March 01, 2009
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Medicação com chance de tornar-se a terapia para glaucoma em um futuro próximo, segundo os especialistas

Entretanto, os avanços nos procedimentos e a atual situação econômica podem fazer com que alguns pacientes mudem as opções de tratamento.

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Mesmo que as inovações a laser e cirúrgicas no tratamento do glaucoma evidenciem uma diminuição adequada da pressão e perfis de segurança promissores, a medicação continua a ser a primeira linha de terapia para pacientes de glaucoma primário de ângulo aberto.

Dr. Steven J. Gedde
Steven J. Gedde

Entretanto, o futuro do tratamento do glaucoma pode depender de fatores econômicos, segundo alguns especialistas. Além disso, mesmo com o avanço do tratamento cirúrgico nos últimos anos, a mais recente inovação dos agentes de terapia médica ocorreu há mais de uma década, com a introdução das prostaglandinas.

Novas inovações médicas podem estar para surgir, devido aos avanços dos pesquisadores na melhoria da segurança e eficácia de alternativas à trabeculectomia.

“Se desenvolvermos uma cirurgia com altos índices de sucesso e baixos índices de complicações, acredito que há boa possibilidade de alterarmos nosso paradigma atual e voltarmos para o tratamento cirúrgico inicial do glaucoma”, observou o Dr. Steven J. Gedde, membro do departamento de glaucoma de Ocular Surgery News.

Argumentos do paradigma atual

Há vários motivos a favor do paradigma médico atual, os principais são a segurança e a eficácia do tratamento, segundo o Dr. Gedde. Após a substituição dos bloqueadores dos receptores beta pelas prostaglandinas, como tratamento de primeira linha do glaucoma com a introdução de Xalatan (latanoprost, da Pfizer) há 12 anos, esta medicação e outras da mesma classe foram campeãs de prescrição.

Os outros medicamentos para o glaucoma da família das prostaglandinas são Travatan (solução oftálmica travoprost a 0,004%, da Alcon), Travatan Z (travoprost a 0,004%, da Alcon) e Lumigan (solução oftálmica bimatoprost a 0,03%, da Allergan).

“Com a introdução das prostaglandinas, elas rapidamente se tornaram a primeira classe de medicações contra o glaucoma, devido à eficácia, segurança e a dose diária”, afirmou o Dr. Gedde. “Elas continuam a ser uma classe importante de medicações contra o glaucoma”.

Além disso, os resultados de 5 anos de Estudos de Tratamento Inicial do Glaucoma Colaborativo, em que pacientes com diagnóstico recente de glaucoma foram distribuídos aleatoriamente para se submeterem à terapia médica inicial ou à trabeculectomia, reforçaram a terapia médica como tratamento inicial sem alterações no algoritmo de tratamento médico atual, afirmou o Dr. Gedde.

As duas drogas combinadas comercializadas nos Estados Unidos, Combigan (tartarato de brimonidina, solução oftálmica de maleato de timolol, da Allergan) e Cosopt (cloridrato de dorzolamida, solução oftálmica de maleato de timolol, da Merck), abordam a questão de comprometimento com o tratamento, um dos problemas mais comuns na terapia medicamentosa, de acordo com o Dr. Douglas J. Rhee, Membro da Seção de Glaucoma da Ocular Surgery News.

Ele afirmou que estudos demonstraram que o aumento do número de gotas pode levar a um comprometimento reduzido, portanto uma opção com menos medicações pode ajudar na manutenção do paradigma da terapia médica.

Dr. Rhee afirmou que outro motivo para o paradigma atual é a escolha do paciente e a cultura de prática médica nos Estados Unidos. Muitos pacientes consideram a terapia medicamentosa o tratamento de primeira linha inicial, antes de optarem pela cirurgia. A trabeculoplastia a laser demonstrou bons resultados para diminuição da pressão com complicações limitadas, mas os pacientes ainda costumam optar primeiro pela terapia medicamentosa, segundo o Dr. Rhee.

“Os pacientes sempre esperam que, em qualquer condição de saúde, mesmo o glaucoma, o tratamento inicial seja o medicamentoso. Raramente, as pessoas pensam em cirurgia [primeiro], exceto em condições traumáticas”, acrescentou.

O futuro do tratamento do glaucoma

Um fator passível de alterar o glaucoma, em um futuro imediato, pode ser a crise econômica, segundo o Dr. Rhee. As questões econômicas poderiam alterar o tratamento se pacientes considerarem a cirurgia menos cara do que o uso contínuo da medicação e, portanto, uma opção de tratamento mais atrativa.

Pesquisas contínuas com novos dispositivos e procedimentos, tais comoTrabectome (NeoMedix), o Solx gold shunt e a canaloplastia (iScience Interventional), poderiam afetar o paradigma do futuro tratamento, se os médicos descobrirem novas e melhores maneiras para a realização da cirurgia de glaucoma, segundo o Dr. Gedde.

“Há, até mesmo, evidências sugerindo que alguns procedimentos antigos, como tubos de drenagem, podem ser boas alternativas cirúrgicas à trabeculectomia”, observou. “Não tenho certeza se já descobrimos o melhor procedimento para tratar o glaucoma, mas precisamos de estudos bem-elaborados para avaliar esses novos procedimentos cirúrgicos, antes de adotá-los.”

As inovações na terapia medicamentosa do glaucoma também podem ser válidas no futuro, enquanto os pesquisadores investigam novos compostos, afirmou o Dr. Rhee.

Uma possibilidade consiste nos inibidores da Rho-quinase, que demonstraram diminuir de maneira segura a PIO. O Dr. Rhee citou um estudo realizado por Tanihara e colegas o qual avaliou os resultados do inibidor seletivo de super-hélice, associado à Rho contendo a proteína quinase, SNJ-1656, de 0,003% a 0,1%, em 45 pacientes. O estudo clínico randomizado, fase 1, com comparação de grupos e duplo-cego evidenciou que o agente é seguro, com significativas reduções da PIO, após repetidas instilações.

Dr. Gedde afirmou que uma nova classe de agentes pode melhorar os algoritmos do tratamento pelo aumento das opções disponíveis. “Com um pouco de sorte, veremos algumas novas medicações e novos sistemas de administração de medicação de maneira lenta”, observou. “Um trabalho interessante também tem sido realizado nessas áreas.” — por Erin L. Boyle

Referência:

  • Tanihara H, Inatani M, Honjo M, Tokushige H, Azuma J, Araie M. Intraocular pressure-lowering effects and safety of topical administration of a selective ROCK inhibitor, SNJ-1656, in healthy volunteers. Arch Ophthalmol. 2008; 126(3):309-315.

  • Dr. Steven J. Gedde pode ser contatado no Bascom Palmer Eye Institute, 900 NW17th St., Miami, FL 33136, EE.UU.; +1-305-326-6435; fax: +1-305-326-6474; e-mail: sgedde@med.miami.edu.
  • Dr. Douglas J. Rhee pode ser contatado no Massachusetts Eye and Ear Infirmary, 243 Charles St., Boston, MA 02144, EE.UU.; +1-617-573-3670; fax: +1-617-573-3707; e-mail: dougrhee@aol.com.