Os fatores de risco e a aderência dos pacientes glaucomasos ao tratamento podem ser melhorados
No Glaucoma Day e durante todo o encontro da ASCRS, congressistas enfatizam a detecção precoce da doença e a aderência ao tratamento.
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SAN FRANCISCO — Apesar de estudos recentes indicarem os fatores-chave de risco para o glaucoma, esta matéria ainda necessita de mais investigações, revelou Dr. Kuldev Singh.
Idade, PIO e certos parâmetros observados no campo visual têm sido demonstrados como importantes fatores de risco para o glaucoma, revelou o Dr. Singh durante sua apresentação proferida no Glaucoma Day no encontro da Academia Americana de Catarata e Cirurgia Refrativa (ASCRS).
Como exemplo, ele comparou dois pacientes com perfis semelhantes: Ambos com 40 anos de idade, com a mesma PIO e semelhante história familiar. Um deles era branco e outro negro.
“O paciente negro é mais propenso a desenvolver o glaucoma?” questionou. “A resposta é – nós não sabemos.”
Estudos clínicos como o Ocular Hypertension Treatment Study (OHTS) provaram que o campo visual e o aspecto do nervo ótico são fatores importantes que “definem” a doença, afirmou ele. Mas os estudos de glaucoma não são claros nem tem dados suficientes quando estes fatores são deixados sem tratamento, revelou.
“Temos ainda menos conhecimentos quando se trata de doença detectável que leva a perda visual”, afirmou.
A razão pode estar no fato de que poucos pacientes nos estudos de glaucoma chegam à cegueira, embora esta possa ser atribuída ao curso do tratamento que eles recebem durante o estudo.
Mais apresentações acerca deste assunto foram destaque durante a ASCRS. Muitas delas foram destaque no OSNSuperSite.com assim como notícias diárias do encontro.
Exame do nervo ótico é essencial
A essência do exame do nervo ótico compreende cinco aspectos básicos: Exame clinico, tamanho do disco ótico, rima neurorretiniana, região peri-papilar, hemorragia do disco ótico e camada de fibras do nervo ótico, afirmou Dr. Robert D. Fechtner.
Ele se referiu ao exame do nervo ótico como “fundamental” na clínica do glaucoma. O uso da “regra ISNT” — em relação à espessura decrescente fisiológica da camada de fibras — inferior, superior, nasal e temporal do nervo, é imprescindível para um correto exame do paciente, afirmou. O examinador deve se concentrar na rima neurorretiniana ao invés da escavação, adicionou.
“Não é exatamente como o nervo ótico se parece”, revelou ele.
Outro ponto essencial é a presença de hemorragia no disco, que pode preceder a perda de campo visual. Ele afirmou que, em todas as consultas do paciente glaucomatoso, ele examina o nervo ótico sob midríase.
Qualidade, e não rapidez, melhora a cirurgia do glaucoma
Concentrar na eficiência ao invés da velocidade, é o mais importante aspecto a ser observado na cirurgia do glaucoma, de acordo com Dr. Bradford J. Shingleton que os “11 hábitos dos cirurgiões mais eficientes”.
Estas dicas incluem não se apressar durante a cirurgia de forma a se evitar piora da qualidade. Ele sugere que os cirurgiões devem “ir devagar para chegar depressa”, o que resulta em cirurgias melhores e mais eficientes.
“O objetivo não é ser rápido mas ser eficiente”, afirmou. “Velocidade é conseqüência”.
Outros hábitos que Dr. Shingleton observou incluem a segurança, estandardização do procedimento, ato com finalidade definida, realização de mudanças positivas, compaixão, melhora pessoal, entusiasmo e atitude positiva. Enaltecer estes hábitos na prática cirúrgica diária leva a cirurgias mais eficientes e seguras.
Olhos pseudofácicos em risco de íris bombé
Pacientes pseudofácicos com câmaras anteriores profundas devem ser observados cautelosamente para possíveis sintomas de íris bombé, de acordo com um pôster apresentado.
Dr. Ryoji Yamakawa procurou entender como os fatores de risco podiam estar relacionados a esta doença, que sem tratamento pode levar a um aumento descontrolado da PIO.
A série de casos apresentada por ele demonstrou íris bombé em sete de oito pacientes pseudofácicos seguidos na Hospital Universitário de Kurume e Hospital Tobata Kyoritz entre Agosto de 2002 e Setembro de 2005.
O estudo incluiu dois homens e cinco mulheres com uma média de idade de 62,5 anos. Um dos olhos apresentava uveíte, outro glaucoma crônico de ângulo fechado e seis apresentavam retinopatia diabética proliferativa.
Observou-se que a íris bombé se desenvolveu em um olho com uveíte e em outro com glaucoma crônico de ângulo fechado. Todos os olhos apresentavam inflamação aguda em evolução, pequena capsulorrexe curvilínea e pouca dilatação pupilar. PIO elevada foi notada em quatro olhos e foi reduzida com iridotomia com laser.