Presidente da SAO clama por maior acesso público à saúde
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BUENOS AIRES – O presidente da Sociedade Argentina de Oftalmologia clama por maio cooperação através das sociedades médicas argentinas, assim como maior acesso à saúde disponível ao público em geral.
“Atualmente somos afetados por diferentes problemas. Existe uma convicção genealizada de que o sucesso alcança aquele que tem mais, e não aquele mais sabe. A tecnologia e o salário reduzido nos torna cada vez mais uma agência de saúde ao invés de médicos”, disse Dr. Eduardo Manzitti durante o Congresso Anual da Sociedade Argentina de Oftalmologia.
Ele levantou questões sobre os argentinos atravessarem as fronteiras para submeterem-se às cirurgias, por exemplo, de catarata, devido aos altos custos no país.
“É obrigação de todos nós, oftalmologistas argentinos, juntamente com as autoridades governamentais, solucionar tal problema. É absurdo, antiético e ainda mais contra nosso juramento Hipocrático, termos pacientes cruzando fronteiras”, Dr. Manzitti disse. “A oftalmologia tem ambos os recursos, tanto humano quanto ético”.
Ele encorajou os membros da sociedade a dedicarem-se mais ao ensino, educação oftalmológica.
“É muito importante que nós, como profissionais, continuemos à ensinar e treinar nossos estudantes e os jovens, dando espaço para que evoluam e se desenvolvam”, afirmou.
Paciente gestante com diabetes necessita de avaliação e monitoração extra
Ao tratar uma paciente grávida com diabetes, os oftalmologistas devem monitorar as complicações oculares de perto, as assistindo durante a gestação e acomponhando-as no período pós-parto.
Gustavo Piantoni |
“Mais e mais pacientes diabéticas tipo 1 e 2 ficam grávidas”, Dr. Gustavo Piantoni relatou durante a conferência de abertura. “Até há pouco tempo... a gravidez poderia findar em aborto. Agora podem ficar grávidas, mas esta gravidez tornou-se também uma complicação para o olho da paciente”.
Dr. Piantoni explicou que a gravidez induz modificações fisiológicas no olho da mulher, tais como redução na sensibiidade corneana, mudanças na acomodação e diminuição da PIO. Embora tais mudanças sejam comuns, ele afirmou que o médico não pode diagnosticar como uma mudança fisiológica, e deve examinar mais além quando estiver monitorando uma paciente diabética grávida.
“Se elas já apresentam doença pré-existente, tais mudanças poderão influenciar a gestação, ou a gestação influenciar o desenvolvimento de doenças”, Dr. Piantoni disse. “Não se atenha ao diagnóstico da mudança fisiológica. Isto demanda uma investigação em caso da mulher apresentar algo mais. Uma patologia concomitante ... é relativamente freqüente”.
Disse ainda que o oftalmologista deve rever e considerar patologias tais como coroidites, embolia amniótica, tumor, neurite ou endoftalmite. As condições pré-existentes podem incluir doença de Graves, alta miopia, retinite, hemangioma coroidal e retinopatia diabética.
Em um estudo com 123 pacientes em seu hospital, Dr. Piantoni mostrou que 21% piorou o quadro de retinopatia diabética durante a gravidez, principalmente nas pacientes com diabetes tipo I.
“Quais os fatores que podem ter impacto? São aqueles que podem determinar qualquer diabetes”, Dr. Piantoni disse. “O desenvolvimento da retinopatia diabética também depende do grau da retinopatia presente no início da gestação”.
Ele afirmou que o médico deve monitorar de perto as pacientes diabéticas no pós-parto para captar precocemente qualquer piora. Disse ainda que 7,6% dos pacientes sob estrito controle apresentaram progressão na doença, enquanto que 19,1% sob controle padrão, apresentaram piora.
Palestrante diz que é necessária nova classificação para conjuntivite urbana
Alejandro Berra |
Palestrante relata que, embora de caracterísitcas distintas do olho seco e da conjuntivite alérgica, não existe um diagnóstico patológico na existência de conjuntivite urbana devido à poluição ambiental.
“As principais cidades da América Latina – Santiago no Chile, São Paulo no Brasil, Cidade do México no México e Buenos Aires na Argentina – apresentam níveis de contaminação ambiental elevados, estes além dos valores recomendados pela Organização Mundial de Saúde”, disse Dr. Alejandro Berra, PhD.
Ele sugeriu que tais poluentes podem provocar uma resposta patológica no olho, a qual não se encaixa no diagnóstico de alergia ou de olho seco.
Gases tais como o dióxido de carbono, nitrogênio e oxigênio, metais e materiais particulados podem ser encontrados na atmosfera, com a qual a superfície ocular está em contato direto com 10.000 litros do ar por dia, ele informou.
Dr. Berra disse que há uma correlação entre a exposição aos gases ambientais contaminados e modificações na superfície ocular de 8.377 pacientes de Buenos Aires que se queixaram de desconforto ou irritação ocular entre 2000 e 2006.
