Oftalmologistas internacionais debatem as semelhanças, diferenças nos cuidados oftalmológicos
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Os oftalmologistas no Congresso Anual da Sociedade Argentina de Oftalmologia se identificaram com palestrantes da Sociedade Oftalmológica All-India, enquanto mostravam “o melhor e o pior” em seu país.
“A Índia é um pais gigante com uma gigantesca população de 1 bilhão” disse K.P.S. Malik, MBBS, MS, DOMS, MNAMS, FICS. “Tem se do melhor e do pior... Tem avião a jato, mas ainda existem cavalos e carroças”.
Ele mostrou à audiência em Buenos Aires a técnica manual de pequena incisão que os oftalmologistas utilizam na Índia quando a tecnologia de facoemulsificação não está disponível, principalmente nos casos de catarata branca madura, a qual é muito freqüente na Índia
Basicamente Dr. Malik explicou que modificou a técnica de Blumenthal na qual utiliza visco-elástico ao invés de solução salina balanceada para manter a profundidade da câmara anteior e para melhor proteger a córnea.
Após a apresentação, Dr. Oscar Mallo concordou que a América Latina enfrenta alguns dos mesmos problemas que a Índia.
“Normalmente aqui na América do Sul é parecido com a Índia. Temos centros especializados que têm tudo, os equipamentos, toda a tecnologia e conhecimento. E também temos locais muito pobres que tem mais recursos que eles, infelizmente, não têm tudo o que precisam”, Dr. Mallo disse. Enfrentamos alguns problemas semelhantes aos da Índia.
Médico diz que a utilização de vários tratamentos em conjunto é o melhor método para tratamento de estrabismo
A associação de oclusão e uso de atropina é o melhor método para o tratamento do estrabismo pediátrico, revela um dos cirurgiões participantes.
“Nossa posição não é escolher entre a oclusão, uso de óculos ou tratamento farmacológico, mas usar todos em conjunto como um procedimento padrão”, afirma o Dr. Vincent Paris.
Dr. Paris apresentou um índice de 95% de bons resultados em dois estudos que utilizaram o tratamento combinado; a razão mais comum para o insucesso foi a não aderência ao tratamento com penalização.
O problema inicial no primeiro estudo foi um excesso de oclusão dose-resposta, e afirmou que foi menor no segundo estudo. A adaptação seguiu: crianças menores de 2 anos foram ocluídas por 30 horas; menores de 3 anos, por 50 horas; menores de 4 anos, por 100 horas; e maiores de 4 anos, oclcuíram entre 130-200 horas. Dr. Paris também relatou que nos casos de ambliopia grave por estrabismo, existe um consistente plateau eficaz para oclusão de 100 a 150 horas.
Outros assuntos levantados pela pesquisa foram as armações que permitiam enganar o tratamento, uma emetropia relativa no olho dominante e uma hipermetropia latente sub-estimada que diminuía efeito de penalização.
No segundo estudo o tempo de oclusão foi adotado, e foi utilizada atropina sistêmica durante 3 a 12 semanas, adicionada para criar um reflexo incondicional na criança que necessita do uso de óculos, disse Dr. Paris.
Por isso, não era permitido o uso de armações de metal pelas crianças e a atropina 1% foi administrada 1 vez a cada dois dias, dependendo da cooperação da criança.
“É importante dar um reflexo incondicional à criança. É possível de se criar, e também é o melhor método para revelar hipermetropia latente em alguns casos”, Dr. Paris afirmou.
Para evitar recorrência, Dr. Paris disse que os oftalmologistas devem manter uma hipercorreção de +2,50D por um período de 2 anos, checar hipermetropia latente, repetir a cicloplegia após 7 a 8 meses, manter um minucioso follow-up após o término do uso de atropina e explicar repetidamente aos pais o curso do tratamento.
Técnica de capsulorrexis em duas etapas permite uma faco mais segura em cataras maduras
Um cirurgião revelou que uma capsulorrexis em duas etapas permite um preparo mais seguro para a facoemulsificação ao manusear a catarata madura.
Ao falar na sessão da All-India Ophthalmological Society, Arup Chakrabarti, MS, mostrou a técnica que desenvolveu.
“A situação mais difícil nestas cataratas é a capulorrexis. Praticamente não há visibilidade”, ele disse “Uma vez realizada a capsulorrexis em uma catarata branca, metade do caminho terá sido percorrido. Subseqüentemente a cirurgia transcorrerá muito bem”.
Com o advento de vários corantes, Dr. Chakrabarti disse que este processo ficou mais fácil.
O primeiro passo, disse Dr. Chakrabarti, é realizar uma pequena capsulorrexis de aproximadamente 3,00 a 4,00 mm para permitir seu movimento natural em direção à periferia. Assim permite ao cirurgião uma correção (reparo) mais fácil, ele explicou.
