A LIO multifocal anesférica apodizada aumenta a independência dos óculos e a satisfação do paciente
Segundo um estudo, uma zona difrativa graduada minimizou a ofuscação e halos.
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Thomas Kohnen |
De acordo com um estudo, o implante bilateral de uma LIO anesférica multifocal melhorou a acuidade visual para perto, proporcionou uma boa visão intermediária e produziu poucos danos visuais.
Os dados mostraram que as lentes também produziram altas taxas de satisfação do paciente e independência dos óculos.
Os pacientes receberam a LIO multifocal, anesférica, difrativa e apodizada AcrySof IQ ReSTOR SN6AD1 (Alcon) com adição de +3 D.
O Dr. Thomas Kohnen, coordenador do estudo, afirmou que um efeito pseudoacomodativo reduziu significativamente a dependência dos óculos, em comparação com as lentes monofocais mais comuns.
“Quando utilizamos lentes monofocais, o que ainda é o padrão em todo mundo, em 85% [dos casos], o paciente ainda precisa usar óculos para leitura. Às vezes, ainda há algum efeito pseudoacomodativo, mas normalmente quem recebe uma lente monofocal necessita de óculos para leitura”, afirmou o Prof. Kohnen em uma entrevista por telefone para a Ocular Surgery News. “No caso estudado, não há necessidade de óculos para leitura, pois há o foco de acuidade visual de perto. Essa é uma excelente vantagem”.
A LIO AcrySof IQ ReSTOR SN6AD1 apresenta uma parte óptica de 6 mm, uma zona refrativa externa e uma zona difrativa apodizada central de 3,6 mm. As etapas difrativas descendem gradualmente do centro para a periferia para reduzir a ofuscação e halos e facilitar a visão para longe. Segundo o resumo do estudo, o desenho da lente incorpora a aberração esférica negativa, compensando uma aberração corneana positiva.
Uma versão anterior da lente anesférica, a LIO AcrySof IQ ReSTOR SN6AD3, apresentava uma adição de +4 D com um menor ponto focal de perto que alguns pacientes consideraram problemático, explicou o Prof. Kohnen.
A U.S. Food and Drug Administration aprovou a ReSTOR SN6AD1 em 2008.
Os resultados desse estudo foram publicados no Journal of Cataract and Refractive Surgery.
Pacientes e procedimentos
O estudo prospectivo e multicêntrico incluiu 186 olhos de 93 pacientes que se submeteram a extração de catarata ou troca de lente refrativa. Os grupos tinham 147 olhos de hipermetropia (79%), 37 olhos míopes (20%) e dois olhos emetrópicos (1%). A hiperopia máxima foi de 4,5 D de equivalente esférico e a miopia máxima foi de 7,1 D de equivalente esférico. A média de idade dos pacientes era 62 anos.
As LIOs foram inseridas através de incisões de 2,2 mm a 3,2 mm com injetores Monarch II ou III (Alcon). O tamanho médio das incisões foi de 2,4 mm. O intervalo entre a primeira e a segunda cirurgia ocular foi de 7 a 30 dias.
Os pesquisadores avaliaram a acuidade visual em logMAR, com a correção de distância usando a tabela ETDRS a 4 m para visão à distância. Uma nova tabela ETDRS foi usada para avaliar a visão de perto a 40 cm e a visão intermediária a 60 cm.
Os pacientes preencheram os questionários nas visitas de admissão e pós-cirúrgicas.
Os pesquisadores concluíram as avaliações pós-cirúrgicas a 1, 3 e 6 meses, após a cirurgia do segundo olho. A opacificação da cápsula posterior, a centração da LIO e a inclinação foram avaliadas. Três olhos de dois pacientes se submeteram à LASIK para correções entre o terceiro e o sexto mês da avaliação.
Distância ideal, danos visuais
Os autores relataram que os dados do estudo mostraram que as estatísticas de acuidade visual binocular corrigida para longe, perto e intermediária melhoraram de modo significativo em 81 dos pacientes que se submeteram às avaliações pós-cirúrgicas e aos 6 meses após a cirurgia (P < 0,001).
Em 6 meses, o logMAR de acuidade visual média não corrigida foi de –0,03 a 4 m, 0,20 a 70 cm, 0,13 a 60 cm, 0,05 a 50 cm e 0,04 a 40 cm. Mais de 98% dos pacientes apresentaram a acuidade visual Snellen equivalente para perto e para longe de 20/40 ou melhor. A acuidade visual Snellen equivalente foi de 20/40 ou melhor em todas as três distâncias, para 76% dos pacientes.
A média de satisfação do paciente foi de 8,3 em 10 e 88% dos pacientes obtiveram a independência dos óculos.
A distância ideal de leitura para perto foi de 37 cm com as novas lentes +3 D, comparada com 32 cm da lente anterior de +4 D, afirmou o Prof. Kohnen.
“Os pacientes apresentaram a melhor correção para perto com uma distância maior, porque 32 cm é muito próximo ao olho”, ele explicou.
Os pontos focais para longe e para perto são mais próximos, reduzindo a diminuição na visão intermediária, entre os pontos, afirmou o Prof. Kohnen.
“Isso significa que agora temos uma diminuição de 40 cm da acuidade visual intermediária, em vez de 30 cm, o que proporciona uma melhor acuidade visual intermediária se comparada a [lente] +4 D”, explicou.
Os distúrbios visuais foram comparáveis aos da LIO anterior e diminuíram com o tempo.
“Algumas pessoas não gostam, mas elas podem suprimir uma imagem ... Quase 98% [dos pacientes] conseguem conviver com isso”, afirmou o Prof. Kohnen. “Eles sabem que existe, e normalmente desaparece ou diminui com o tempo. Após, 1 mês, 3 meses, 6 meses e 12 meses, uma diminuição é observada”. – por Matt Hasson
Referência:
- Kohnen T, Nuijts R, Levy P, et al. Visual function after bilateral implantation of apodized diffractive aspheric multifocal intraocular lenses with a +3,0 D addition. J Cataract Refract Surg. 2009;35(12):2062-2069.
- O Dr. Thomas Kohnen pode ser contatado no Department of Ophthalmology, Goethe-University, Theodor-Stern-Kai, 60590 Frankfurt/Main, Germany; 49-69-6301-6739; fax: 49-69-6301-3893; e-mail: kohnen@em.uni-frankfurt.de.
- Divulgação de informações: O Dr. Kohnen é um consultor pago e recebe taxas da sustentação da concessão e de leitura dos Alcon Laboratories. Igualmente recebe taxas da sustentação e de leitura da concessão de Bausch + Lomb Surgical e Rayner Intraocular Lenses Ltd.