August 01, 2005
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Ceratoplastia posterior associada com menos glaucoma pós-operatório

Palestrantes no encontro da American Glaucoma Society apresentaram os avanços no tratamento clínico e cirúrgico do glaucoma.

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Ramesh Ayyala
Ramesh Ayyala

SNOWBIRD, Utah, E.U.A. — A ceratoplastia penetrante está associada com maior incidência pós-operatória de glaucoma que a ceratoplastia penetrante posterior assistida por microcerátomo, de acordo com estudo retrospectivo. A técnica posterior pode ser mais benigna pois reduz a distorção no ângulo camerular, revela Dr. Ramesh Ayyala em apresentação proferida no encontro da American Glaucoma Society.

Dr. Ayyala e colaboradores revisaram os prontuários de pacientes submetidos à ceratoplastia penetrante (PK) e pacientes submetidos à ceratoplastia penetrante posterior assistida por microcerátomo (MAPPK).

Quinze pacientes foram submetidos à PK e 16 à MAPPK, afirmou. A PIO basal dos pacientes era de 13 mm Hg no grupo PK e 15 mm Hg no grupo MAPPK. As consultas de follow up foram realizadas aos 1, 3, 6 e 12 meses. Na visita de 1 mês, a média de PIO era de 15,8 mm Hg no grupo PK e 10,4 mm Hg no grupo MAPPK. Na visita de 3 meses, era de 21,67 mm Hg no grupo PK e 15,87 mm Hg no grupo MAPPK. Aos 6 meses, 15,9 mm Hg no grupo PK e13 mm Hg no grupo MAPPK. Na visita de 1 ano, PIO de 17 mm Hg no grupo PK e 13,75 mm Hg no grupo MAPPK.

Dr. Ayyala revelou que por não afetar as estruturas do ângulo, o MAPPK reduz a incidência de glaucoma pós-operatório. No grupo PK, 30% dos pacientes que não apresentavam história prévia de glaucoma desenvolveram glaucoma após a cirurgia.

Segue uma revisão de algumas interessantes apresentações no encontro da AGS.

Compreendendo o canal de Schlemm

O futuro da cirurgia de glaucoma deve passar pela microcirurgia do canal de Schlemm mas muito ainda deve ser feito para se aprender acerca de estrutura do canal, afirmou Dr. David Epstein. Revelou que os cirurgiões podem melhorar a viscocanalostomia compreendendo a estrutura anatômica funcional e a fisiologia desta estrutura. Ele encorajou os oftalmologistas a perseguir novas técnicas cirúrgicas que envolvem o canal.

Dr. Epstein creditou ao Dr. Robert Stegmann o crescente interesse e o renascimento da cirurgia de não-penetrante com a introdução de sua técnica de viscocanalostomia que envolve a remoção da parede externa do canal de Schlemm. Dr. Epstein observou entretanto que mais conhecimento é necessário para se entender como a cirurgia não penetrante funciona. Quando a parede externa do canal é removida, há reação cicatricial colapsando o tecido, revelou.

Ele observou que a habilidade de se penetrar no lúmen do canal sem remover completamente a parede interna pode ser a chave do sucesso da cirurgia.

Monitorização contínua da PIO

Um microsensor a ser implantado que monitora a PIO ao longo de todo dia deverá melhorar o entendimento dos médicos acerca do comportamento do glaucoma, revelou Dr. Leon G. Partamian.

“Uma simples medida da PIO no consultório não revela informações adequadas a cerca do comportamento da PIO”, revelou Dr. Partamian.

Os níveis da PIO variam continuamente durante o dia, observa ele, e as formas de medidas atuais da PIO como a tonometria de Goldman criam apenas quadros instantâneos acerca da PIO do paciente.

Dr. Partamian e colaboradores do Jules Stein Eye Institute estão desenvolvendo um instrumento que monitora a PIO por doissensores colocados a distância na córnea. Os pesquisadores observaram medidas precisas e consistentes da PIO com um protótipo em câmaras de teste pressóricas, revelou.

Tratamento do glaucoma terminal

O tratamento do glaucoma terminal, quando calculado observando um horizonte de dois anos, requer maiores custos no primeiro ano que no segundo, revelou John G. Walt, MBA.

Sr. Walt e colaboradores conduziram um estudo piloto para determinar os custos diretos do tratamento do glaucoma terminal por 2 anos.

Os custos associados ao tratamento de 47 pacientes com glaucoma terminal em uma clínica de glaucoma foram avaliados, afirmou Sr. Walt. O custo médio por paciente para o primeiro ano de tratamento é de US$2.606,00 e para o segundo ano US$1.496,00. Sr. Walt disse que a cirurgia a reabilitação em visão subnormal acarretam os maiores custos no primeiro ano.

Detecção do glaucoma pediátrico

O glaucoma infantil é frequentemente esquecido pelos pediatras e familiares e os oftalmologistas devem estar atentos e procurarem por sinais e sintomas de glaucoma quando realizarem exames pediátricos, afirmou Dr. David Walton.

Fotofobia, lacrimejamento, turvação corneana, aumento da córnea, baixa acuidade visual ou a sua diminuição e miopia progressiva estão entre os sinais e sintomas que servem de pista para a presença de glaucoma pediátrico, disse.

“O glaucoma infantil não é freqüente mas é causa de 10% a 20% da cegueira mundial em crianças”, revelou.

A fotofobia é o sintoma que pode encontrado no primeiro ano de idade e, geralmente, permanece não observado por pediatras e pais, revela. Frequentemente os pais aceitam a intolerância de seu filho à luz e não acreditam que isto pode ser um problema, afirmou.

As opacidades corneanas são, provavelmente o sinal mais comum de glaucoma caracteristicamente observado em neonatos, revelou Dr. Walton.

O aumento da córnea pode ser um sinal de PIO elevada, afirma. O aumento da córnea é difícil de se medir mas pode ser estimado comparando-se o tamanho da córnea da criança com a de sua mãe.

Crianças que fazem uso de esteróides podem estar com risco aumentado para desenvolvimento de glaucoma seus olhos podem apresentar um aspecto “almofadado” e PIO elevada, continua.

Ele sugere a utilização de instrumentos portáteis para o exame da criança ser mais tranqüilo. Lâmpadas de fenda, tonômetros e gonioscópios estão entre os instrumentos disponíveis na forma portátil.