April 01, 2005
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Desvalorização do peso deixou seu vestígio no exercício da oftalmologia na Argentina

Todos os argentinos, e os oftalmologistas em particular, vivenciaram pela década dos 90 o apogeu da tecnologia, independentemente de ideologias políticas. Isto incluiu a construção de autopistas, estações de serviço com banheiros limpos, orelhões em cada quarteirão, telefones celulares muito antes que em muitos lugares do mundo, viagens para o exterior a baixo custo quando comparados com os de cabotagem.

Nós oftalmologistas pela primeira vez pudemos ter acesso à tecnologia do mundo que víamos nas exibições comerciais das reuniões como a American Academy of Ophthalmology e a American Society of Cataract and Refractive Surgery.

Nos costumamos a implantar as melhores lentes intra-oculares, a usar os melhores viscoelásticos, a adquirir um laser excimer e cobrar nossas cirurgias em pesos ou dólares que era igual. Por exemplo, um cirurgião bom cobrava US$2.000 por facoemulsificação ou LASIK, enquanto nos Estados Unidos era cobrado US$1.000 pela mesma cirurgia.

Nesses tempos, a oftalmologia Argentina podia competir de igual para igual com qualquer lugar do mundo por nossos conhecimentos, habilidade e tecnologia. Aprendemos como deveria ser equipado tecnologicamente um oftalmologista. Muitos de nós analisamos aquela situação e pensamos que seria eterna, mas infelizmente aconteceu a conhecida e desequilibrada desvalorização do peso.

Isto foi levado a cabo entre um contexto puramente especulativo, despertado paradoxalmente por quem foi o administrador da Lei de Conversibilidade.

Por tudo aquilo que estava acontecendo aprendemos, entre outras coisas, que deveu ser mais saudável dar o valor real à moeda, liberando o mercado de divisas. Desse modo permite a todos os atores da economia reagir com lógica, e defender uma cotização razoável para a moeda nacional, e ir adaptando os custos, até mesmo num contexto de interesses encontrados.

Oftalmologia com tarifas desvalorizadas e custos dolarizados

A partir da desvalorização do peso, os custos de insumos, material descartáveis, medicamentos, lentes intra-oculares, acessórios e equipamentos oftalmológicos se multiplicaram no melhor dos casos, pelo valor do mercado do dólar. Enquanto isto acontece, o mercado não acha substitutos desses produtos, então os custos não podem ser racionalizados.

O faturamento das prestações não conseguiu superar os valores históricos acordados em pesos, pondo em risco a continuidade na atenção dos beneficiários de obras sociais e serviços de medicina conveniada.

As práticas cirúrgicas oftalmológicas enfrentam a partir desse momento limitações econômicas e financeiras, para conseguir manter a qualidade na atenção dos pacientes, resignando as reservas necessárias para manter atualizada a infra-estrutura de benefícios, alem da redução evidente do capital de trabalho.

Esta situação afetou a todos aqueles que, de forma inevitável, para assegurar sua saúde visual, devem convergir igualmente aos centros oftalmológicos para ser atendido cirurgicamente, sem o respaldo suficiente dos sistemas públicos ou privados de saúde.

Para sua informação:
  • Dr. Hugo Daniel Nano pode ser contatado no Instituto de Ojos Dr. Hugo Daniel Nano; Marcelo T. de Alvear 1418 (1060); Buenos Aires, Argentina; +5411-4816-7227; fax: +5411-4811-9636; e-mail: info@hugonano.com.ar.
  • Dr. Carlos Ferroni pode ser contatado no Tte. Gral. Juan D. Perón 1834 (ex Cangallo) 1040 — Capital Federal; +5411-4372-2265; e-mail: clinicaferroni@arnet.com.ar.