August 01, 2006
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Tamponamento pode não ser necessário na vitrectomia via pars plana

A injeção de perfluorocarbono líquido assegura adesão coriorretiniana intra-operatória e diminui a necessidade de agentes tamponantes.

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RIO GRANDE, Porto Rico — O descolamento de retina do afácico pode ser tratado somente com vitrectomia via pars plana, sem agentes tamponantes no pós-operatório revelou cirurgião.

 

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Descolamento regametogênico da retina: ruptura primária (Vista do cirurgião).

Imagem: Martinez-Castillo V

Em apresentação no encontro de Masters da American Society of Retina Specialists, Dr. Vicente Martínez-Castillo descreveu um estudo prospectivo em 60 olhos de 60 pacientes que foram submetidos à vitrectomia via pars plana com a utilização da nova técnica. O critério de inclusão era apresentar um descolamento de retina regmatogênico pseudofácico; todos os pacientes foram seguidos por um período mínimo de 1 ano.

“Observamos que otimizado a técnica da [vitrectomia via pars plana], é possível alcançar um adesão coriorretiniana intra-operatória plena, o que diminui a necessidade de uso de agentes tamponantes e permite que se preencha o olho com fluido até que uma cicatriz coriorretiniana esteja formada”, revelou Dr. Martínez-Castillo.

Os pacientes apresentavam faixa etária que variava dos 39 aos 85 anos; 70% eram homens e 35 míopes. LIO de câmara posterior havia sido implantada em 56 pacientes e um paciente foi submetido a implante de LIO da câmara anterior.

A média de tempo entre a cirurgia de catarata e o descolamento de retina foi de 34 meses, afirmou.

A taxa de reaplicação inicial foi de 98,3% e uma reaplicação final de 100% de acordo com seus resultados. A média da melhor acuidade visual corrigida melhorou de 20/700 no pré-operatório para 20/59 no pós-operatório. Nenhum paciente desenvolveu PVR no período pós-operatório, revelou ele.

“A chave é realizar uma vitrectomia com perfluorocarbono e utilizar laser de diodo transescleral”, confirmou.

Otimizado a visualização do segmento posterior

Dr. Martínez-Castillo e seus colaboradores encontraram 108 rupturas durante as cirurgias e 15 casos apresentaram ao menos uma ruptura que não foi notada no exame pré-operatório, devidamente detectada no intra-operatório.

Olhos com descolamento de retina pseudofácicos podem ser complicados no que tange a detecção de todas as rupturas de retina quando se emprega os métodos tradicionais como a injeção de ar intravítreo, afirmou.

“Até o gás ser absorvido ou o óleo ser removido, os cirurgiões não podem ter certeza de que a retina está reaplicada”, afirmou ele.

Dr. Martínez-Castillo também observou rupturas capsulares posteriores em 18 pacientes. Em seu último e-mail ele explicou que isso pode aumentar ainda mais a dificuldade de detecção de rupturas sob condições normais.

“O único fator que influencia o resultado do procedimento cirúrgico é a visualização clara do segmento posterior quando a cavidade vítrea está cheia de ar”, disse ele. “Uma cápsula posterior rota ou opaca faz com que a identificação de rupturas de retina seja mais difícil”.

Em contraste com os métodos mais antigos, o preenchimento da cavidade vítrea com fluido após a vitrectomia via pars plana permite que o cirurgião veja o fundo pós-operatório para procura por rupturas que porventura não tenham sido encontradas, tornando a técnica particularmente vantajosa, observa Dr. Martínez-Castillo.

“O que é único na técnica é que oito rupturas em oito pacientes que não haviam sido detectadas no exame pré-operatório foram vistas após a troca ar-BSS”.

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Flap anterior da ruptura em ferradura removido (Vista do cirurgião).

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A ruptura de retina em ferradura é completamente coberta pelo perfluorocarbono (Vista do cirurgião).

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Troca fluido gasosa. Drenagem do fluido subrretiniano através da ruptura (Vista do cirurgião).

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Ruptura da retina vista com a cavidade vítrea preenchida por fluido (Vista do cirurgião).

Imagens: Martínez-Castillo V

Técnica cirúrgica

A técnica começa com uma vitrectomia periférica em volta das esclerotomias, seguida por uma vitrectomia central.

Ele injeta perfluorocarbono líquido em todos os seus casos usando uma cânula de Chang de 20G sobre o polo posterior para assegurar a maior drenagem de fluido possível.

Quando realizando uma vitrectomia via pars plana para descolamento de retina regmatogênico, “é possível haver uma reaplicação coriorretiniana completa durante a cirurgia”, disse. “A utilização de perfluorocarbono diminui a necessidade de óleo de silicone”.

Uma vez que o menisco de PFCL alcança a borda posterior da ruptura, ele disseca o vítreo em volta da ruptura sob depressão escleral e drena o fluido residual.

“Os cirurgiões devem sempre assegurar que toda a ruptura esteja reaplicada ao epitélio pigmentar da retina e a retinopexia deve ser feita com laser de diodo”, continua.

Entretanto, antes de realizar a retinopexia, ele marca quatro pontos cardeais da ruptura com laser de diodo para identificar todas as suas bordas acuradamente.

“É essencial que se identifiquem as bordas da ruptura da retina para se aplicar o laser de forma completa aos bordos”, revelou ele.

No fim do procedimento, a cavidade vítrea é preenchida com BSS por uma agulha de 27G colocada pela pars plana.

“Neste estudo demonstramos que o fator principal fator para de diminuir a necessidade de um agente tamponante tardio é completar a aposição da bordas da ruptura ao epitélio pigmentar da retina antes de se realizar a aplicação de laser de diodo transesleral”, completou.

Para maior informação:
  • Dr. Vicente Martínez-Castillo pode ser contatado no Hospital Vall dHebrón, Calle Lourdes No. 54 4-I-B, Barcelona 08036; +34-56-51-6067; fax: +34-93-42-77934; e-mail: 31756vmc@comb.es.
  • Michelle Dalton é correspondente de OSN.
  • Jared Schultz é redator da equipe de OSN que cobre todas as áreas da oftalmologia. Ele está focado geograficamente na Europa e região da Ásia-Pacífico.