O tratamento da presbiopia com femtosegundo apresenta ganho visual

BARCELONA – Segundo uma apresentação na European Society of Cataract and Refractive Surgeons Meeting, o novo tratamento com IntraCor baseado em laser femtosegundo para presbiopia é um processo rápido que leva a um ganho significativo de acuidade visual para perto com resultados estáveis durante o período de 1 ano.

Mike P. Holzer

“Há um alto potencial para correção de erros refrativos baixos para o tratamento da presbiopia. Como este é um procedimento não invasivo, torna-se seguro para os pacientes, e não observamos qualquer tipo de infecção, inflamação ou enfraquecimento da córnea até agora”, explicou o Dr. Mike P. Holzer.

O Dr. Holzer apresentou dados de um estudo clínico prospectivo com acompanhamento de 12 meses relacionado ao uso do procedimento IntraCor (laser femtosegundo Femtec, Technolas Perfect Vision) para o tratamento de 25 pacientes com presbiopia. O procedimento demora menos de 20 segundos, e o olho não dominante foi tratado em todos os pacientes.

Os pacientes ganharam 4,5 linhas, na média, de acuidade visual. A acuidade visual média não corrigida para perto melhorou de 0,70 ± 0,16 logMAR para 0,27 ± 0,24 logMAR. A acuidade visual média não corrigida para longe foi de 0,11 ± 0,12 logMAR no pré-operatório e 0,12 ± 0,09 logMAR no pós-operatório.

Laser femtosegundo de quinta geração melhora os resultados

Segundo um cirurgião, o laser femtosegundo de 150 kHz IntraLase apresentou melhorias adicionais nos resultados, no conforto do paciente e no procedimento LASIK.

O Dr. Richard L. Lindstrom falou sobre o laser femtosegundo iFS da Abbott Medical Optics.

“Ao passarmos do microcerátomo para o femto inicial, o nosso tempo de procedimento ficou maior. Passamos de seis olhos por hora para quatro olhos por hora. Entretanto, com o laser mais moderno, voltamos para seis olhos por hora devido à maior rapidez de procedimento”, explicou o Dr. Lindstrom.

A taxa de repetição mais alta é uma vantagem, ele afirmou. Ela reduz o tempo de sucção, e os retalhos são criados em cerca de 10 segundos, reduzindo a chance de quebra de sucção.

“Também podemos utilizar menos energia para reduzir a quantidade de inflamação, particularmente na borda da interface”, afirmou o Dr. Lindstrom.

Os cirurgiões podem criar retalhos redondos, elípticos ou ovais e isto permite que eles afastem o pivô da zona óptica e personalizem o retalho em relação ao padrão de ablação de cada paciente, explicou.

LIOs tóricas oferecem um método seguro e eficaz de correção do astigmatismo

Segundo um cirurgião, as LIOs tóricas oferecem uma excelente oportunidade para correção do astigmatismo durante a cirurgia de catarata.

Jorge L. Alió

Além de corrigir outros erros refrativos presentes no olho, as LIOs tóricas podem corrigir uma quantidade ilimitada de astigmatismo com ótima qualidade óptica.

“Métodos mais sofisticados para o controle do eixo de implantação irão fornecer e simplificar o uso futuro da tecnologia”, afirmou o Dr. Jorge L. Alió, PhD, no Surgical Control of Astigmatism Symposium.

Ele explicou que para otimizar os resultados na cirurgia de LIO tórica, os cirurgiões de catarata devem passar a utilizar a cirurgia de catarata por microincisão ou uma incisão corneana pequena de 2,2 mm, além da LIO de microincisão adaptada à área de incisão.

O Dr. Alió afirmou que uma etapa crítica para otimizar os resultados do paciente é a detecção precisa do eixo astigmático a ser corrigido. Adicionalmente, é necessário utilizar calculadoras de LIO tóricas para correção da toricidade corneana e os pacientes devem ser avaliados com lâmpada de fenda antes da alta.

“O uso de LIOs tóricas guiará a evolução final da cirurgia de catarata em direção às técnicas cirúrgicas de mini e microincisão”, afirmou.

Este estudo espanhol comprova que o implante de segmentos de anel intracorneano pode melhorar os resultados clínicos dos pacientes que sofrem de ectasia pós-LASIK, mesmo quando os bolsos são feitos de modo mecânico. Menos da metade (41,2%) dos olhos apresentou túneis criados com a tecnologia de femtosegundo. Um número significativamente maior de aberrações esféricas, coma e de alta ordem foi encontrado no período inicial do pós-operatório nos olhos que se submeteram a inserções de segmentos de anel com o procedimento mecânico. Portanto, é possível imaginar que os resultados gerais seriam mais positivos se todos os olhos tivessem túneis criados com um laser em estado sólido.

Este artigo documenta que mesmo este procedimento não sendo uma “solução mágica”, os pacientes pós-LASIK podem ser ajudados com segmentos de anel intracorneano. Junto com a interligação corneana, este método oferece um método menos invasivo de lidar com a ectasia pós-LASIK do que o transplante corneano de espessura total.

— Dra. Marguerite B. McDonald
OSN Refractive Surgery Board

LIO para microincisão tem bons resultados em estudo multicêntrico europeu

Os resultados preliminares de um estudo prospectivo de 2 anos realizado em cinco centros europeus demonstraram que a LIO para microincisão Akreos MI60 é fácil de implantar, estável na bolsa e tem uma taxa de opacificação capsular posterior baixa, além de proporcionar excelente qualidade visual.

