November 01, 2007
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Patógenos não bacterianos encontrados nas úlceras relacionadas às lentes de contato

Tendência histórica mostra aumento na ocorrência de fungos em usuários de lentes de contato, diz pesquisador.

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Nos últimos 20 anos, tem havido um aumento na ocorrência de patógenos não bacterianos associados às úlceras corneanas em usuários de lentes de contato cosméticas gelatinosas, de acordo com o Dr. Eduardo C. Alfonso.

“Patógenos fúngicos foram isolados quatro vezes mais que amoebas de vida livre em ceratites relacionadas às lente de contato entre 2004 e 2005 (quando comparado a estudos prévios), e tais resultados sugerem que tratamento empírico com antibióticos não estará tratando adequadamente um número crescente de úlceras corneanas não-bacterianas em usuários de lente de contato”, Dr. Alfonso disse no congresso da American Academy of Ophthalmology, em Las Vegas.

“Bactérias continuam sendo os patógenos mais encontrados em usuários de lentes de contato no sul da Flórida, mas a freqüência de patógenos não-bacterianos em usuários de lentes de contato aumentou de 3,1% em 1986 para 64,7% em 2004 e 2005, o que representa um aumento de 20 vezes”, ele afirmou.

Dr. Alfonso apresentou dados que ele e seus colaboradores coletaram no Bascom Palmer Eye Institute, Flórida, para documentar a prevalência de patógenos não- -bacterianos, incluindo fungos, entre usuários de lentes de contato cosméticas.

“Úlceras corneanas em usuários de lentes de contato, como sabemos, são comumente relacionadas a patógenos bacterianos, e portanto o tratamento com antibióticos de amplo espectro tem sido muito eficaz nesta doença”, disse ele. “Mais recentemente, tem havido uma prevalência muito baixa de úlceras por fungo e acantameba associadas aos usuários de lente de contato”.

Dados históricos

O objetivo da análise foi identificar as tendências históricas dos patógenos não- -bacterianos em usuários de lentes de contato cosméticas, disse Dr Alfonso. Ele e seus colaboradores revisaram os registros de seu laboratório de microbiologia entre Janeiro de 2004 e Dezembro de 2005 e analisaram a taxa de ceratites com culturas positivas e a distribuição dos patógenos microbianos em usuários de lentes de contato e em não usuários de lentes de contato.

Dr Alfonso e seus colaboradores também compararam os dados de 2004 a 2005 com dados históricos de três estudos prévios realizados no Bascom Palmer entre Janeiro de 1969 a Dezembro de 1977; de Janeiro de 1977 a Setembro de 1982; de Janeiro a Dezembro de 2000.

A idade dos pacientes nos registros revisados entre 2004 e 2005 variou entre 13 e 95 anos; 52% eram pacientes do sexo masculino e 48% do sexo feminino.

Os pesquisadores consideraram crescimento fúngico em múltiplos meios ou esfregaço positivo e crescimento em pelo menos um meio para considerar cultura fúngica positiva.

Dr. Alfonso e seus colaboradores identificaram 147 pacientes com infecções não bacterianas em 2004 e 2005. Desses, 79 eram usuários de lente de contato, 43 não usuários de lentes de contato e em 25 não havia informação suficiente para determinar o uso de lente de contato.

“Nós quisemos primeiramente ter certeza que a nossa taxa de cultura positiva era a mesma que em estudos prévios”, ele disse. “Em 1986 nossa taxa de cultura positiva era de 54,2%. Em 2004 foi de 47,9%, e em 2005 foi de 47,4%. Não houve diferença estatisticamente significativa entre elas”.

Houve, no entanto, um aumento nas taxas de culturas positivas para agentes não bacterianos em usuários de lentes de contato, disse ele. Em 1986 a taxa foi de 1,7% e em 2004 a 2005 foi de 12,5%, ele afirmou.

A taxa de ceratite fúngica entre usuários de lente de contato aumentou de 3,1% em 1986 para 19,6% em 2004 a 2005, disse Dr. Alfonso.

Para maiores informações:
  • Eduardo C. Alfonso, MD, pode ser encontrado no Bascom Palmer Eye Institute, 900 NW 17th St., Miami, FL 33136 U.S.A.; +1-305-326-6366; fax: +1-305-326-6337; e-mail: ealfonso@med.miami.edu.
  • Daniele Cruz é Correspondente da OSN, sediada em Philadelphia, U.S.A.