Issue: May/June 0
May 10, 2012
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Ablação transepitelial dirigida por topografia pode tratar complicações do LASIK

A regularização corneana e a remoção da patologia podem tratar o retalho que está causando o distúrbio óptico ou irregularidades de interface.

Issue: May/June 0

Em casos com espessura estromal residual suficiente, a ablação transepitelial dirigida por topografia pode ser eficiente para complicações de retalho ou interface causadas pelo LASIK associada a astigmatismo irregular e dissipação de luz que causam distúrbios visuais, conforme concluído por um estudo.

Perspective from Scott M. MacRae, MD

“Se você estiver fazendo a ablação de superfície dirigida por topografia, especialmente no astigmatismo irregular quando ocorre remodelação epitelial, deverá usar a abordagem transepitelial; caso contrário, o resultado poderá ser pior do que a não realização do tratamento”, afirmou a Dra. Xiangjun Chen, autora principal do estudo, em uma entrevista por e-mail para a Ocular Surgery News.

Ao regularizar o formato corneano e remover a patologia que causou a irregularidade em um procedimento, a técnica trata complicações que muitas vezes não podem ser tratadas com o uso de abordagens convencionais, destacou a Dra. Chen.

Na análise retrospectiva, 17 olhos de 16 pacientes com complicações de retalho ou interface causadas pelo LASIK e espessura estromal residual central de pelo menos 300 µm foram tratados com o laser excimer iVIS Suite 1-kHz (iVIS Technologies). O intervalo médio entre o período pré-LASIK e a ablação transepitelial foi de 59,3 ± 38,8 meses.

Técnica, tratando a remodelação epitelial

A ablação sem toque foi feita usando o iVIS Suite, um sistema integrado que inclui o tomógrafo Precisio baseado em Scheimpflug, o pupilômetro pMetrics, o software de planejamento de ablação topográfica CIPTA e o laser excimer iRES.

O procedimento é executado como uma única ablação ininterrupta composta por uma porção refrativa que regulariza a superfície da córnea e por uma porção lamelar que “transforma” a nova superfície em um estroma abaixo da patologia. Essa abordagem leva em consideração a remodelação epitelial.

“A remodelação epitelial (espessamento do estroma deprimido e afinamento do estroma elevado) ocorrerá no astigmatismo irregular devido à superfície estromal irregular e deve ser tratada se a ablação da superfície for usada”, escreveram os autores do estudo. “A remodelação compensa em alguns graus o astigmatismo irregular, o que significa que a irregularidade vista e medida na topografia é apenas uma parte da irregularidade estromal, o que gera uma incompatibilidade entre as superfícies epitelial e estromal”.

Em outras palavras, a remoção epitelial mecânica ou com o auxílio de álcool executada com o uso de técnicas tradicionais resultará em uma superfície estromal irregular que não corresponde à topografia corneana pré-operatória.

“A ablação personalizada dirigida por topografia baseada na topografia da superfície epitelial causará erros se o epitélio for removido antes da ablação a laser, como nas técnicas de ablação de superfície convencionais, como PRK, epi-LASIK, LASEK etc.”, lembrou a Dra. Chen.

Embora o mecanismo de remodelação do epitélio não tenha sido esclarecido pelos pesquisadores, ele pode estar relacionado ao efeito de polimento da pálpebra que ocorre ao piscar.

Notadamente, um laser excimer de alta velocidade otimizado para produzir uma diferença de taxa de ablação mínima entre o epitélio e o estroma é exigido para a técnica sem toque; caso contrário, a remodelação epitelial pode afetar os resultados.

Resultados, aprimoramentos futuros

Em uma média de pós-operatório de 15,9 ± 11 meses, a acuidade visual não corrigida para longe melhorou de uma média de 20/87 a 20/25 e a acuidade visual corrigida aumentou de 20/28 para 20/19 (P < .001). O índice médio de irregularidade corneana diminuiu de 25,82 µm para 20,36 µm (P = .009) e a raiz quadrada média do total de aberrações de alta ordem diminuiu de 1,30 para 0,49 (P = .042).

Nenhuma complicação intraoperatório ou pós-cirúrgico foi observada e oito pacientes afirmaram que os sintomas visuais melhoraram, sendo que os outros nove pacientes afirmaram que estavam curados. A Dra. Chen e seus colegas estão trabalhando para aprimorar o procedimento.

“Precisamos obter informações mais precisas sobre o perfil de espessura epitelial e a profundidade da patologia para aprimorar o planejamento da ablação”, afirmou. “Outro possível aprimoramento pode ser um melhor conhecimento e controle da remodelação epitelial após o tratamento, além de uma medição de refração mais precisa devido a uma quantidade alta de aberrações de alta ordem”. – por Michelle Pagnani

Referência:
  • Chen X, Stojanovic A, Zhou W, Utheim TP, Stojanovic F, Wang Q. Transepithelial, topography-guided ablation in the treatment of visual disturbances in LASIK flap or interface complications. . J Refract Surg. 2012;28(2):120-126.
Para maiores informações:
  • A Dra. Xiangjun Chen pode ser encontrada no SynsLaser Kirurgi, Lille Grensen 7, 0159, Oslo, Norway; +4745511001; email: chenxiangjun1101@gmail.com.
  • Divulgação de informações: A Dra. Chen não tem interesses financeiros relevantes a serem divulgados.