Procedimento refrativo intra-estromal mostra resultados promissores para presbiopia
Pacientes mantêm a mesma boa visão de longe que apresentavam antes da cirurgia, um cirurgião diz.
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Pacientes présbitas podem se beneficiar da cirurgia com laser intra-estromal, de acordo com os resultados de um estudo.
Com este procedimento, “o remodelar da córnea ocorre devido à indução da redistribuição de forças biomecânicas”, Dr. Luis A. Ruiz disse durante o Hawaiian Eye 2008.
Ele e seus colaboradores conduziram um estudo que avaliou os resultados de pacientes míopes, hipermétropes, astigmatas e présbitas tratados com laser intra-estromal. O estudo teve início em Outubro, e todos os procedimentos foram realizados com Femtec femtosecond laser (20/10 Perfect Vision) no Centro Oftalmológico Colombiano, em Bogotá, Colômbia.
“Nós todos, como cirurgiões de refrativa, temos o sonho de uma cirurgia que ofereça muitas coisas diferentes”, Dr. Ruiz disse.
Ele disse que a cirurgia ideal deveria ser não-invasiva, e não deveria afetar o epitélio, além de oferecer “um baixo risco de infecção, processo de cicatricial vantajoso e manter a integridade da estrutura corneana o máximo possível”.
O novo procedimento intra-estromal engloba todos estes objetivos, afirmou Dr. Ruiz. Adicionalmente, a cirurgia “é programada especificamente para aquele paciente”. O laser não toca no estroma, na membrana de Bowman, na membrana de Descemet ou no epitélio. Ao contrário, a correção da presbiopia ocorre como resultado da resposta biomecânica do tecido.
O estudo
Dr. Ruiz apresentou dados de follow-up de 2 meses, de 59 pacientes submetidos à cirurgia refrativa intra-estromal para presbiopia.
Tais pacientes apresentavam uma média de idade de 51.1 anos, variando entre 41 a 66 anos. Antes da cirurgia, a acuidade visual para perto e longe foram avaliadas. Os pesquisadores também avaliaram as propriedades biomecânicas da córnea de cada paciente.
“A córnea deve estar livre de qualquer pressão, o máximo possível, para permitir uma maior precisão tridimensional do pulso do laser”, Dr. Ruiz afirmou.
“O tratamento durou em média 18 e 30 segundos”, ele ressaltou.
Os pacientes foram avaliados no pós-operatório no 1o dia, 1a semana, e no 1o e 2o meses.
Resultados visuais
A acuidade visual de perto não-corrigida de todos os pacientes melhorou de 0.28 do pré-operatório para 0.76 no 1o dia, antes de estabilizar em 0.73 na 1a semana e 0.72 no 1o mês. A acuidade visual de perto melhorou em média 5.9 linhas no 1o dia, na 1a semana e 1o mês, e uma média de 6.5 linhas no 2o mês de pós-operatório.
Em termos de visão para longe, a acuidade visual melhorou de 0.77 do pré-operatório para 0.83 no primeiro dia, 0.86 na 1a semana e 0.88 no 1o mês. A média da mudança na acuidade visual para longe aumentou 0.3 no 1o dia, 0.5 na 1a semana, 0.6 no 1o mês e reduziu 0.3 no 2o mês.
“Um dos principais pontos que observei com esta técnica foi a segurança. Não houve sequer um paciente que operamos com esta técnica que tenha perdido uma linha na acuidade visual com correção”, Dr. Ruiz afirmou.
“Devido à forma que realizamos a cirurgia, não modificamos o olho a ponto de termos o risco de perder a melhor acuidade visual corrigida”, ele disse.
“A sensibilidade ao contraste ... é bem melhor no pós-operatório, do que no pré-operatório, e isto é de extrema importância”, ele adicionou.
Completando, Dr. Ruiz disse não haver qualquer complicação com flap ou a ablação de superfície, nem olho seco no pós-operatório ou caso de córneas enfraquecidas.
“A córnea fina não é mais uma contra--indicação para este tipo de cirurgia”, ele completou.
Além disso, os pacientes apresentaram um quadro de recuperação mais rápido, ele ressaltou.
Casos estudados
Durante sua palestra, Dr. Ruiz apresentou oito casos de pacientes submetidos ao procedimento intra-estromal, cuja maioria era pseudofácica de um ou ambos os olhos ou foram sumbetidos previamente ao LASIK. Todos os oito pacientes tinham mais de 45 anos e apresentavam visão para perto entre J6 a J12.
Como todos os pacientes alcançaram uma boa acuidade visual para longe, nos preocupamos em preservar a visão de longe. Dr. Ruiz mostrou que a visão foi preservada ou até melhorada, em todos estes casos, após a cirurgia refrativa intra-estromal, e sua visão de perto melhorou para J1 ou J2.
“O que estes pacientes têm em comum”? ele perguntou. “Eles receberam o novo procedimento cirúrgico refrativo intra-estromal”.
“Podemos manter exatamente a mesma visão de longe”, ele disse.
Para maiores informações
- Dr. Luis A. Ruiz pode ser encontrado em Apt. 801, Carrera 9 #83-15, Bogotá DC8, Colômbia; +57-1-256-7381; fax: +57-1-618-3746; e-mail: lantonio@unete.com. A pesquisa sobre a cirurgia intra-estromal foi financiada peal 20/10 Perfect Vision.
- Jessica Loughery é Redatora da OSN que cobre todos os aspectos da oftalmologia.