Mitomicina C após LASEK diminui a incidência de haze
A droga melhorou a acuidade visual e resultado cirúrgico final em pacientes de grupo de estudo.
Foi demonstrado que o uso da mitomicina C diminui a incidência de haze e melhora a acuidade visual em pacientes submetidos laser epithelial keratomileusis (LASEK), de acordo com estudo recente.
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Imagem: Argento C, Cosentino MJ |
“Durante os últimos 2 anos, um número considerável de artigos têm sido publicados acerca do LASEK, descrevendo técnicas e resultados visuais”, afirmou Dra. Maria Jose Cosentino, do departamento de córnea do Hospital da Universidade de Buenos Aires, Argentina.
“Alguns destes artigos avaliaram a incidência de haze pós-cirúrgico. Nós acreditamos que é importante avaliar os efeitos potenciais de anti-metabólitos como a mitomicina C (MMC) na prevenção do desenvolvimento de haze”, revelou.
Dra. Cosentino e Dr. Carlos Argento, titular do departamento de oftalmologia do hospital da Universidade de Buenos Aires, Argentina, foram co-autores de um estudo retrospectivo para determinar o impacto do uso da MMC. “Não sabemos haver outros estudos comparativos da incidência de haze em procedimentos tipo LASEK, com ou sem MMC”, afirmou Dra. Cosentino. “Que efeito protetor real teria a conservação do epitélio no LASIK?”
“A MMC é uma droga potente originada do Streptomyces caespitosus”, revelou no encontro annual da American Society of Cataract and Refractive Surgery em San Diego, E.U.A.
“Produz uma supressão duradoura da síntese de colágeno e proliferação fibroblástica, levando a uma ligação cruzada de DNA”, afirmou.
Dois grupos de pacientes
O estudo consistiu de 30 casos de LASEK tratados com MMC intra-operatória na concentração de 0,02% (Grupo A) e 30 casos de LASEK sem MMC (Grupo B).
Após o procedimento de ablação, uma microesponja embebida com MMC foi utilizada nos pacientes do Grupo A por 60 a 75 segundos. “A seguir, nós lavamos profusamente com BSS”, revelou Dra. Cosentino. “No fim, recolocamos o flap epithelial com bastante cuidado”.
Ambos os grupos foram tratados no pós-operatório com fluorometolona por 3 meses seguintes ao LASEK (quatro vezes ao dia no primeiro mês, três vezes ao dia no segundo mês e uma vez ao dia no terceiro mês) e lágrimas artificiais sem preservativo.
No pré-operatório, o equivalente esférico (EE) dos pacientes do Grupo A era de -8,26 D (± 2,76 D) e nos pacientes do Grupo B o EE era de -8,17 D (± 1,96 D).
Aos 6 meses de pós-operatório, o EE era de +0,28 D (± 0,42 D) no Grupo A e +0,23 D (± 0,38 D) no Grupo B.
Resultados do haze
A intensidade do foi também mensurada em uma escala de 1 a 4.
“Nós encontramos 0,0 de intensidade no LASEK com MMC, comparado com 0,26 de intensidade sem MMC", revelou Dr. Argento. "Isto era estatisticamente significativo.”
A incidência de haze no Grupo B foi de 16,7% para traços, 3,3% para grau 1, 3,3% para grau 2, 3, 3% para grau 3 e 0% para grau 4. “Houve um paciente que foi classificado como grau 2 e outro como grau 3 em o grupo sem MMC”, disse Dra. Cosentino. “Ambos pacientes pararam a terapia antes dos 3 mêses”.
Acuidade visual sem correção ao fim de 6 meses era de 20/40 ou melhor em 93,3% dos pacientes do grupo A e 90% dos pacientes do grupo B. Da mesma forma era 20/25 ou melhor em 76,7% and 66,7% dos pacientes respectivamente.
“No geral, 6% dos pacientes perderam linhas na melhor acuidade visual corrigida no LASEK com MMC e 25% dos pacientes perderam linhas no LASEK sem MMC”, completou Dra. Cosentino.
“O uso profilático de MMC diminui significativamente a incidência de haze no PRK”, revelou. Efeitos tóxicos não foram observados com o uso de MMC neste estudo.
Hipercorrigindo
Os Drs. Cosentino e Argento rotineiramente hipercorrigem a refração manisfesta em 10% quando não utilizam MMC. “Mas quando utilizamos MMC apenas hipercorrigimos 8%”, comentou Dra. Cosentino.
Ambos os médicos iniciaram também prescrição de vitamina C (1 g/dia) começando 1 semana antes do LASEK, continuando pelos 2 meses seguintes.
“Follow up médio do grupo MMC é provavelmente não conclusivo em determinar os efeitos tóxicos do MMC. Entretanto a maioria dos efeitos colaterais foram descritos após 6 meses de pós-operatório”, disse Dra. Cosentino.
“O grupo tratado com MMC têm alguns pacientes que foram acompahados por mais de 1 ano sem evidenciar efeitos secundários”.
Para sua informação:
- Dr. Carlos Argento e Dra. Maria Jose Cosentino podem ser contatados no departamento de córnea, Departamento de Oftalmologia, Hospital de Clinicas, University of Buenos Aires, M.T. de Alvear 2261, Buenos Aires, Argentina C1122AA1; +54-11-48-27-79-00; fax: +54-11-48-25-74-12. O e-mail de Dr. Argento é argentoo@fibertel.com.ar, e de Dra. Cosentino é majocosentino@fibertel.com.ar.
- Bob Kronemyer è correspondente de OSN basado em Elkhart, Indiana, E.U.A.