O fator de resistência corneana pode ser o melhor indicador de alteração biomecânica no ceratocono
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BERLIM – Um estudo evidenciou diferenças significativas no fator de resistência corneana entre os casos de ceratocono avançado e incipiente.
Jorge L. Alió |
“A redução no fator de resistência corneana é o melhor indicador de alterações que podem ocorrer no ceratocono e parece estar relacionada a alterações no componente elástico da córnea”, afirmou o Dr. Jorge L. Alió, PhD.
Ele apresentou os resultados de uma análise retrospectiva não randomizada de 81 olhos de 81 pacientes com ceratocono apresentada no World Ophthalmology Congress. Os pacientes foram divididos em três grupos de acordo com a gravidade do ceratocono, usando o sistema de classificação Amsler-Krumeich: 37 olhos eram grau 1, ceratocono incipiente; 24 olhos eram grau 2, ceratocono moderado; e 20 olhos eram graus 3 e 4, ceratocono avançado.
Os pacientes foram avaliados em relação a parâmetros que incluem a histerese corneana e o fator de resistência corneana com o Ocular Response Analyzer (ORA, Reichert).
O estudo evidenciou que os parâmetros biomecânicos medidos pelo ORA estavam significativamente reduzidos no ceratocono grave. Diferenças significativas foram encontradas entre os casos leves e moderados, apenas em relação ao fator de resistência corneana, afirmou o Dr. Alió.
Estudo: Altas doses diárias de ácidos graxos polinsaturados e ingestão de fibras são associadas à diminuição da PIO
Um estudo avaliando a ligação entre os fatores alimentares e a PIO evidenciou que um consumo elevado de ácidos graxos polinsaturados e fibras estava associado à diminuição da PIO em crianças.
Segundo Laurence S. Lim, MBBS e Seang-Mei Saw, MBBS, PhD, foi o primeiro estudo baseado em população a fazer uma associação entre o consumo de nutrientes e a PIO.
“A maior ingestão diária de ácidos graxos polinsaturados foi associada à diminuição da PIO”, afirmaram em um pôster. “Os ácidos graxos polinsaturados provenientes da dieta são uma fonte importante de prostaglandinas (PGs) endógenas, essas variações podem ser mediadas através da via da PG”.
Além disso, os autores do estudo descobriram que um alto consumo de fibras poderia estar ligado aos baixos índices glicêmicos e à “redução nas elevações de glicose pós-prandial”.
O estudo transversal concentrou-se em um subgrupo de crianças estudantes saudáveis do Singapore Cohort Study of Risk Factors for Myopia. De acordo com o pôster, os adultos não foram estudados devido à possibilidade de haver interferências de outras co-morbidades.
Um questionário semiquantitativo validado sobre a frequência de alimentação estabeleceu a dieta, enquanto a PIO e a espessura corneana central foram medidas pelo Ocular Response Analyzer (Reichert).
Implante intravítreo reduz os efeitos da DME em olhos com vitrectomia
Segundo um pôster de um estudo de fase 3b, um implante intravítreo com dexametasona melhorou a espessura retiniana e a visão em olhos de pacientes que se submeteram a vitrectomia com edema macular diabético.
O estudo de rótulo aberto, multicêntrico e prospectivo que utiliza Ozurdex (implante intravítreo com dexametasona da Allergan) em 56 pacientes que se submeteram à vitrectomia, durante 26 semanas, evidenciou uma melhoria estatisticamente significativa tanto na espessura retiniana central quanto na acuidade visual durante toda a duração do estudo, afirmou o Dr. David S. Boyer, e colegas em uma apresentação de pôster.
A vitrectomia foi realizada em, pelo menos, um olho de cada paciente, no mínimo 3 meses antes, segundo o pôster.
“Após as 26 semanas de estudo, 42,9% dos pacientes ganharam pelo menos uma linha na BCVA, 24% dos pacientes ganharam pelo menos duas linhas na BCVA, e 10,7% ganharam pelo menos três linhas”, acrescentaram Dr. Boyer e colegas.
O implante apresentou um perfil de segurança aceitável e não houve necessidade de cirurgia para diminuir a PIO. A espessura retiniana central diminuiu 38,6% após 8 semanas, 27% após 13 semanas, 16,6% após 20 semanas e 9,6% após 26 semanas, sendo reduções estatisticamente significativas, segundo informações contidas no pôster.
“A liberação prolongada de dexametasona com o implante DEX [Ozurdex] pode ser especialmente benéfica em olhos que se submeteram à vitrectomia”, afirmaram os autores.
Modificação das lentes telescópicas em breve disponível para o duplo implante intraocular (“piggyback”)
Uma modificação nas lentes telescópicas para Lipshitz Macular Implant também estará disponível no duplo implante intraocular em pacientes pseudofácicos, anunciou o Dr. Isaac Lipshitz.
O Lipshitz Macular Implant (LMI, OptoLight Vision Technology) implanta-se no saco e utiliza um sistema de espelho duplo para capturar as imagens, modificá-las e projetá-las na retina.
“Ele restaura a visão geral em pacientes com a AMD [degeneração macular relacionada à idade] e, diferente do meu modelo anterior, também preserva uma visão periférica perfeita. O 80% dos pacientes com AMD podem se beneficiar dessa técnica”, afirmou o Dr. Lipshitz.
O novo protótipo de duplo implante intraocular (“piggyback”) deve ficar pronto em agosto e vai passar por um teste clínico coordenado pelo Dr. Amar Agarwal, FRCS, FRCOphth, na Índia.
“É um implante com 1,35 mm de espessura que pode se encaixar no sulco, em cima de qualquer LIO padrão”, explicou o Dr. Lipshitz.
