Femtosecond laser amplia a base de pacientes para LASIK
Femtosecond laser cria flaps mais finos e regulares, permitindo que mais pacientes recebam LASIK.
![]() Roger F. Steinert |
Ao melhorar a tecnologia do femtosecond laser, os cirurgiões descobriram ser possível operar uma variedade maior de pacientes.
Os cirurgiões estão criando flaps tão finos quanto 100 µm e alcançando bons resultados em córneas finas, curvas ou planas.
“Acho que um número crescente de oftalmologistas o vê como única maneira de nos sentirmos confortáveis ao criar um flap de LASIK”, disse Dr. Roger F. Steinert, um dos quatro médicos que conversaram com a Ocular Surgery News sobre a maneira como o femtosecond laser tem expandido sua base de pacientes.
Capacidade do femtosecond
Cada um dos oftalmologistas descreveu os atributos do femtosecond laser que os permitiu a operar pacientes antigamente excluídos fora dos limites.
![]() Daniel S. Durrie |
“Esta nova tecnologia definitivamente nos permitiu criar flaps finos mais previsíveis”, disse Dr. Perry S. Binder. Previamente, todos disseram, os microcerátomos produziam flaps não confiáveis, que podiam variar em até 60 µm da espessura desejada.
Os riscos de free cap, buttonhole e outras complicações colocaram “um limite superior significativo” na quantidade de correção que eles eram capazes de realizar, ele acrescentou.
“Com o Intralase (Advanced Medical Optics), que possui um desvio padrão bem menor, podemos nos sentir muito mais seguros ao realizar flaps finos”, disse ele.
Dr. Daniel S. Durrie disse que ao medir sua última série de pacientes, o seu desvio padrão foi menor que 5 µm.
“Podemos calcular com confiança qual será a espessura do nosso leito residual”, disse Dr. William W. Culbertson.
Expandindo a base
As vantagens de realizar LASIK com femtosecond laser estimulou esses médicos a incluir pacientes com córneas mais finas, mais planas e curvas dentre a população a ser tratada por eles.
“A curvatura corneana e a espessura corneana não afetam o que o Intralase pode fazer”, disse Dr Binder.
Pacientes com córneas curvas não estão mais sujeitos a buttonhole flaps, enquanto pacientes com córneas planas não correm o risco de free cap ou realização de flaps excessivamente pequenos, disse Dr. Culbetson. Ele acrescentou que agora ele trata até –10,0 D em pacientes com espessuras corneanas normais.
“Isso proporciona um grande aumento em sua confiança para realizar LASIK, e os pacientes entendem e sentem isso”, disse ele.
Drs. Binder e Culbertson dizem que é a recuperação mais rápida e menor dor para muitos pacientes.
“Você estará menos sujeito a precisar indicar ablação de superfície”, disse Dr. Culbertson. Dr. Durrie disse que seus casos de LASIK aumentaram cerca de 15%.
Possíveis riscos
Os médicos que falaram com a OSN mencionaram os riscos de ectasia, camada de bolha opaca e os custos adicionais.
“A única coisa que me preocupa é a possibilidade de ectasia”, disse o Dr Steinert sobre a possibilidade de córneas mais finas serem mais propensas a esta alteração.
“Você tem que calcular a quantidade de tecido que será removida em uma certa correção, para saber se haverá tecido suficiente após a realização do flap, para ainda ter um leito de estroma residual de pelo menos 250 µm ou 50% da espessura original”, ele acrescentou.
Dr. Durrie disse que ectasia apresenta predisposição genética devido ao ceratocone.
“Não faz diferença alguma se você fez PRK, SBK (ceratomileusis sub-Bowman) ou LASIK, se um determinado paciente apresenta genética para ceratocone, provavelmente piorará ao longo da vida”, disse ele.
Dr. Culbertson disse que limita o LASIK na alta miopia para pacientes com 30 anos ou mais, assim terão mais chances de exibirem sinais de ectasias corneanas.
Dr. Culbertson também alertou que a camada opaca de bolhas, ou seja, acúmulo de bolhas no leito estromal anterior, é sempre uma possibilidade ao usar o femtosecond.
“Nós só precisamos deixar o paciente esperando por 20 ou 30 minutos para que estas bolhas sumam”, disse o Dr. Culbertson.
Ele acrescentou que usar o femtosecond laser é cerca de US$150 a US$175 mais custoso por caso. Dr. Binder sugeriu que um único médico, que realize menos de 50 casos não terá benefícios financeiros, mas se vários cirurgiões, com 30 a 40 casos cada, se unirem, valerá o investimento.
Perspectivas futuras
Quanto maior é o uso do femtosecond laser e os modelos existentes são melhorados, mais opções passam a estar disponíveis.
“Estamos começando a ver que flaps de 100 µm podem estar atingindo o nível no qual podemos conseguir a estrutura biomecânica e cicatrização da ferida do PRK, mas com a recuperação visual rápida do LASIK”, disse Dr. Durrie.
Dr. Steinert disse que ainda vai lever tempo para determinar a segurança e confiabilidade deste tipo de procedimento, assim como suas implicações clínicas.
A medida que o femtosecond laser muda e novos aparelhos surgem no mercado, incluindo o laser Femtec (20/10 Perfect Vision) e o laser Da Vinci (Ziemer Ophthalmics), a competição está aumentando, disse Dr. Binder.
“Mais e mais pessoas estão reconhecendo que essa é a tendência para o futuro”, ele concluiu.
Para mais informações:
- Dr. Roger F. Steinert, pode ser encontrado no Eye Institute at University of California, Irvine, 118 Med Surge I, Irvine, CA 92697-4375; 949-824-8089; fax: 949-824-4015; e-mail: steinert@uci.edu.
- Dr. Daniel S. Durrie, pode ser encontrado no Durrie Vision, 5520 College Blvd., Suite 200, Overland Park, KS 66211; 913-491-3737; fax: 913-491-9650; e-mail: ddurrie@durrievision.com. Dr. Durrie é pesquisador clínico para o IntraLase.
- Dr. Perry S. Binder, pode ser encontrado no GordonBinder Vision Institute, 8910 University Center Lane, Suite 800, San Diego, CA 92122; 858-455-6800; fax: 858-455-0244; e-mail: garrett23@aol.com. Dr. Binder é co-diretor médico do IntraLase.
- Dr. William W. Culbertson, pode ser encontrado na P.O. Box 016880, Miami, FL 33101-6880; 305-326-6364; e-mail: w.culbertson@miami.edu. Dr. Culbertson está no corpo consultor do IntraLase e recebeu honorários para palestras e despesas com a viagem pagas pelo Intralase. Ele também é pesquisador clínico da AMO-Visx e recebeu apoio de pesquisa, honorários de palestras e despesas de viagem.
- Katrina Altersitz é Editora Gerente de OSN India e Latin America Editions.