August 01, 2011
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Cirurgiões podem considerar LIOs multifocais em pacientes com DMRI, glaucoma ou diabetes

Alguns ainda consideram as comorbidades uma contraindicação, mas outros estão considerando as lentes para determinados pacientes.

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Dra. Magda Rau
Magda Rau

No passado, os cirurgiões não escolheriam uma LIO multifocal para um paciente com degeneração macular relacionada à idade, glaucoma ou diabetes. No entanto, os avanços nos modelos de lentes estão fazendo alguns médicos reconsiderarem essa opção.

“A DMRI, o glaucoma e a diabetes costumavam ser uma contraindicação absoluta para o uso de LIOs multifocais”, afirmou em uma entrevista a Dra. Magda Rau, que é membro do Conselho Editorial da edição Europeia. “Mas a situação mudou recentemente. Novas LIOs multifocais com modelos aprimorados foram produzidas. Sabemos o resultado no olho dos diferentes tipos e modelos de LIOs multifocais, os possíveis problemas e como evitá-los. Por outro lado, um número cada vez maior de pacientes pede especificamente esse tipo de lente e expressa claramente o desejo de não usar mais óculos”.

Uso em determinados casos

A Dra. Rau frisou que cada caso com comorbidades deve ser avaliado individualmente. O cirurgião deve determinar se o implante de lentes multifocais será benéfico para o paciente e por quanto tempo. O prognóstico da doença existente e a expectativa de vida do paciente também devem ser levados em consideração.

“Como regra geral, eu não faço o implante de LIOs multifocais em pacientes com DMRI seca ou molhada”, afirma. “A única exceção é o estágio inicial da maculopatia com corpos coloides maculares, quando nenhuma progressão foi reportada por pelo menos 1 ano e nenhum campo visual foi detectado pelo teste de tela de Amsler”.

Ela acrescenta que o glaucoma primário de ângulo aberto controlado sem alterações no campo visual ou na camada de fibra nervosa da retina, conforme mostrado pela tomografia de coerência ocular, não é uma contraindicação.

“Existem casos nos quais o tratamento médico a longa prazo induziu a rigidez da pupila e, nesses casos, eu evito as LIOs multifocais se o diâmetro da pupila for inferior a 3,5 mm”, afirmou a Dra. Rau. “No entanto, as LIOs multifocais difrativas, que não dependem do tamanho da pupila, podem ser consideradas em pacientes com a pupila pequena”.

A Dra. Rau também não considera que a diabetes bem controlada seja uma contraindicação. “Antes da cirurgia, faço uma angiografia fluoresceínica para excluir vários aneurismas e a presença de áreas periféricas menos vascularizadas na retina, não visíveis na biomicroscopia”, destacou. “Dessa forma, eu excluo o risco de progressão para retinopatia diabética, que é uma contraindicação para o implante dessas lentes”.

Potencial deficiência visual

Dr. Jorge L. Alió
Jorge L. Alió

Por outro lado, o Dr. Jorge L. Alió, PhD, membro do Conselho Editorial da edição europeia da OSN, acredita que a dispersão de luz pode causar deficiência visual em pacientes com comorbidades.

“As LIOs multifocais são lentes de ponta fabricadas com o propósito de aprimorar a visão de perto e intermediária dividindo a luz em diferentes focos”, afirmou. “Essa divisão da luz faz com que a energia se concentre em diferentes níveis do eixo visual, com perda da sensibilidade ao contraste na maioria dos modelos e o potencial de fenômeno fótico vindo de uma determinada imagem óptica que é criada pela luz que migra para diferentes focos”.

O Dr. Alió afirma que só considera o uso de LIOs multifocais em pacientes com potencial visual normal e não as utiliza em pacientes com potencial para problemas maculares, glaucoma ou retinopatia diabética.

“Espero bons resultados visuais e refrativos, comportamento óptico normal e um bom prognóstico em termos de neuroadaptação”, afirmou.

Esse cirurgião também considera que as LIOs multifocais são contraindicadas em pacientes com distrofias retinianas, como a retinitis pigmentosa.

“O motivo da contraindicação é a dispersão de luz no eixo visual”, afirma. “Os pacientes com baixa sensibilidade ao contraste devido a diferentes patologias ficariam incapacitados com a dispersão da lente multifocal”.

O Dr. Alió afirma que as LIOs de acomodação são mais indicadas nesses casos porque elas afetam a distribuição de luz no eixo visual e podem ajudar na visão de perto.

“Algumas lentes com recursos multifocais, como a Crystalens (Bausch + Lomb), devido a uma adição de visão de perto muito baixa, também são uma opção viável”, acrescentou. “Além de não terem impacto negativo na qualidade visual, elas podem oferecer alguns aprimoramentos na visão intermediária, o que é útil para a maioria dos pacientes com potencial visual suficiente de mais de 20/30”.

O Dr. Alió acha que, no futuro, novos modelos de lentes com nenhuma ou pouca perda de sensibilidade ao contraste possam vir a ser indicados para esses casos problemáticos.

  • O Dr. Jorge L. Alió, PhD é membro do Conselho Editorial da edição europeia da OSN. Ele pode ser contatado em Vissum, Corporacion Oftalmologica, Avda. de Denia, s/n, 03016 Alicante, Espanha; 34-965-150-025; fax: 34-965-151-501; jlalio@vissum.com.
  • A Dra. Magda Rau pode ser contatada em Augenärztin Belegärztin, Aepflet 24, 93437 Furth im Wald, Alemanha; +(49) 9973-802593; fax: +(49) 9973-500753; email: info@privatlinik-dr-rau.de.
  • Divulgação de informações: O Dr. Alió não tem interesses financeiros na Crystalens, mas é consultor da Bausch + Lomb. A Dra. Rau não fala sobre produtos que precisem de divulgação de interesses financeiros.