Ele afirmou que qualquer cirurgião de catarata pode implantar essa lente e que qualquer tratamento para AMD pode ser realizado com o implante no local.
Controle glicêmico e agentes anti-hiperlipidêmicos podem evitar a progressão da DME
Os agentes anti-hiperlipidêmicos podem agir interrompendo o edema macular em alguns pacientes diabéticos com hipertensão, segundo um estudo com pacientes diabéticos tratados com esses agentes.
“Esses dados indicaram que um controle glicêmico intenso e a administração de agentes anti-hiperlipidêmicos podem ser eficazes na progressão do edema macular em pacientes diabéticos com hipertensão”, avisou a Dra. Noriko Miyamoto e colegas em um pôster.
Eles apresentaram resultados de 84 pacientes diabéticos com retinopatia e hipertensão tratados com agentes anti-hipertensivos. No estudo, a regressão linear múltipla avaliou a correlação do edema macular clinicamente significativo com fatores como o sexo, idade, HbA1c, nefropatia diabética, número de agentes anti-hipertensivos, insulina e anticoagulantes sistêmicos.
“Os fatores significativos para o edema macular foram HbA1c e agentes anti-hiperlipidêmicos, mas nenhuma correlação foi encontrada entre o edema macular diabético [DME] e os agentes anti-hipertensivos, bem como outros fatores em pacientes diabéticos com hipertensão”, afirmaram a Dra. Miyamoto e colegas.
Cirurgia de catarata com laser femtosegundo poderia ser eficaz em casos difíceis
Segundo um médico, a cirurgia de catarata com laser femtosegundo poderia tornar os casos, como as cataratas traumáticas, cristalinos deslocados e deiscência zonular, mais seguros de se tratar com a facoemulsificação a uma potência reduzida.
Outros casos que se beneficiariam da cirurgia de catarata com laser femtosegundo seriam a pseudoexfoliação, cápsulas espessas ou com cicatrizes e cataratas brancas, afirmou o Dr. Stephen G. Slade, FACS.
O Dr. Slade discutiu essa experiência inicial com o laser femtosegundo LenSx (LenSx Lasers). Com o uso do laser femtosegundo na prática, ele procurou revelar se a cirurgia de catarata é suficientemente eficaz em relação a resultados refrativos e à segurança ao realizar essa cirurgia com o implante da Crystalens (Bausch + Lomb).
Ele apresentou o resultado dos seus primeiros 20 pacientes, um dia após a cirurgia, sendo que a maioria apresentou 20/30 ou mais de melhor acuidade visual corrigida.
“[O LenSx] basicamente executa a metade das suas cinco etapas atuais. Ele faz as incisões e a capsulorrexia por você e pode fazer a metade do trabalho que você faria durante a capsulotomia”, afirmou o Dr. Slade. “Como podemos torná-lo mais seguro? Se estiver realizando uma capsulotomia em todas as ocasiões, você estará controlando as suas incisões, e se estiver reduzindo o seu tempo de faco, na realidade, você poderá tornar [o procedimento] mais seguro”.
Estudo: A cirurgia de catarata não é um risco para o descolamento de retina em olhos com miopia alta
Segundo um estudo em uma grande coorte de pacientes, a cirurgia de catarata não é um fator de risco evidente para descolamento de retina em olhos com miopia alta, e o perfil de risco para o descolamento de retina no pós-operatório é o mesmo que o perfil de risco para o descolamento de retina idiopático, segundo um estudo em uma grande coorte de pacientes.
“Realizamos uma análise retrospectiva de 1.519 pacientes consecutivos (2.356 olhos) com um comprimento axial maior do que 27 mm que se submeteram à facoemulsão planejada. A incidência pós-operatória de descolamento de retina foi de aproximadamente 2%, com um acompanhamento por 2 anos em 84% dos casos”, afirmou a Dra. Irmingard Neuhann.
Essa incidência relativamente alta confirma os resultados da maioria dos estudos publicados na literatura. Entretanto, nenhum grande estudo epidemiológico evidenciou que essa taxa é diferente no descolamento de retina espontâneo em míopes com comprimento axial comparável, ela afirmou.
“No nosso estudo, descobrimos que a taxa de descolamento de retina idiopático, ocorrido antes da cirurgia, foi igualmente alto. Consequentemente, é difícil demonstrar se a cirurgia de catarata é realmente um fator de risco para [descolamento de retina] miopia alta”, afirmou a Dra. Neuhann.
O descolamento de retina é uma predisposição inerente à miopia.
“Aos meus pacientes, informo que o risco de se ter descolamento de retina após a cirurgia de catarata não é maior do que o risco que eles já estão correndo. Não há evidências ou mecanismo cientificamente plausível que deve tornar a cirurgia de catarata um fator de risco adicional para o descolamento de retina”, ela acrescentou. – Erin L. Boyle, Michela Cimberle e David W. Mullin
Este estudo relata a incidência de descolamento de retina de 2% após um acompanhamento de 2 anos após a cirurgia de catarata em olhos com miopia alta, que seria similar à taxa de descolamento de retina espontâneo em míopes com o mesmo comprimento axial. Esse relato é bastante informativo, mas talvez um pouco otimista.
Há um consenso no qual o risco de descolamento de retina diminuiu com o desenvolvimento de técnicas de lensectomia seguras que evitam as flutuações da câmara anterior, e a melhoria no desenho da LIO também reduziu a incidência de opacificação da cápsula posterior.
Entretanto, precisamos permanecer cuidadosos ao realizarmos uma lensectomia clara em olhos com miopia alta, em pacientes muito jovens com lesões vitrorretinianas específicas.
Dr. Joseph Colin
Presidente do Conselho
Editorial da OSN Europe