March 01, 2006
3 min read
Save

Manutenção da bolha filtrante é o objetivo principal, afirma cirurgiã de glaucoma

Complicações após a cirurgia filtrante devem ser tratadas rápida e agressivamente para se assegurar bons resultados.

You've successfully added to your alerts. You will receive an email when new content is published.

Click Here to Manage Email Alerts

We were unable to process your request. Please try again later. If you continue to have this issue please contact customerservice@slackinc.com.

Um perfil baixo da bolha filtrante e uma baixa PIO são complicações que devem ser tratadas imediatamente no pós-operatório da cirurgia filtrante para auxiliar a recuperação visual e preservar a função da bolha, revelou Dra. Eydie G. Miller-Ellis.

Na cirurgia filtrante do glaucoma, a “sobrevivência da bolha é nosso objetivo primário”, revelou a Dra. Miller-Ellis no Simpósio Ocular Surgery News, Glaucoma: Melhorando Suas Chances.

Ela afirmou que pacientes com uma bolha com perfil baixo e uma PIO baixa no pós-operatório apresentam freqüentemente baixa visão e um olho dolorido e desconfortável com algum grau de irritação. Eles podem também apresentar efusão uveal com reação inflamatória variável. Ela revelou que a inflamação deve ser avaliada e tratada com presteza e o cirurgião deve sempre checar vazamentos pela conjuntiva.

“Sistematicamente tratamos os pacientes com bolhas baixas e com PIOs baixas”, revelou ela.

Dra. Miller-Ellis afirmou ainda que para se evitar uma PIO muito baixa após a cirurgia filtrante, os antimetabólitos devem ser utilizados criteriosamente e as medicações de uso do paciente reavaliadas.

“A principal coisa que devemos pensar é que eles devem estar usando medicações para controle do glaucoma que provavelmente não são mais necessárias”, observou ela.

Estudo de casos

Dra. Miller-Ellis apresentou três casos de bolhas com baixo perfil pós-operatório e baixa PIO que ocorreram como resultado de três diferentes complicações.

O primeiro caso é de um homem negro de 58 anos no qual se observou que a PIO do olho esquerdo caiu de 25 mm Hg para 2 mm Hg após uma trabeculectomia com base fórnice. Ela atribui esta queda de PIO a vazamento da bolha.

Dra. Miller-Ellis também mostrou um caso de uma mulher negra de 42 anos com uveíte e glaucoma secundário com PIO de 34 mm Hg. A PIO da paciente flutuava de acordo com a atividade da uveíte, diminuindo quando ela estava ativa. A paciente foi submetida a uma trabeculectomia e na terceira semana de pós-operatório sua PIO começou a cair com a atividade inflamatória se intensificando.

O terceiro caso era acerca de um homem branco de 62 anos que apresentava um glaucoma primário de ângulo aberto avançado e PIO de 25 mm Hg apesar de trabeculoplastia com laser e com três medicações anti-glaucomatosas. Uma trabeculectomia foi realizada e complicou-se com sangramento ciliar per-operatório que resultou em um hifema no pós-operatório que resolveu-se em 2 semanas. Além disso, houve uma hipotonia prolongada e uma bolha plana embora não houvesse vazamento e a inflamação estivesse resolvida. A baixa PIO neste caso foi causada por ciclodiálise onde o corpo ciliar foi separado do esporão escleral, afirmou.

Tratando vazamentos

Dra. Miller-Ellis afirmou para determinar se a bolha que está vazando está causando uma baixa PIO, o cirurgião deve eleger áreas de suspeição para exame. Como exemplo ele coloca que no caso de um flap base límbica com incisão base fórnice, o médico deve focar no fórnice como foco de vazamento. De forma inversa, no caso de um flap base fórnice com incisão base límbica, o cirurgião deve procurar pelo vazamento no limbo.

Pequenos orifícios conjuntivais podem também ser foco de vazamento potencial. Ela afirma que existem áreas de cicatrização conjuntival pré-existente nas quais o cirurgião deve ficar atento ao limite entre conjuntiva cicatrizada e normal uma vez que há um risco maior de rasgaduras durante a dissecção.

Além da diminuição dos esteróides, ela utiliza uma lente de contato com diâmetro grande e um supressor de aquoso para tratar o vazamento derivado da bolha.

“Tenho tido sucesso com a terapia conservadora”, revelou ela. “No paciente que apresentei hoje, observamos fechamento completo em uma semana e com uma bolha bem funcionante após”.

Tratamentos como patches de pressão (compressivos), oclusores compressivos, aminoglicosídeos tópicos, cola e até sutura podem ser usados.

Manipulação da inflamação e ciclodiálise

Dra. Miller-Ellis revelou que baixas PIOs podem ser resultado de inflamação (uveíte) levando a uma diminuição da produção de aquoso e o tratamento da inflamação pode ser a chave. Uma alta dose de esteróides pode ser uma opção, afirmou.

“Qualquer situação que o ponha em risco de inflamação como manipulação de íris ou hemorragia pode levar a uma reação inflamatória exagerada e uma vez que estas situações são avaliadas e controladas a pressão pode subir suavemente”, observou.

O tratamento da ciclodiálise não é tão objetivo devido à dificuldade de se visualizar a lesão, afirmou. Ela concluiu enfatizando a terapia conservadora nestes três casos e sugerindo a suspensão de esteróides e instituição de cicloplegia e, ainda colocando que intervenções como diatermia, laser ou cirurgia podem ser necessárias.

Para Sua Informação:
  • Dra. Eydie G. Miller-Ellis pode ser encontrada em: Penn Eye Care, Scheie Eye Institute, 51 N. 39th St., Philadelphia, PA 19104; +1-215-662-8188; fax: +1-215-243-4696; e-mail: eydie.miller@uphs.upenn.edu.
  • Mary E. Archer, ELS, editora executica de OSN U.S. Edition, contribuiu para este artigo. Jared Schultz, redator da equipe de OSN, cobre todos os aspectos da oftalmologia. Ele enfoca geograficamente na Europa e região da Asia-Pacífico.