March 01, 2009
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Possível ablação da superfície sem dor

O tratamento adequado do retalho epitelial e o uso de medicamentos sem conservantes são decisivos para o sucesso do LASEK e epi-LASIK.

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A maioria dos cirurgiões que utilizam o LASEK ou epi-LASIK concorda com as vantagens relacionadas à formação de “haze”, mas o problema da dor pós-operatória é um item controverso.

Em alguns estudos, uma comparação entre PRK e LASEK, ou epi-LASIK, levou os autores a concluírem que a mesma dor, ou uma dor em intensidade superior, foi evidenciada com o uso das duas últimas técnicas.

Entretanto, o primeiro e o mais evidente objetivo talvez alcançado pelo LASEK foi permitir a realização do tratamento de superfície (PRK) sem o inconveniente dos dias de sofrimento, às vezes, intenso.

De acordo com o Dr. Massimo Camellin, se os pacientes dos cirurgiões que realizam o LASEK ou epi-LASIK reclamam de dor pós-operatória, isso é provocado por alguns erros ocorridos durante ou após o procedimento. Afirmou ainda que, se o protocolo que sugeriu fosse seguido do início ao fim, os pacientes passariam por, no máximo, um leve desconforto.

“A dor certamente ocorre em alguns casos de LASEK quando a solução alcoólica é pingada na conjuntiva. Este é um erro técnico bastante comum que deve ser obrigatoriamente evitado”, afirmou o Dr. Camellin.

Manobra essencial

Outra fonte de dor desnecessária é o tratamento incorreto do retalho epitelial no LASEK e epi-LASIK.

“Em primeiro lugar, é necessário utilizar pivôs grandes, sem rasgos — e eles não são fáceis de obter”, Dr. Camellin observou, acrescentando que um grande número de pivôs, cerca de 30%, apresentou algum tipo de problema durante epi-LASIKs realizados por ele.

“Em seguida, deve-se ter uma lente de contato com o diâmetro correto. Se a lente for muito pequena, ela tende a se mover e lacerar o retalho. Se for muito grande, ela ocasiona estresse e lesões no limbo”, afirmou.

Os cirurgiões não devem subestimar este estágio final do procedimento e precisam ter mais atenção na escolha das lentes corretas para cada paciente, alertou.

Quando a lente de contato estiver aplicada, orientou o Dr. Camellin, os cirurgiões devem realizar uma manobra simples, porém essencial para evitar a dor.

“Você deve pressionar a lente sobre o retalho, colocando um anel de aplanação especial ao redor das bordas da lente e fazer uma massagem suave por 10 a 15 segundos”, afirmou. “Esse procedimento faz com que qualquer líquido excedente seja removido sob o retalho, garantindo uma boa adesão ao estroma subjacente”.

Figura 1. A lente de contato é colocada
Figura 1. A lente de contato é colocada e em seguida pressionada sobre o retalho.
Figura 2. Um anel de aplanação especial
Figura 2. Um anel de aplanação especial é colocado ao redor das bordas da lente e uma massagem suave é realizada por 10 a 15 segundos. Esse procedimento faz com que qualquer líquido excedente seja removido sob o retalho, garantindo uma boa adesão ao estroma subjacente.
Imagens: Camellin M

Se houver uma camada de líquido entre o retalho e o estroma, o retalho, apesar de estar coberto pela lente de contato, irá flutuar após os movimentos da pálpebra e estimular os nervos corneais, provocando dor. Se estável e bem-colocado, o retalho em vez de estimular, protegerá as fibras nervosas contra a fricção das pálpebras, quando a lente de contato se mover.

“Observei poucos colegas fazendo esta manobra, por isso não é surpresa que os seus pacientes se queixem de uma dor parecida com o pós-operatório do PRK. O retalho remanescente não é uma proteção, mas um estímulo adicional às reações de dores pós-operatórias”, observou.

O líquido que se acumula sob o retalho é comparável, em termos de efeitos, ao líquido formado sob uma bolha.

“Os que já experimentaram caminhar com uma bolha no pé ou jogar tênis com uma bolha na palma da mão sabem bem como isso é doloroso e como é inútil utilizar emplastros comuns para o alívio da dor. Emplastros comuns funcionam exatamente como uma lente de contato: Eles protegem a superfície mas não impedem que o líquido subjacente estimule as terminações nervosas expostas. Por outro lado, os que utilizaram os emplastros especiais do tipo Compeed sentiram a diferença: Eles absorvem o líquido e formam uma camada que evita fricção e dor. Ao aplicá-los, parece um milagre continuar andando ou segurando uma raquete de tênis sem sentir dor. Isso é o que o retalho epitelial pode fazer com a córnea após o tratamento com laser, mas apenas se for aplicado do modo adequado”, observou.

Uso de medicações

Um ponto final e crucial é o uso de medicações intraoperatórias e pós-operatórias.

“Já observei vários cirurgiões adotando critérios pessoais que, na maioria dos casos, estão errados”, afirmou o Dr. Camellin.

Ele tentou 34 protocolos antes de selecionar o que está utilizando atualmente.

Todas as medicações devem ser livres de conservantes, afirmou. Uma gota de cortisona razoavelmente potente e uma gota de anti-histamínico devem ser administradas imediatamente após a cirurgia para bloquear o aparecimento da dor nas primeiras horas pós-operatórias. Ao mesmo tempo, um colírio midriático deve ser instilado para reduzir a dor relacionada à íris.

“Ao ler as publicações que negam a eficácia do LASEK e do epi-LASIK na prevenção da dor pós-operatória, os cirurgiões devem verificar se todas essas etapas foram corretamente seguidas. Apenas neste caso, as conclusões podem ser validadas”, explicou o Dr. Camellin. — por Michela Cimberle

  • Dr. Massimo Camellin pode ser contatado no Sekal Microchirurgia Rovigo, Via Dunant 10, Rovigo 45100, Itália; +39-0425 411357/419032; e-mail: cammas@tin.it.