“Se perceber que o tamanho da rexis não é adequado para uma boa facoemulsificação da catarata madura... poderemos então realizar a rexis em duas etapas”, disse.
Ao criar a segunda capsulorrexis, Dr. Chakrabarti mostrou que descomprime o saco caspular, remove o máximo de material possível e infla novamente o saco antes de realizar uma capsulorrexis adicional necessária ao tamanho e formato necessários.
“Caso haja pressão e a catarata esteja edemaciada, creio não ser seguro realizar uma rexis de etapa única,” ele afirmou. “Se tentar realizar uma rexis de 5,0mm em uma catarata realmente edemaciada, estarei incorrendo em grande risco. Se mover em direção à periferia...ficará muito difícil retornar ao centro. Enquanto que se fizer uma rexis de 3,0mm, pode correr em direção à periferia, e mesmo assim continuará na zona de segurança”.
Cirurgião sugere o uso de OCT na avaliação pré-operatória de catarata para proteger paciente e médico .
O uso da tomografia de coerência ótica antes da cirurgia de catarata pode alertar o médico quanto a qualquer doença macular subjacente, permitindo que prepare melhor seu paciente, disse um cirurgião.
“Na verdade, acho que o principal impacto do OCT na oftalmologia é ser uma ferramenta de ampla utilidade para os oftalmologistas generalistas”, disse o Dr. Carmem A. Puliafito, MBA.
Debateu especificamente como o OCT pode ser utilizado na avaliação no pré-operatória para uma potencial doença macular.
“A doença macular é comum na idade da população com catarata. A doença retiniana pré-existente é causa comum de paciente infeliz após a cirurgia de catarata”, ele explicou. “O exame clínico podem ser enganosos, na verdade você não vê o que não vê, ou o mais comum, ou certamente não se acha o que não se procura ou não se suspeita”.
Dr. Puliafito, Editor da Seção de Retina/Vítreo da OSN U.S., mostrou vários casos nos quais os pacientes queixaram-se de diminuição da visão, à qual o cirurgião poderia atribuir a uma nova catarata em desenvolvimento caso não pesquisasse além, no olho, para achar a doença macular subjacente. Ele ressaltou que membrana epirretiniana e tração vítreo-retiniana são difíceis de diagnosticar clinicamente sem o uso de OCT.
“Minha recomendação é que, se suspeitar de patologia macular...faça um OCT”, Dr. Puliafito disse. “E se não for perfeita, você tem que saber e dizer ao paciente. Ambos devem estar cientes, porque temos que diminuir as expectativas do paciente com relação à cirurgia de catarata”.
Isto também é verdadeiro nos casos de pacientes para cirurgia de catarata refrativa.
“Estes pacientes ficarão infelizes caso não tenham uma mácula perfeita”, disse Dr. Puliafito.
Então, além de acrescentar uma pesquisa de patologias suspeitas, Dr. Puliafito alertou os cirurgiões a examinarem minuciosamente todos os seus pacientes com boa visão ou os eleitos para cirurgia de catarata refrativa.
“Este último ponto pode ser um pouco contra-intuitivo. Os pacientes que mais necessitam de um cuidadoso exame macular, com um OCT o mais detalhado possível, são os pacientes relativamente com boa visão, que pensa em operar, pois na verdade pode ter muito a perder, de várias formas, pela cirurgia de catarata”, explicou.
Os pais necessitam de constantes explicações para granatir uma cooperação no tratamento da ambliopia
Palestrante relata que oftalmolgogistas que tratam de crianças com ambliopia devem repetidamente explicar o tratamento e as suas razões aos pais, para garantir sua assistência.
“Explicar, explicar e explicar, porque parece que eles entendem, mas estão tão envolvidos com o problema de seu filho, que acabam não compreendendo”, disse Dr. Paris.
Neste esquema, Dr. Paris necessita que os pais façam a oclusão por até 200 horas. Quando perguntado como os pais reagiam ao grande número de horas, ele explicou que mais de 80% dos pais oprocuram para uma segunda, terceira ou quarta opinião.
“Eles estão desapontados com os resultados prévios”, afirmou.
Dr. Paris disse explicar-lhes que tal método apresenta 95% de sucesso, mas que ele precisa de sua cooperação.
“Eu tenho o método. Se você seguir o que eu disser, seu filho ficará com boa visão. Mas se não seguir as orientações, seu filho ficará com uma visão ruim. Você é o responsável.” Ele afirmou falar aos pais.
Ele ainda disse que existem obstáculos na comunicação, especialmente nos casos de pais separados, os quais requerem explicações separadas ou nos casos de pais que ocluem demasiadamente.
“Às vezes a gente acha que eles entederam tudo, mas na verdade não entenderam nada”, Dr. Paris disse sorrindo.
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