December 01, 2005
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Pacientes glaucomatosos têm melhores expectativas a longo prazo no novo milênio

Enquanto relativamente uma pequena porcentagem de pacientes glaucomatosos perdem a visão, problemas à nível das células retinianas persistem, diz um expert.

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Dr. Eugenio Maul [photo]
Eugenio Maul

Avanços no tratamento do glaucoma têm resultado na redução da sua progressão para cegueira, mas alguns problemas ao nível de célula retiniana persistem sem solução, afirmou Dr. Eugenio Maul de la Puente.

Tradicionalmente existia uma visão negativa da eficácia do tratamento a longo prazo do glucoma, entretanto, esta percepção tem sido revertida nos últimos anos, disse ele.

Dr. Maul revelou que cegueira devido ao glaucoma no momento do diagnóstico caiu drasticamente de 44,7% em 1982 para 0,5% em 2003. Estudos adicionais têm demonstrado que a cegueira no glaucomatoso submetido ao tratamento diminui de 63% para promissores 4,2%

Mais recentemente, o risco de cegueira unilateral devido ao glaucoma despencou de 10,5% para 2,4% em pacientes não-tratados e para 0,3% nos tratados com acompanhamento longo prazo, continuou ele. Estudos transversais tais como os de Baltimore Eye Survey, demonstraram que apenas 4% a 8% dos pacientes detectados com glaucoma, tiveram algum grau de cegueira.

“Isto constitui um paradoxo”, afirmou Dr. Maul ao proferir a palestra Gradle Lecture no Congresso Pan-Americano de Oftalmologia em Santiago, em Março. Ainda que seja verdade que o glaucoma é uma das principais causas de cegueira no mundo, pelo ponto de vista prático não provoca impacto de grandes proporções dos pacientes afetados”.

Ele afirmou ainda que a detecção do glaucoma é cara e pode ser ineficaz. Assim sendo, esforços pesados para sua detecção deveriam ser direcionados àqueles pacientes com história familiar e àqueles com cegueira unilateral devido ao glaucoma. Porque o glaucoma é uma doença assimétrica, quase sempre afetando um olho mais que o outro, os especialistas deveriam cuidar mais intensamente do olho menos prejudicado.

Fatores de risco e sinais de perigo

Pacientes mais propensos a desenvolver glaucoma são aqueles com mais de 59 anos de idade com hipertensão ocular, história familiar de glaucoma, síndrome de pseudo-exfoliação e miopia, de acordo com Dr. Maul.

Durante sua conferência, ele enumerou os fatores de risco que possam fazer a hipertensão ocular progredir para glaucoma: PIO maior que 24 mm Hg, idade acima de 59 anos, córneas com espessura central menor que 555 µm e escavação papilar maior que 0,4 mm.

Isso nos diz que o tratamento é justificável em apenas 15% de pacientes com hipertensão ocular, ele comentou.

A condição de pacientes com glaucoma inicial pode deteriorar caso tenham mais de 68 anos de idade ou tenham um ou mais dos seguintes: ausência de tratamento, PIO acima de 21 mm Hg, pseudo-exfoliação, bilateralidade e hemorragia papilar.

Dr. Maul enfatizou que o objetivo do tratamento do glaucoma é a prevenção da cegueira. Sendo asim, é imperativo lembrar que o dano no campo isual ocorre previamente à cegueira e constitui uma severa indicação ao tratamento.

Ele também ressaltou que devemos ter cuidado em temporizar quão breve a lesão ocorrerá. Lesões significativas podem demorar 3 anos para se manifestarem, o que dá ao médico tempo suficiente para providenciar as necessárias medidas para proteger o paciente.

“Glaucoma é uma doença lenta e progressiva”, disse ele.

Futuro do tratamento

De acordo com Dr. Maul, o tratamento inicial deveria ser medicamentoso e depois com trabeculoplastia a laser e então tabeculectomia.

“O futuro do tratamento neste milênio deveria ser direcionado para se achar mecanismos que aumentem a pressão do fluxo sangüíneo do nervo óptico, assim como neuroproteção”, Dr. Maul afirmou. “O futuro da detecção precoce desta doença reside na avaliação clínica da lesão das células retinianas, que é visualização direta das células retinianas ganglionares na apoptose”.

Para Sua Informação:
  • Dr. Eugenio Maul de la Puente é professor de oftalmologia e chefe de departamento da Universidade Católica do Chile; +56-2-207-1077; fax: +56-2-207-0609; e-mail: emaul@med.puc.cl.
  • Dr. Guillermo E. Chapa é correspondente da OSN sediado em Monterrey, México.