A perda de células endoteliais prematura pela DSEK é estabilizada em um ano
A perda celular endotelial precoce era maior após a queratoplastia endotelial com remoção da membrana de Descemet do que com a queratoplastia penetrante, afirmou um cirurgião.
![]() Jonathan H. Lass |
O Dr. Jonathan H. Lass discutiu as antigas descobertas provenientes do Estudo de Doador de Córnea, durante o Cornea Day, que antecedeu a reunião da American Society of Cataract and Refractive Surgery.
“A DSEK (queratoplastia endotelial com remoção da membrana de Descemet) é mais traumática, com mais perda endotelial nos primeiros 6 meses, a não ser que haja melhorias nas técnicas. No entanto, a perda celular se estabiliza em 1 ano, diferentemente da PK (queratoplastia penetrante) e, logo depois, os enxertos permanecem de modo satisfatório com baixas contagens, abaixo de 500 células por mm²”, afirmou o Dr. Lass.
Em 1 ano, ambos os grupos apresentaram uma taxa de rejeição de 5%. O grupo da DSEK apresentou uma taxa de reposição de enxerto de 6%, afirmou o Dr. Lass.
O grupo da DSEK teve uma perda celular média de 34% em 6 meses e de 38% em 1 ano, enquanto o grupo da PK apresentou uma perda celular de 11% em 6 meses e de 20% em 1 ano, afirmou.
O estudo contínuo sobre a DSEK versus PK avalia também os enxertos de doadores no banco de olhos, disse o Dr. Lass.
“As lições do Estudo de Doadores de Córnea para PK podem não se aplicar necessariamente à DSEK. Ele garante dados de 5 anos a longo prazo para a verificação de antigas descobertas”, afirmou o Dr. Lass.
O cirurgião fornece dicas para a EK bem-sucedida em casos de alto risco
A queratoplastia endotelial de alto risco na afacia apresenta desafios que podem ser superados com avaliação pré-operatória detalhada e técnica meticulosa, afirmou um participante.
O Dr. Kenneth M. Goins forneceu dicas sobre a EK (queratoplastia endotelial) em pacientes afácicos durante o Cornea Day que antecedeu a reunião da American Society of Cataract and Refractive Surgery.
“A cirurgia de EK de alto risco pode ser feita de modo seguro. Os segredos para o sucesso são experiência cirúrgica, plano de abordagem, colaboração com outros subespecialistas conforme a necessidade, e exames de imagem do segmento anterior no pré-operatório para auxiliar na seleção do paciente”, explicou o Dr. Goins.
“Espero que ao passarmos a realizar a DMEK, estes resultados sejam bem melhores.”
Os desafios da EK de alto risco incluem tratamento vítreo, defeito em parte da íris, que pode provocar direcionamento incorreto do ar e, em certos casos, deslocamento posterior do disco, além da presença de setons, afirmou o Dr. Goins.
Para tratar estes problemas, a inserção da LIO de câmara posterior pode estar garantida. A fixação transcleral e uma técnica de retirada lenta (pull-through technique) utilizando uma espátula deslizante de Busin ou injetor de LIO Monarch, protegem a íris, afirmou o Dr. Goins.
“Caso deva prosseguir com a EK em pacientes com afacia, a técnica de retirada lenta para inserção deve ser escolhida em vez do fórceps porque requer um controle melhor do tecido para ajudar a evitar o deslocamento posterior e direcionamento incorreto do ar”, explicou.
Artefatos corneanos indicam condições que exigem uma gama completa de tratamentos
Vários distúrbios podem provocar manchas corneanas superficiais — mas nem todos necessitam de tratamento, comentou um especialista.
O Dr. Ivan R. Schwab compartilhou dicas sobre a identificação de artefatos corneanos e diagnóstico de doenças sistêmicas subjacentes durante o Cornea Day, que antecedeu a reunião da American Society of Cataract and Refractive Surgery.
As condições evidenciadas pelos pontos e manchas corneanas incluem a ceratite pontual superficial de Thygeson, a distrofia da membrana basal e a ceratite de placa mucosa tardia do herpes zoster.
“Certamente, as cicatrizes corneanas, trauma e outros fatores parecidos podem mimetizá-las em qualquer momento e intensidade”, afirmou.
A ceratite intersticial pode indicar sífilis, vírus da Epstein-Barr, lepra, sarcoidose e tuberculose.
A distrofia da membrana basal e a ceratite de placa mucosa do herpes zoster parecem ter indicação para o debridamento. Entretanto, nestes casos, o debridamento pode provocar lesões epiteliais não cicatrizantes ou úlceras neurotróficas.
Cegueira por catarata no mundo em desenvolvimento, um desafio difícil, mas tratável
A cegueira causada por catarata continua a representar um problema importante ao mundo em desenvolvimento, caracterizado pela necessidade em controlar altos custos e, ao mesmo tempo, fornecer um tratamento oftalmológico de qualidade.
Apesar de este fato ser assustador, afirmou o Dr. David F. Chang durante a Binkhorst Lecture na sessão de abertura da American Society of Cataract and Refractive Surgery, não é insuperável. Na realidade, vários programas em todo o mundo demonstraram que a cirurgia de catarata pode ser realizada de modo eficaz e com responsabilidade de custo.
O segredo na abordagem dos 18 milhões de casos de cegueira por catarata bilateral em todo o mundo pode ser a adoção das técnicas de MSICS (cirurgia de catarata por pequena incisão), afirmou o Dr. Chang, indicando o sucesso dos Avarind Hospitals na Índia, do
Himalayan Cataract Project e do Project Vision na China ao implementar estas técnicas na prática.
Ele explicou que o ponto em comum destes programas é a oferta de facoemulsão para pacientes que podem pagar pela cirurgia, e a reversão da renda proveniente destas cirurgias para a realização de MSICS gratuitas.
Neste debate, o Dr. Chang enfatizou que a cura da cegueira nos países em desenvolvimento é mais do que um serviço prestado à humanidade; ela também contribui para uma maior melhoria da comunidade global.
“A cegueira é um entrave ao progresso econômico”, explicou o Dr. Chang. “Um dos recursos mais valiosos e preciosos para a sociedade é ter bons cirurgiões de catarata”. — por Bryan Bechtel, Erin L. Boyle, Matt Hasson and David W. Mullin