May 01, 2006
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LASIK tem resultados promissores para hipermetropia pediátrica e estrabismo

LASIK mostrou-se seguro e eficaz na correção da hipermetropia e na melhora de estrabismo convergente, de acordo com um estudo.

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Dra. Carmen Barraquer [photo]
Carmen Barraquer

Pacientes jovens portadores de hipermetropia e estrabismo acomodativo podem ser submetidos a tratamento seguro e eficaz com LASIK, de acordo com especialista no assunto.

Dra. Carmen Barraquer explicou que cirurgiões experientes podem alcançar excelentes resultados, após avaliação cuidadosa, em pacientes jovens que apresentem estas condições. A ametropia é, sem dúvida alguma, uma das principais causas de desalinhamento ocular, por seu efeito na convergência acomodativa, disse ela.

Para estudar esse problema, Dra. Barraquer e colaboradores conduziram um estudo retrospectivo com 40 olhos de 23 pacientes com hipermetropia ou astigmatismo hipermetrópico que apresentavam estrabismo acomodativo. Nenhum deles havia sido submetido à cirurgia prévia para correção do estrabismo.

Dra. Barraquer apresentou os resultados de seu estudo no Refractive Surgery Subspecialty Day no American Academy of Ophthalmology em 2005. Recentemente, deu uma entrevista para a Ocular Surgery News sobre seus achados.

Ela descobriu que a correção da hipermetropia e do astigmatismo hipermetrópico com LASIK em pacientes jovens foi eficaz, segura e estável após um seguimento de até 7 anos. Em pacientes com estrabismo acomodativo, o LASIK proporcionou uma melhora significativa do desvio; ortotropia foi alcançada em 95% dos pacientes, observou.

Além de tudo, segundo a Dra. Barraquer, o LASIK em mãos experientes é um procedimento seguro e eficaz na correção da hipermetropia e do estrabismo acomodativo em pacientes jovens, com boa estabilidade a longo prazo.

“Atualmente nós podemos corrigir esse tipo de estrabismo acomodativo utilizando cirurgia refrativa bem planejada em pacientes jovens, sem temer complicações,” concluiu.

Detalhes do estudo

Em 1997, após acordo com o departamento de estrabismo do Instituto Barraquer da América, em Bogotá, Colômbia, a Dra. Barraquer começou a utilizar o LASIK para realizar ablação periférica para hipermetropia com cilindro positivo em casos de astigmatismo hipermetrópico em pacientes jovens, sob anestesia local.

A idade dos pacientes do estudo variou entre 8 e 18 anos (idade média 13,1 anos); o grupo incluiu seis olhos anisometrópicos. O seguimento variou de 5 a 7 anos.

Os pacientes foram submetidos a LASIK entre julho de 1997 e janeiro de 1999, a média do seguimento pós-operatório foi de 6,6 anos.

O objetivo da cirurgia foi o de obter a correção completa do defeito hipermetrópico absoluto. No estudo, a refração sob cicloplegia foi avaliada após aplicação de ciclopentolato 1%. Utilizou-se o Schwind Keratom excimer laser com passive tracking em todos os casos, com tamanho da zona óptica ente 6,5 mm e 7 mm e a zona total de ablação de 8 mm ou 9 mm. Os procedimentos foram realizados por dois experientes cirurgiões (Dra. Barraquer e Dra. Angela María Gutierrez).

Segundo a Dra. Barraquer, a melhora do astigmatismo hipermetrópico foi exata e estável após a cirurgia.

Motivação do paciente

A Dra. Barraquer enfatizou a necessidade de confirmar a motivação do paciente antes de realizar o procedimento. Ela disse que recusou alguns casos em que a criança não queria se submeter ao procedimento.

“A motivação do paciente é muito importante para que possamos contar com a forte colaboração da criança durante o procedimento”, Dra. Barraquer escreveu para a Ocular Surgery News em um e-mail. “Nós demos um tempo para descobrir se a criança realmente queria a cirurgia ou se era apenas o desejo dos pais”.

Resultados

A média do equivalente esférico pré-operatório era de +4,99 D e a média do defocus pré-operatório era de +5,93 D. No seguimento entre 5 e 7 anos esses valores eram de 0,02 D e 0,96 D, respectivamente, disse Dra Barraquer.

A média do cilindro mudou de –1,98 D no pré-operatório para –0,81 D no pós-operatório. Ela também salientou que a correção do erro refrativo demonstrou estabilidade a longo prazo.

Dra. Barraquer dividiu os olhos em três grupos de acordo com o grau equivalente esférico da refração pré-operatória (SE). O primeiro grupo incluiu 12 olhos com SE entre +2 D e +4 D; o segundo grupo incluiu 15 olhos com SE entre +4.01 D e +6 D; e o terceiro grupo incluiu 13 olhos com SE entre +6,01 D e +8,50 D.

Na consulta final, 100% dos olhos do grupo 1, 92% do grupo 2 e 77% do grupo 3 estavam com 1 D ou menor de emetropia.

Dra. Barraquer descobriu que três olhos haviam perdido uma linha na acuidade visual com melhor correção e nenhum perdeu duas ou mais linhas. A estabilidade da correção foi boa ao longo do acompanhamento, disse ela, com uma média de SE de + 0,14 D no primeiro ano, +0,10 D no terceiro ano e +0,02 na conclusão do estudo.

A acuidade visual sem correção melhorou da média pré-operatória de 0,44 (20/50) para a média pós-operatória de 0,72 (20/28), no final do período do estudo. Dez dos 12 olhos do grupo 1, 14 dos 15 do grupo 2 e 10 dos 13 do grupo 3 ganharam linhas na visão sem correção.

“Hipermétropes normalmente apresentam boa acuidade visual com ou sem correção, a não ser que tenham algum grau de ametropia; ... no entanto, o ganho de linhas na visão sem correção foi notável”, disse a Dra. Barraquer.

Estrabismo acomodativo

Em relação ao estrabismo acomodativo, no pré-operatório, 18 dos 40 olhos (45%) apresentavam esotropia acomodativa (20 D a 50 D); quatro olhos (10%) apresentavam estrabismo misto (componentes horizontal e vertical) e seis olhos (15%) apresentavam exotropia.

“Medidas no pós-operatório revelaram que todos os pacientes melhoraram, entretanto houve dois olhos no grupo do estrabismo misto que necessitaram de outra cirurgia.” Dra. Barraquer escreveu por e-mail. “Todos os pacientes melhoraram de um desvio entre 20 D e 50 D para um desvio entre 4 D e 12 D, com a correção refrativa, em alguns casos reforçado com ortóptica”, disse ela.

Apenas três pacientes necessitaram anestesia geral para serem submetidos a LASIK, disse a Dra. Barraquer.

“Crianças de 7 anos ou mais toleram muito bem a anestesia tópica e colaboram mais que adultos,” disse ela.

Não houve qualquer complicação cirúrgica e nenhum caso de descentralização, observou a Dra. Barraquer. Um paciente apresentou ceratite no pós-operatório e resolveu com tratamento clínico, disse ela. Três pacientes necessitaram re-tratamento 3 anos após o LASIK, devido a erro refrativo residual, disse ela.

Para Sua Informação:
  • Dra. Carmen Barraquer, pode ser contatada no Instituto Barraquer da America, Calle 100 N· 18A-51, Bogota, Colombia; +57-1-218-7077; fax: +57-1-256-3305; e-mail: carmen@barraquer.com.co.
  • Dr. Alejandro Tello, é correspondente de OSN em Popayán, Colômbia.