December 01, 2009
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Estudo CRUISE sugere segurança, eficácia de VEGF na oclusão da veia central retiniana

Segundo um participante, a inibição do VEGF no edema macular como consequência da oclusão da veia central retiniana fornece melhorias rápidas e permanentes na acuidade visual ao longo de 6 meses.

Dr. David M. Brown
David M. Brown

Os dados são da fase 3 do estudo CRUISE sobre Lucentis (ranibizumab, Genentech) comparado com simulado (sham) e serão apresentados em breve pela U.S. Food and Drug Administration, afirmou o Dr. David M. Brown.

Os pacientes tratados com uma dose de 0,3 mg (n = 132) ou uma dose de 0,5 mg (n = 130) tinham três vezes mais probabilidade de ganhar 15 letras de visão do que os pacientes do tratamento simulado (n = 130).

“Enquanto os pacientes do tratamento simulado apresentavam poucas melhorias, os tratados com ranibizumab alcançaram resultados visíveis e significativos, observados pelo aumento de oito letras logo no dia 7”, afirmou o Dr. Brown.

Os pacientes em tratamento com ranibizumab também apresentaram uma diminuição rápida na espessura foveal central, com uma redução de 400 µm no dia 7 e de 433,7 µm (no grupo de 0,3 mg) e 452,3 (no grupo de 0,5 mg) ao final do estudo; por comparação, houve uma redução de apenas 167,7 µm na espessura foveal central no grupo de tratamento simulado.

O tratamento com ranibizumab foi bem tolerado sem relato de efeitos adversos graves, assim como uma menor taxa de complicações oculares se comparado com o tratamento simulado, explicou o Dr. Brown.

Anti-VEGF intravítreo é uma opção para determinados edemas maculares

A injeção intravítrea da terapia anti-VEGF parece ser um tratamento seguro e eficaz do edema macular como consequência da oclusão da veia retiniana central, mas várias injeções podem ser necessárias.

Após um acompanhamento de 2 anos, 44 olhos injetados com 1,25 mg de Avastin (bevacizumab, Genentech) apresentaram 3,5 de linha de melhoria na melhor acuidade visual corrigida e 42 olhos injetados com 2,5 mg apresentaram 2,7 de linha de melhoria.

Dr. Lihteh Wu
Lihteh Wu

Os pacientes na análise retrospectiva e multicêntrica dos casos realizada pela Pan-American Collaborative Retina Study Group necessitaram de uma média de 7,2 de doses no grupo de 1,25 e de 8,1 de doses no grupo de 2,5 mg.

Os pacientes no grupo de dose mais alta apresentaram uma melhoria na acuidade visual de 1,48 logMAR na linha de base a 1,18 logMAR em 3 meses, e a acuidade visual obteve uma média de 1,13 logMAR ao término do estudo. Os pacientes no grupo de dose mais baixa apresentaram uma melhoria na acuidade visual de 1,46 logMAR na linha de base a 1,17 logMAR em 3 meses, e a acuidade visual obteve uma média de 1,19 logMAR ao término do estudo.

“A partir do primeiro mês, houve uma melhoria na acuidade visual, mas não há diferença estatística significativa entre os dois grupos”, o Dr. Lihteh Wu afirmou.

Além disso, também não houve diferenças entre os dois grupos em relação a mudanças na espessura macular central.

Injeção VEGF bilateral no mesmo dia é segura para AMD em ambos os olhos

A injeção de agentes anti-VEGF no mesmo dia parece ser uma estratégia segura de tratamento para a degeneração macular relacionada à idade em ambos os olhos.

A apresentação bilateral da AMD úmida não é um problema raro, mas o agendamento de injeções escalonadas pode ser desafiador, afirmou o Dr. Sundeep Dev.

Em uma análise retrospectiva de 800 procedimentos bilaterais no mesmo dia, em 191 pacientes com idade média de 80 anos, apenas um paciente apresentou uma complicação ocular importante, a irite unilateral, que necessitou de terapia com esteroides. O Dr. Dev afirmou que o paciente se submeteu com êxito a três injeções subsequentes de agentes anti-VEGF após a resolução da irite.

Particularmente, ele explicou, este paciente tinha um histórico de vitrectomia e estudos posteriores poderiam ajudar a esclarecer se isso é um fator de risco para reações adversas.

Estudos futuros também podem ajudar a explicar os níveis sanguíneos previsíveis de agentes anti-VEGF, após a injeção intraocular, que podem ser importantes na determinação da segurança sistêmica. No estudo, um paciente relatou um aumento no uso de medicação anti-hipertensiva após a quinta dose de injeções bilaterais.

Protocolo cirúrgico personalizado pode simplificar o reparo do furo macular

Evidências emergentes em dois testes clínicos separados sugerem o potencial da adaptação do protocolo cirúrgico para resolução do furo macular respeitando as necessidades individuais do paciente.

Os resultados de dois testes sugerem que o posicionamento de bruços ou a remoção da membrana limitante interna (MLI) em pacientes com pequenos furos maculares pode ser desnecessária, afirmou o Dr. Alain Gaudric.

No primeiro teste, não houve diferença na resolução de furos maculares de 67 pacientes com tamanho menor do que 400 µm randomizados quanto à realização ou não do posicionamento de bruços.

A resolução anatômica foi notada em 94% dos pacientes do grupo de posicionamento de bruços e em 91% do grupo de posicionamento normal. Entretanto, o Dr. Gaudric explicou, a dor foi relatada mais frequentemente em pacientes com o posicionamento de bruços.

Em um segundo teste, que avaliou a necessidade da remoção da MLI em pacientes com furo macular maior ou igual a 400 µm, a resolução anatômica foi notada em 94,9% dos pacientes que se submeteu à remoção da MLI sob coloração azul de tripan se comparada a 73,2% sem remoção da MLI.

“Para furos menores idiopáticos, a taxa de sucesso não é significativamente reduzida se o posicionamento de bruços for substituído pelo cuidado de se evitar a posição supina”, afirmou o Dr. Gaudric. “Para furos maculares grandes, a taxa de sucesso é significativamente aumentada pela remoção da MLI. Pequenos furos, sem remoção da MLI alcançam uma taxa de fechamento igual a dos furos maiores com remoção da MLI”. – Escrito por Eryn L. Boyle, Carey Cowles, Matt Hasson e David W. Mullin