A incidência de glaucoma secundário ao uso de esteróides vem aumentando nos últimos 5 anos
Uso crescente de triamcinolona intravítrea e sub-tenoniana é uma das causas principais, afirma cirurgião.
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O glaucoma secundário ao uso de esteróides tem se tornado mais comum nos últimos 5 anos, tornando-se recentemente uma verdadeira “epidemia”, revelou Dr. Alan L. Robin, Membro do setor de Glaucoma da OSN U.S. Edition.
Este problema crescente é devido, principalmente ao uso mais freqüente de injeções de triamcinolona intravítrea e sub-tenoniana para múltiplas indicações, explicou Dr. Robin que, associado a colaboradores, têm estudado os efeitos da triamcinolona intravítrea no aumento da PIO.
O aumento da PIO secundário a esteróides pode ser causado inclusive por uso de medicações tópicas, sistêmicas e possivelmente por via inalatória, completou ele.
Os esteróides são inibidores da neovascularização e estão entre as drogas anti-angiogênicas mais potentes. Os cirurgiões de retina têm recentemente se apoiado neles no sentido de minorar patologias inflamatórias, neovasculares e edematosas.
Freqüência e potência afetam a PIO
Alterações morfológicas e bioquímicas como aumento do tamanho celular, reorganização do citoesqueleto actínico e distribuição da proteína miocilina mRNA ocorrem na malha trabecular seguidas à exposição ao esteróide, revelou Dr. Robin. Entretanto, a fisiopatologia da elevação da PIO induzida pelos esteróides não é totalmente conhecida.
Seguida a administração de esteróides, certos pacientes podem experimentar aumento da PIO após até 1 semana a alguns meses. Dr. Robin cita um caso descrito na Universidade Duke, no qual o paciente sofreu com a PIO elevada de 60 mm Hg 1 semana após uso da substância.
“Não é incomum, entretanto o paciente apresentar aumento de PIO tardio, 2 ou até 3 meses após o seu uso e muitos pacientes — de 5% a 10% aproximadamente — parecem apresentar aumentos expressivos da PIO, às vezes pouco ou não responsiva aos anti-hipertensivos tópicos”, afirmou ele.
Os pacientes que apresentam um risco maior de hipertensão são aqueles utilizam a droga com uma freqüência alta ou em altas concentrações ou quando esteróides de depósito são utilizados, revelou Dr. Robin.
“Está bem estabelecido 50% a 60% dos indivíduos expostos aos esteróides com uma freqüência alta o suficiente e em altas concentrações podem desenvolver glaucoma”, disse.
“Estamos observando tantos casos [de PIO elevada] devido ao uso injetável intravítreo onde a concentração de esteróides intra-ocular é alta e aí permanece por 6 a 8 meses”, explicou.
Prevenção e tratamento
Não há métodos preventivos que possam impedir o desenvolvimento de um glaucoma secundário ao uso de esteróides, pois ainda não está claro o porque de alguns pacientes apresentarem aumento da PIO e outros não, afirmou Dr. Robin.
Esta epidemia levou o Dr. Robin e seus colaboradores Dr. Ray Sjaarda, e Dr. Eric P. Suan a investigar profundamente tratamentos possíveis para o glaucoma secundário ao uso de esteróides. Eles estudaram o efeito do acetato de anacortave, um cortisene angiostático, no aumento da PIO e observaram resultados promissores.
A droga diminuiu a PIO em animais que desenvolveram hipertensão secundária após uma injeção inicial de dexametasona seguida por uso tópico de dexametasona, observou.
Dr. Robin e seus colaboradores também testaram os efeitos do acetato de anecortave nos pacientes responsivos aos esteróides, que apresentaram uma drástica redução na PIO como resultado do tratamento. Dr. Robin conclui afirmando que tem esperanças que a droga ajude àqueles que sofrem de glaucoma secundário ao uso de esteróides. Sua investigação continua.
Para Sua Informação:
- Dr. Alan L. Robin pode ser contatado em 6115 Falls Rd., Suite 333, Baltimore, MD 21209; +1-410-377-2422; fax: +1-410-377-7960; e-mail: glaucomaexpert@cs.com.
- Aleta Mayne é correspondente da OSN baseada na Doylestown, Pa. (E.U.A.)