Implante intravítreo com laser supera laser sozinho no EMD difuso
Tratamento combinado aumentou a acuidade visual, mas picos de PIO e o agravamento de cataratas sugerem mais estudos, afirmou um participante.
![]() David Callanan |
Um implante intravítreo com dexametasona com fotocoagulação a laser possibilitou resultados visuais melhores do que a monoterapia com laser no tratamento de edema macular diabético difuso, de acordo com um participante.
O Dr. David Callanan relatou os resultados ao longo de 12 meses atingidos com o Ozurdex (implante intravítreo com dexametasona da Allergan).
“Houve uma grande melhoria na acuidade visual melhor corrigida em pacientes tratados com tratamento combinado em vez de apenas laser. Ao longo de 12 meses, a espessura da retina e a área de vazamento diminuíram mais”, afirmou o Dr. Callanan na reunião da Association for Research in Vision and Ophthalmology, em Fort Lauderdale, Flórida.
A patogênese do edema macular diabético (EMD) é multifatorial, mas o rompimento da barreira hemato-retiniana tem um papel significativo, afirmou o Dr. Callanan.
“A fotocoagulação a laser é o tratamento padrão”, afirmou. “Ela pode reduzir o risco de perda de visão moderada, mas costuma produzir apenas uma pequena melhoria da acuidade visual. A terapia com corticosteróides pode afetar muitos desses processos envolvidos no rompimento da barreira hemato-retiniana, incluindo o aprimoramento da função de barreira das junções do tipo vascular, impedindo a migração de leucócitos e a inibição da prostaglandina, das citocinas inflamatórias e da expressão de VEGF”.
O Dr. Callanan e colegas se propuseram a avaliar a segurança e a eficácia do tratamento com esteróides na melhoria da visão em pacientes com EMD difuso.
“Um dos argumentos para este estudo era de que a adição do tratamento com esteróides à fotocoagulação a laser poderia reduzir o risco de perda de visão significativa do ponto de vista clínico e aumentar a probabilidade de aprimoramento visual, especialmente em pacientes com edema macular diabético difuso”, destacou.
Pacientes e medições
O estudo duplo cego incluiu 126 pacientes com EMD selecionados aleatoriamente para receber o implante intravítreo com dexametasona seguido por laser após um mês e 127 pacientes que receberiam injeções de placebo e monoterapia a laser após um mês.
Todos os pacientes tinham espessura de retina central de pelo menos 275 µm e a acuidade visual melhor corrigida entre 34 e 70 letras. O espessamento retinal deveria ser resultado do EMD difuso baseado na análise da tomografia de coerência óptica e na angiografia, apontou o Dr. Callanan.
Um centro de leitura avaliou imagens de OCT e angiogramas para verificar a presença de EMD difuso, mas os pacientes puderam se inscrever com base na opinião do investigador, sem pré-certificação do centro de leitura.
Os pacientes foram randomizados 1:1 para passar por terapia combinada ou injeção de placebo e laser após 1 mês. Conforme necessário, eles passaram por um novo tratamento com implante com dexametasona em um intervalo mínimo de 6 meses. Os pacientes também eram candidatos a um novo tratamento com laser a cada 3 meses, para simular o protocolo de tratamento em um ambiente clínico, afirmou o Dr. Callanan.
A medida principal foi a proporção de pacientes que obtiveram pelo menos 10 letras na melhor acuidade visual corrigida após 12 meses. Uma medida secundária foi a alteração da melhor acuidade visual corrigida inicial, da espessura retinal central e da segurança.
Os grupos de terapia combinada e monoterapia com laser eram compatíveis em termos de idade, gênero, duração de EMD, espessura retinal central inicial, acuidade visual e percentual de pacientes que já tinham feito tratamento a laser, afirmou o Dr. Callanan.
Resultados e eventos adversos
O Dr. Callanan afirma que, depois de 12 meses, 28% dos pacientes no grupo de tratamento combinado e 24% dos pacientes no grupo de tratamento com laser tiveram uma melhoria de pelo menos 10 letras na BCVA.
Entre os pacientes com edema difuso documentados pelo centro de leitura, o grupo que passou pela terapia combinada teve melhorias significativamente maiores na BCVA após 1, 4, 6, 7 e 9 meses (P < 0,05). Eles também tiveram maiores reduções médias na área de vazamento difusa após 4, 6, 9 e 12 meses (P < 0,05).
“Se você analisar a alteração média em relação à linha de base no vazamento difuso na angiografia nesse mesmo grupo, verá uma diferença significativa”, afirmou o Dr. Callanan. “No grupo que recebeu o implante com dexametasona, houve uma diminuição significativa no vazamento difuso na angiografia”.
Os dados da OCT mostraram que o inchaço diminuiu rapidamente em pacientes tratados com o implante com dexametasona. O inchaço diminuiu gradativamente no grupo que passou por monoterapia a laser, afirmou o Dr. Callanan.
O aumento da PIO foi o único efeito adverso e ocorreu com mais frequência no grupo de tratamento combinado (20%) do que no grupo de monoterapia (2%; P < 0,001). No entanto, a maioria dos pacientes não precisou de medicação e nenhum paciente precisou de cirurgia para diminuir a PIO.
Os grupos que passaram por terapia combinada e monoterapia a laser tiveram taxas similares de hemorragia vítrea, descolamento de vítreo, hemorragia retinal, catarata subcapsular e descolamento de retina, afirmou o Dr. Callanan.
O Dr. Callanan lembra que os pesquisadores também concluíram que as cataratas podem ter sido agravadas no grupo que recebeu tratamento combinado.
São necessários mais estudos com retratamento em intervalos de tempo menores para determinar o melhor tratamento combinado para os pacientes com EMD. – por Matt Hasson e Courtney Preston
For more information:
- O Dr. David Callanan pode ser encontrado no Texas Retina Associates, 801 W. Randol Mill Rd., Suite 101, Arlington, TX 76012; +1-817-261-9625: email: dcallanan@texasretina.com.
- Divulgação de informações: O Dr. Callanan recebe suporte financeiro da Allergan e é consultor da Bausch + Lomb.