Um total de 125 pacientes recebeu implantes com a LIO para microincisão Akreos MI60 (Bausch & Lomb) e 113 pacientes foram acompanhados por 1 ano. A cirurgia de catarata por microincisão biaxial foi realizada com anestesia tópica e, em todos os casos, através de uma incisão de 1,5 mm.

“Algum estiramento da incisão foi observado após o implante das lentes, aumentando o tamanho para 1,8 mm”, afirmou o Dr. Anders Behndig, PhD.

As imagens pelo sistema Scheimpflug evidenciaram um posicionamento estável das lentes com inclinação na faixa inferior de diferentes tipos de LIO, cerca de 1°, e a descentração foi comparável à das outras LIOs, relatou o Dr. Behndig.

Os resultados visuais foram bons, com 96% dos pacientes alcançando 20/40 ou melhor em 6 meses. Em um subgrupo de 40 pacientes, a análise de frente de onda com o aberrômetro Zywave evidenciou que aberrações de alta ordem não se alteraram em 1 ano. Se comparado com os dados históricos de lentes Akreos, o novo modelo resultou em menos aberrações de alta ordem, provavelmente devido à menor incisão e menor inclinação.

Interligação entre riboflavina e luz UV pode interromper a progressão do keratocono

De acordo com um estudo de 2 anos, a interligação da córnea entre riboflavina e luz UV é um procedimento seguro que demonstrou interromper a progressão do keratocono. Além disso, os pacientes com progressão prévia de keratocono apresentaram reduções na curvatura corneana.

“O keratocono demonstrou estabilidade e regressão em um período de 2 anos. Anticipamos que isto pode acontecer após este período”, afirmou o Dr. Mirki Kjankov.

No estudo, 34 olhos de 22 pacientes apresentaram keratocono progressivo nos 6 meses anteriores. O epitélio foi removido mecanicamente e a córnea foi embebida com riboflavina por 15 minutos e, em seguida, irradiada com luz UV por 30 minutos.

A melhor acuidade visual corrigida (MAVC) no pré-cirúrgico foi de 0,41 ± 0,18. A MAVC pós-operatória aumentou após 3 meses para 0,6 ± 0,29 e aumentou mais em 1 e 2 anos.

A progressão do keratocono foi interrompida em todos os pacientes, ele afirmou. Nenhum olho perdeu linhas de MAVC e um terço dos olhos ganhou duas ou mais linhas de MAVC.

Correção de visão por laser excimer melhora os resultados de LIO na presbiopia

Segundo uma apresentação, o uso da correção visual com laser excimer para tratar pacientes que apresentem erro refrativo residual após implantação de LIO presbiópica reduz o astigmatismo e aumenta os resultados visuais.

David R. Hardten

“Nossos resultados são bastante promissores para pacientes que desejam se submeter à correção da presbiopia. Isto não é raro e os resultados da LIO presbiópica certamente melhoram com a correção a laser da visão”, afirmou o Dr. David R. Hardten.

Um total de 55 olhos com erro residual refrativo após a colocação de LIO presbiópica se submeteram à correção da visão com laser PRK ou LASIK. Treze olhos receberam a ReSTOR IOL (Alcon), 33 receberam a Crystalens (Bausch & Lomb), 12 receberam a ReZoom IOL (Abbott Medical Optics), e um olho recebeu a LIO multifocal Tecnis (AMO). O acompanhamento foi de, pelo menos, 3 meses (média de 12,2 meses).

De modo geral, a média do astigmatismo diminuiu de 1,33 D no pré-operatório para 0,41 ± 0,42 D no ultimo acompanhamento do pós-operatório. O equivalente esférico diminuiu de 0,98 ± 0,81 D no pré-operatório para uma média de –0,18 ± 0,52 D no pós-operatório.

O Dr. Hardten afirmou que nenhum olho teve uma perda de mais do que uma linha da melhor acuidade visual corrigida, o que foi considerado consequência do ressecamento.

Laser femtosegundo tem vantagens em relação ao microcerátomo em uma série grande de pacientes

Segundo um estudo realizado em uma série grande de pacientes, a criação de retalho LASIK com o laser femtosegundo resultou em uma recuperação mais rápida e melhor acuidade visual não corrigida se comparada com os procedimentos de retalho com microcerátomo.

Um total de 42.143 olhos consecutivos com miopia de baixa a moderada foi dividido em dois grupos, um deles o retalho LASIK foi criado com o laser femtosegundo IntraLase FS60 da Abbott Medical Optics e no outro com o microcerátomo Moria Evo3 One-Use Plus.

Todos os olhos receberam um tratamento guiado por frente de onda com o laser excimer VISX S4 IR Advanced CustomVue da AMO. Os resultados foram comparados 1 dia, 1 semana, 1 mês e 3 meses após a cirurgia.

Steven C. Schallhorn

“A precisão refrativa foi a mesma para ambos os grupos, mas em todos os períodos de tempo predeterminados, a porcentagem dos olhos que alcançou uma acuidade visual não corrigida de 20/20 ou melhor foi significativamente mais alta no grupo de laser femtosegundo do que no grupo do cerátomo mecânico”, explicou o Dr. Steven C. Schallhorn. “Além disso, uma porcentagem mais alta de olhos no grupo de laser femtosegundo obteve uma acuidade visual não corrigida pós-operatória de 20/16”.

Uma menor chance de perda de melhor acuidade visual não corrigida, recuperação mais rápida e menor taxa de complicações e melhorias também foram reportadas no grupo de laser femtosegundo. – Escrito por Michela Cimberle, Kristine Houck e David W. Mullin