Em outro estudo, quando expostos a um quarto de dióxido de nitrogênio, 38,5% dos pacientes se queixaram de irritação, mas ao serem expostos a quatro quartos, 92,9% reclamaram de irritação, ele disse.
“Tudo isso nos mostra que a exposição crônica aos poluentes do meio ambiente das grandes cidades causam sintomas e sinais na superfície ocular que podem diferenciá-los da conjuntivite alérgica e do olho seco”, disse dr. Berra, sugerindo que deveria haver uma nova classificação para conjuntivite urbana devido à contaminação ambiental.
Esta irritação especificamente, disse ele, mais que o olho seco e o prurido, mostrou uma mudança estatisticamente significativa. Ele disse que a poluição tem seu conjunto exclusivo de sinais e sintomas, quando comparados ao olho seco, alergia e toxicidade.
Melhores resultados da ceratoplastia endotelial com femtosecond laser
A ceratoplastia endotelial realizada com o femtosecond laser oferece menor inflamação, melhora visual mais rápida, melhor resultado visual e reabilitação visual, revelou uma palestrante. O uso da tomografia de coerência ótica pode demonstrar prolemas de gaps e desalinhamento, continuou ela.
Luciene Barbosa de Sousa |
A Dra. Luciene Barbosa de Sousa apresentou os resultados de 6 meses de acompanhamento de um estudo prospectivo com 60 pacientes, randomizados a serem tratados com ceratoplastia endotelial com femtosecond laser da Intralase (Advanced Medical Optics) ou com o trépano a vácuo. Todas a cirurgias foram realizadas pelo mesmo cirurgião usando sempre o mesmo tamanho de botão receptor e doador associado à sutura combinada.
Aos 6 meses de follow-up, revelou a Dra. Barbosa de Sousa, havia menos inflamação no grupo do femtosecond laser. Quatro pacientes do grupo manual e um do grupo do femtosecond laser apresentaram rejeição.
Os pesquisadores usaram o OCT Visante (Carl Zeiss Meditec) para avaliar a qualidade das incisões e suturas. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, mas ele foi capaz de demonstrar cicatrização e desalinhamentos.
No grupo do femtosecond laser, 93% dos pacientes apresentaram uma acuidade visual melhor que 0,60 logMAR; no grupo manual, 53% apresentaram acuidade visual entre 0,30 e 0,50 logMAR e 46,7% estavam melhores que 0,60 logMAR, revelou a Dra. Barbosa de Sousa.
Ela acrescentou que não havia diferenças estatisticamente significativas nos eixos dos cilindros e na refração esférica.
Oftamologistas discutem como se proteger legalmente
Norberto Domingo Alfano |
Com o aumento progressivo da atmosfera litigiosa na medicina em toda América Latina, os oftalmologistas devem conhecer seu ambiente e como tomar os cuidados necessários para se proteger.
“Somos os nossos piores inimigos”, revela o Dr. Noberto Domingo Alfano.
Em um tópico apresentado pelo Dr. Ramón R. Grimaldi, um painel de médicos e advogados discutiram o passado, presente e futuro e ainda a prevenção da má-prática em oftalmologia.
“Constitui obrigação de todos os que trabalham com qualquer ramo da arte da medicina, responder juridicamente pelos danos causados durante o exercício de sua profissão”, afirmou o Dr. Grimaldi. “Isto em resposta ao conceito geral de responsabilidade civil”.
Em 2003, 15,77% dos casos de erro médico na Argentina envolveram oftalmologistas. Ele revelou que este número decaiu discretamente, para 10,27% em 2007. Dos casos de erro médico na oftalmologia no ano de 2006, 32,5% estavam relacionados às cirurgias de catarata, 32,5% eram casos de retina traumática, 17,5% casos de refrativa, 7,5% córnea, e glaucoma e nervo ótico contaram com 5% cada um.
Embora a maioria dos casos seja julgada a favor dos médicos, existem precauções diárias que devem ser tomadas para proteger ainda mais a reputação médica e evitar a “síndrome judicial”, na qual a medicina se torna cada vez mais defensiva e menos efetiva, observou Dr. Grimaldi.
Especificamente, o painel discutiu o cultivo de uma boa relação médico-paciente, a manutenção de boa documentação de cada caso com uma história clínica detalhada e um consentimento informado consistente assim como testemunhas para se assinar documentos, a realização de procedimentos de acordo com as boas práticas e com gravação de áudio e vídeo.
Alfredo J.A. LaValle |
O Dr. Grimaldi e outros panelistas recomendaram o trabalho em equipe, com outros oftalmologistas para assegurar o bom andamento da ação. Ele advertiu que o cirurgião é responsável por qualquer equipamento ou material que é utilizado na cirurgia, assim como qualquer substância.
“O cirurgião é o chefe, e portanto o responsável civilmente por tudo o que acontece na sala de cirurgia”, observou.
A não observância destas regras deixa o cirurgião sujeito às críticas, observou o panelista.
“O protocolo cirúrgico assim como nossa documentação completa devem ser um reflexo de nosso procedimento cuidadoso, mais sereno, detalhado e profissional”, completou o Dr. Alfredo J. A. LaValle.
