Em Debate: Diferentes opções para tratar presbiopia
Em Debate levantou-se a seguinte questão a um painel de especialistas: Qual técnica cirúrgica é ou será a mais indicada para os pacientes présbitas? Quais critérios usa para indicar o excimer láser vs. uma LIO multifocal ou acomodativa para presbiopia?
Rodrigo Donoso
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Rodrigo Donoso |
A técnica depende de cada paciente
A técnica cirúrgica mais apropriada para os pacientes puramente présbitas sem duvida ainda não a conhecemos. A luz dos estudos e os diversos protótipos, ainda não aprovados para sua aplicação clínica, o consenso e a tendência atual é substituir o cristalino por algum tipo de LIO acomodativa ou pseudoacomodativa.
Quando este permita enfocar bem a longa, media distancia e perto, e sem alterar a qualidade visual em diferentes condições de iluminação, estaremos frente a uma solução aceitável para nossos pacientes présbitas que necessitem ver de perto sem óculos.
Afirmar isto é bastante fácil e quase universalmente aceito na atualidade, porem a solução desde o ponto de vista oftalmológico não será tão simples para cada paciente. Não existe um quadro clínico único de presbicia e nenhuma única técnica que seja a mais apropriada que a possa corrigir, se não excitem diferentes particularidades de cada paciente présbita com diversas soluções de acordo a cada caso. Não é o mesmo corrigir a um paciente présbita relativamente jovem, com baixa exigência visual de perto e com uma leve hipermetropia, que a um paciente maior com alta hipermetropia.
No primeiro caso, já que o paciente ainda tem uma aceitável amplitude de acomodação, se melhorará a sintomatologia da presbiopia transitoriamente só tratando a hipermetropia mediante LASIK, em quanto que no segundo estará de entrada indicada uma correção total de seu problema com uma LIO “multifocal” o “pseudoacomodativo”, que constituiriam a melhor opção na atualidade.
Outros casos muito diferentes são os pacientes levemente míopes, a quem basta tirar seus óculos para poder ler no começo da sua presbiopia, ou aqueles anisométropes, com maior miopia ou hipermetropia em um olho, com um olho muito dominante com respeito ao outro. Aos anisométropes podemos propor uma cirurgia também assimétrica, deixando um olho para longe e outro para perto.
Por último devemos lembrar que, em estes pacientes anisométropes, muitas vezes existe uma tropia e/ou falta de visão binocular. Portanto devemos operar seu olho dominante para longe, que geralmente é o menos amétrope, e seu olho não dominante para perto.
Em resumo, para decidir a magnitude da correção cirúrgica devemos tomar em conta a magnitude da presbiopia, do defeito refrativo em cada olho, a idade, as exigências de atividade de perto, longe e da visão intermédia, a visão binocular e a fusão.
Uma vez decidido que olho e a magnitude que vamos corrigir, deve-se escolher a técnica, já seja com laser ou a extração do cristalino transparente com implante de uma LIO mono ou multifocal. E se é multifocal, é importante selecionar a mais apropriada dependendo da atividade, exigências e aspirações de visão. Isto é outro tema, que deverá esclarecer-se com estudos comparativos das diversas LIOs multifocales ou acomodativas que estarão disponíveis no futuro imediato.
Para maior informação:
- Dr. Rodrigo Donoso pode ser contatado na en Av. Luis Pasteur 5917, Cod. Pos. 6670775, Vitacura, Santiago, Chile; +56-2-5205924; fax: +56-2-520 5999; e-mail: rdonoso@pasteur.cl.
Walton Nosé
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Walton Nosé |
Os implantes multifocais seräo a técnica de escolha
O paciente présbita emétrope com mais de 55 anos deve ser bem avaliado em quanto à sensibilidade ao contraste e eventualmente com o sistema Scheimpflug para avaliar a densidade do cristalino e a presença ou não de catarata. Caso esteja tudo normal um teste de monovisão com lentes de contato é fundamental. Não havendo adaptação pode-se indicar faco implantando uma LIO multifocal.
O paciente deve ser bem orientado sobre as expectativas do procedimento, sintomas e do resultado.
Em pacientes hipermetropes presbitas com até +4,0 DE com exames normais o LASIK hípermetropico e o implante tem bons resultados, lembrando de hipercorrigir o olho não dominante.
No LASIK hípermetropico, acredito que nestes casos o implante traz benefícios mais duradouros.
Em hipermétropes com mais de 4 D o implante tem resultados superiores.
Nos míopes presbitas até 3 D oriento a cirurgia só no olho dominante (LASIK ou PRK personalizado).
Caso o paciente não se adapte a monovisão com testes prévios, prefiro bilateral mantendo uma miopia de –0.5 D no dominante e –1 D no não dominante ou indicamos as LIOs multifocais refrativas acrílicas.
Míopes com refração superior a –3 D adaptam-se muito bem aos implantes. Os implantes multifocais fácicos ou pseudofácicos, serão a técnica de escolha para pacientes presbitas.
Para maior informação:
- Dr. Walton Nosé pode ser contatado na Av. Republica do Libano 1.034, 04502-001 São Paulo, Brasil; +55-11-3884-2020; fax: 55-11-3884-7680; e-mail: eyeclinic@eyeclinic.com.br.