamento da ceratite infecciosa
Pesquisas preliminares mostram que a riboflavina e a luz ultravioleta.
CHICAGO — A interligação corneana com riboflavina pode ser uma opção de tratamento viável para a ceratite infecciosa, afirmou um palestrante.
“A interligação é uma terapia promissora para a ceratite infecciosa devido a vários patógenos diferentes que foram identificados”, afirmou o Dr. J. Bradley Randleman durante o Dia de Subespecialidade da Córnea, que precedeu a reunião anual da American Society of Cataract and Refractive Surgery.
O tratamento de infecções bacterianas com riboflavina não é novo na medicina, já que é usado para purificar plaquetas e plasma infectados em transfusões de sangue. A tecnologia de redução de patógenos usa a excitação da riboflavina para eliminar patógenos de plaquetas e do plasma, afirmou Randleman.

J. Bradley Randleman
A interligação gera espécies de oxigênio reativo que são eficientes contra vários patógenos. Ela também aumenta a resistência corneana à degradação enzimática do colágeno.
“Ela pode exterminar organismos e proteger a córnea”, destacou Randleman.
Para um resultado eficaz, é necessário usar a riboflavina e a luz ultravioleta A. Segundo Randleman, a luz ultravioleta induz uma relação de resposta à dose, e a eficácia da riboflavina não aumenta em concentrações maiores que 0,01%.
“Alguns estudos mostraram que, na verdade, ela é menos eficaz em concentrações mais altas”, frisou.
Embora a interligação tenha sido menos eficiente contra a Acanthamoeba in vitro, ela provou ser eficiente in vivo, afirmou Randleman.
Primeiros resultados clínicos
J. Mortensen e outros clínicos publicaram dados clínicos sobre a interligação no tratamento da ceratite infecciosa, observou Randleman.
Em um caso inicial, um usuário de lente de contato tinha uma úlcera não responsiva com resultado negativo para culturas de bactérias. Depois do tratamento malsucedido com agentes antibióticos, antifúngicos e antiprotozoários tópicos, um único tratamento de interligação resultou em visão 20/20.
Randleman também citou um estudo no qual a interligação com riboflavina eliminou a ceratite infecciosa com vários organismos em cinco olhos. Outro estudo mostrou que a interligação curou três casos de Acanthamoeba resistente à terapia. Um terceiro estudo reportou a cura de sete olhos com ceratite bacteriana. Um quarto estudo mostrou menos eficácia, com interligação bem-sucedida em seis de 14 casos com vários fatores.
Um estudo piloto de terapia primária incluiu 16 olhos de 16 pacientes com diagnósticos clínicos de ceratite bacteriana. Treze olhos tiveram resultados positivos para a cultura. Os resultados mostraram que, depois da interligação, dois olhos precisaram de antibiótico para tratar os sintomas da ceratite.
Os clínicos precisaram lidar com questões relativas a possíveis protocolos e métodos de interligação no tratamento da ceratite infecciosa, destacou Randleman.
“A interligação tem potencial para ser um tratamento principal ou um tratamento secundário?”, perguntou. “Essa deve ser a primeira opção para a ceratite infecciosa no futuro ou deve ser usada depois que o paciente não responder à terapia com antibióticos durante um período de tempo específico? Na verdade, ela poderia ser um tratamento único? A interligação pode ser o único tratamento necessário ou é algo que deve suceder ou preceder a terapia com antibióticos?”
– por Matt Hasson
Referências:
- Ehlers E, Hjortdal J, Nielsen K, Søndergaard A. Riboflavin-UVA treatment in the management of edema and nonhealing ulcers of the cornea. J Refract Surg. 2009;25(9):803-806.
- Iseli HP, Thiel MA, Hafezi F, Kampmeier J, Seiler T. Ultraviolet A/riboflavin corneal cross-linking for treating infectious keratitis. Cornea. 2008;27(5):590-594.
- Makdoumi K, Mortensen J, Crafoord S. Infectious keratitis treated with corneal crosslinking. Cornea. 2010;29(12):1353-1358.
- Makdoumi K, Mortensen J, Crafoord S. Response to: evaluation of combined riboflavin and ultraviolet A as an alternative treatment for keratitis [publicado online antes da versão impressa em 17 de fevereiro de 2012]. Graefes Arch Clin Exp Ophthalmol. doi:10.1007/s00417-012-1951-6.
- Martins SAR, Combs JC, Noguera G, et al. Antimicrobial efficacy of riboflavin/UVA combination in vitro for bacterial and fungal isolates: A potential new treatment for infectious keratitis. Invest Ophthalmol Vis Sci. 2008;49(8):3402-3408.
- Moren H, Malmsjö M, Mortensen J, Ohrström A. Riboflavin and ultraviolet A collagen crosslinking of the cornea for the treatment of keratitis. Cornea. 2010;29(1):102-104.
- Sauer A, Letscher-Bru V, Speeg-Schatz C, et al. In vitro efficacy of antifungal treatment using riboflavin/UV-A combination and amphotericin B. Invest Ophthalmol Vis Sci. 2010;51(8):3950-3953.
- Schnitzler E, Spörl E, Seiler T. Irradiation of cornea with ultraviolet light and riboflavin administration as a new treatment for erosive corneal processes, preliminary results in four patients. Klin Monbl Augenheilkd. 2000;217(3):190-193.
- Schrier A, Greebel G, Attia H, Trokel S, Smith EF. In vitro antimicrobial efficacy of riboflavin and ultraviolet light on Staphylococcus aureus, methicillin-resistant Staphylococcus aureus, and Pseudomonas aeruginosa. J Refract Surg. 2009;25(9):S799-802.
- Wollensack G, Spoerl E, Seiler T. Riboflavin/ultraviolet-a-induced collagen crosslinking for the treatment of keratoconus. Am J Ophthalmol. 2003;135(5):620-627.
Divulgação de informações:
- O Dr. J. Bradley Randleman pode ser encontrado em Emory Vision, 875 Johnson Ferry Road, Suite 100, Atlanta, GA 30342; e-mail: jrandle@emory.edu. Divulgação de informações: Randleman não tem interesses financeiros relevantes a serem divulgados.