Em memória a um pioneiro, cirurgiões clamam pelo contínuo desenvolvimento na neuro-oftalmologia
Em memória a um pioneiro do campo da neuro-oftalmologia, um cirurgião clama pelo contínuo desenvolvimento e conhecimento desta sub-especilidade.
Luis Crovetto |
Dr. Luis Crovetto fez este chamado durante uma palestra realizada em homenagem ao Dr. Adolfo Gomez Morales, cirurgião que desenvolveu métodos que ajudaram a criar e desenvolver a sub-especialidade da neuro-oftalmologia, especificamente em seu trabalho com endocrinologia e oncologia, e desenvolveu técnicas que cirurgiões utilizam ainda nos dia de hoje.
Dr. Crovetto disse que a evolução das suturas, dos intrumentos cirúrgicos e a bio-compatibilidade de materiais facilitaram a solução de complexas patologias cirúrgicas e levaram a redução do tempo cirúrgico e das complicações.
Para o futuro, continuando o legado do Dr. Morales, Dr. Crovetto convocou um maior acesso às informações e tecnologia; maior atenção aos mecanismos intrínsecos das doenças, principalmente dos tumores malignos e patologias auto-imunes; desenvolvimento de novas técnicas de diagnóstico por imagem; desenvolvimento e criação de novos materiais cirúrgicos; desenvolvimento e criação de novos métodos diagnóticos; e decodificação genética para determinar predisposição a certa patologia.
Além disso, Dr. Crovetto pediu aos seus para viverem à altura da pessoa de Dr. Morales, e não apenas do cientista.
“Entendam que tratamos as pessoas e não as doenças”, disse Dr. Crovetto. Ele falou que os neuro-oftalmologistas deveriam reavaliar os valores médicos e terapêuticos e considerar cada caso de diagnóstico clínico e exames complementares.
“[Dr. Morales] viveu sua profissão como uma arte”, afirmou. “Ele era um mestre da oftalmologia”.
Mas ele também era pai e homem de família, Dr. Crovetto salientou, e os oftalmologistas não devem se esquecer deste lado de suas vidas.
“Não se esqueçam que além de médicos, somos pessoas”, ele exclamou.
MMC é eficaz como tratamento adjuvante do carcinoma de conjuntiva
Cirurgião revela que a utilização de mitomicina C como tratamento adjuvante da excisão cirúrgica em pacientes com carcinoma conjuntival pode ajudar a manter as córneas transparentes.
Dr. Astor Grumann Jr. discutiu descontraidamente sobre o seu sucesso com o tratamento. “O uso de mitomicina C como adjuvante parece ser uma boa opção terapêutica no manejo de carcinomas conjuntivais”, ele revela observando que estudos maiores e controlados são necessários.
Dr. Grumann falou sobre os carcinomas escamosos e espinocelulares, observando que o método tradicional de tratamento envolvia a excisão cirúrgica do tumor. Ele notou, entretanto que esta excisão apresentava uma alta taxa de recorrência de 33%.
A MMC tem sido usada no pré-, intra- e pós-operatório, ele ressalta falando sobre o seu sucesso com o tratamento. Após a excisão do tumor, ele utiliza MMC 0,04% por três ciclos de 4 vezes ao dia por semana cada, intercalada com uma semana de intervalo (sem tratamento).
Dr. Grumann mostrou um paciente com córnea transparente após uma semana de tratamento.
Os efeitos colaterais da MMC incluem ceratite superficial, hiperemia conjuntival, lacrimejamento, estenose do ponto lacrimal, destruição das células-tronco conjuntivais e perda de células endoteliais, completou ele.
Cirurgiões debatem sobre LIOs em casos de catarata congênita
Cirurgiões debatem sobre LIOs em casos de catarata congênita.
Enrique A. Urrets- Zavalia |
Devido à natureza imprevisível do olho da criança, um cirurgião alertou quanto ao uso regular de LIOs nos casos de cataratas congênitas.
“Muitas complicações podem surgir. Tais complicações são de difícil controle”, disse Dr. Enrique A. Urrets-Zavalia.
Dr. Urrets-Zavalia expressou sua dúvida quanto aos cirurgiões experientes em olhos de adultos estarem tratando os casos pediátricos como tratariam de adultos.
“É necessário um grande treinamento... É um olho em freqüente modificação” disse. “São necessários mais estudos”.
Durante um debate iniciado durante a apresentação do Dr. Urrets-Zavalia, o Dr. Juan Eduard Gallo, PhD, ressaltou que o custo constante das lentes de contato pode interferir na escolha do tratamento pelo cirurgião.
“Algumas situações requerem o implante da LIO”, ele disse, como no caso de lidar com uma família pobre que não pode arcar com os custos das lentes de contato.
Dr. Gallo teve apoio na apresentação do Dr. Vincente Paris, que disse que em seu hospital na Bélgica implantou LIO em todos os casos de catarata congênita, após os 3 meses de idade, nos últimos 20 anos.
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