April 01, 2009
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O sistema de diagnóstico pode permitir que os cirurgiões meçam a qualidade da visão

O dispositivo de infravermelho de dupla passagem avalia todo o sistema óptico em imagens bi ou tridimensionais exibidas na tela do computador.

Em breve, os cirurgiões podem atender às queixas dos pacientes relacionadas às medidas dos olhos, afirmou um cirurgião.

O uso de um software e um computador exclusivo de medida infravermelha, o Optical Quality Analysis System, ou OQAS (Visiometrics), poderá proporcionar medições objetivas do olho e revelar a qualidade, assim como a quantidade da visão, segundo o Membro do Conselho Editorial da Ocular Surgery News Europe/Asia-Pacific o Dr. Jose L. Güell, professor associado de oftalmologia da Universidade Autônoma da Barcelona.

“Há várias situações em que não há maneira de saber ou quantificar o que os nossos pacientes nos relatam”, afirmou o Dr. Güell. “O OQAS é o único dispositivo que proporciona uma imagem perfeita da retina”.

Limitações da análise de frente de onda

O sistema trabalha primeiro estabelecendo uma imagem de um ponto na retina, após enviar um feixe infravermelho ao olho do paciente. Uma segunda passagem por uma câmara de luz baixa mede a luz refletida de volta da retina, assim como a luz dissipada que poderia ser mal interpretada ou passar despercebida pela análise de frente de onda.

“A análise de frente de onda tem algumas limitações, não importa o dispositivo utilizado”, observou o Dr. Güell. “Primeiro, você não está avaliando a dispersão e, segundo, às vezes a imagem não corresponde à área que está sendo avaliada”.

Os scanners de frente de onda funcionam com lentes que capturam a luz refletindo-a para o olho. Entretanto, os sistemas baseados em laser têm duas desvantagens principais, segundo o Dr. Güell.

Primeiro, uma quantidade grande e proporcional de luz está sendo enviada por um número de orifícios relativamente pequeno nas lentes, então a dispersão da luz pode não ser capturada.

Além disso, nas córneas irregulares, a luz pode ser refletida de uma parte não correspondente do olho pela lente; uma fonte de luz que atinja uma aberração na parte inferior do olho pode ser captada por uma lente na parte superior do olho.

Sistema sem lente

Por outro lado, o OQAS não usa lentes no seu sistema. O sistema, originalmente projetado para avaliar a óptica estática e reprojetado para avaliar o olho, é capaz de avaliar todo o sistema óptico humano em imagens bi ou tridimensionais em uma tela de computador.

“A desvantagem é que você não pode medir aleatoriamente as diferentes aberrações. Mas a vantagem é que você tem todas as informações necessárias. Você não pode perder qualquer informação, pois toda a luz emitida é direcionada à câmara sem interferência das lentes”, afirmou o Dr. Güell.

O sistema OQAS não substitui a tecnologia atual, mas foi projetado para melhorar e aumentar a capacidade diagnóstica dos cirurgiões. Usado com medidas de acuidade Snellen e diagnósticos de frente de onda, os cirurgiões podem avaliar mais completamente a qualidade e a quantidade de visão.

Além disso, devido à capacidade do OQAS de mapear objetivamente a visão, ele permitirá aos cirurgiões comparar os resultados e atender às funções úteis de pesquisa.

O sistema está atualmente em avaliação clínica para a medição do cristalino e interferência óptica do filme lacrimal e opacificação da cápsula posterior. O sistema também pode ser útil na determinação de aberrações de alta ordem e outras anormalidades anatômicas com potencial limitação de visão.

“A capacidade de medir a amplitude de acomodação do olho e medir objetivamente o impacto da catarata, opacidade da lente ou um distúrbio de filme lacrimal com base em um ponto de vista funcional é mais importante do que as avaliações subjetivas ou anatômicas mais simples”, afirmou o Dr. Güell. — por Bryan Bechtel

  • Dr. Jose L. Güell pode ser contatado no Instituto de Microcirugía Ocular, Departamento de Cornea, c/Munner 10, 10 CP 08022, Barcelona, Espanha; +34-93-253-15-00; fax: +34-93-417-13-01; e-mail: guell@imo.es.