November 01, 2010
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Especialistas discutem o glaucoma, cirurgia refrativa e da retina em encontro na Argentina

O Dr. Fabian Lerner apresentou a principal palestra sobre as causas de danos ao nervo óptico no glaucoma.

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Dr. S. Fabián Lerner
S. Fabián Lerner

BUENOS AIRES — De acordo com o Dr. S. Fabian Lerner durante sua palestra na reunião anual da Argentina Society of Ophthalmology, vários fatores contribuem com o progresso do dano ao nervo óptico no glaucoma.

A cabeça do nervo óptico é a área que sofre mais com o aumento da PIO devido a compressão, disse o Dr. Lerner na cerimônia de abertura. O deslocamento posterior e o afinamento da lâmina cribrosa também ocorrem e há maior área de contato com o espaço do fluido cerebrospinal (CSF).

No entanto, conforme mostrado nos testes multicêntricos, outros fatores contribuem com o progresso de danos, independentemente da redução da PIO.

Alguns dos importantes parâmetros na patofisiologia do dano glaucomatoso são a pressão do CSF, as características da lâmina cribrosa, a pressão retrolaminar e da órbita e o estresse oxidativo.

Há uma relação entre a PIO e a pressão do CSF que determina o gradiente da pressão através da lâmina cribrosa e ela é chamada de pressão translaminar (quanto maior a PIO, maior o gradiente; quanto menor a pressão do CSF, maior o gradiente).

O aumento do gradiente translaminar aumenta a sucção do nervo ótico e o deslocamento e o afinamento da lâmina cribrosa, como no glaucoma.

De acordo com testes publicados comparando pacientes com glaucoma primário de ângulo aberto, glaucoma de tensão normal ou hipertensão ocular com controles normais, a pressão translaminar foi maior no glaucoma de tensão normal do que no glaucoma primário de ângulo aberto e nos controles normais, enquanto a pressão de CSF foi menor no glaucoma de tensão normal e primário de ângulo aberto do que nos controles e maior do que a hipertensão ocular. Assim, um pequeno aumento da pressão de CSF, como encontrado na hipertensão ocular, poderia causar efeito na redução do gradiente da pressão translaminar.

Outros estudos mostraram que, em pessoas com glaucoma e miopia, a lâmina cribrosa é mais fina, tem uma maior área de contato com o espaço do CSF e exibe maior comprimento. Esse pode ser outro fator de risco na patofisiologia do dano glaucomatoso em olhos míopes.

Essa é uma possível explicação de por que a doença pode ocorrer ou avançar com uma PIO normal, disse o Dr. Lerner.

Cirurgia refrativa e catarata

No Refractive Symposium, a Dra. María José Cosentino discutiu a monovisão na cirurgia refrativa, notando a importância do teste de tolerância da monovisão, que é conduzido usando-se lentes de contato ou induzindo a anisometropia. Ao mesmo tempo, a avaliação do estrabismo deve ser conduzida antes da cirurgia. Resultados anormais desses testes contraindicam o procedimento.

Os candidatos para tais procedimentos são pacientes miópicos e com hipermetropia acima de 50 anos, com uma hipercorreção de 1 D a 1,25 D como a correção alvo para pacientes com hipermetropia e uma hipocorreção de 1 D a 1,25 D para pacientes miópicos.

De acordo com a Dra. Cosentino, após a cirurgia, há uma pequena tendência à perda de linhas da acuidade visual corrigida, embora a previsibilidade dos resultados seja satisfatória.

A perda da visão de perto em pacientes com hipermetropia é evidente no período pós-cirúrgico tardio e é causada por um efeito de desacomodação. Em contraste, em pacientes miópicos, o efeito da visão de perto é mantido devido a um aumento na miopia devido ao fenômeno de regressão.

O Dr. Carlos Nicoli disse que os candidatos para lentes de correção de presbiopia devem ter astigmatismo de menos de 0,75 D para receberem lentes multifocais, que são as lentes mais comumente usadas na Argentina. LIOs adequadas vêm em dois modelos e são usadas com menos frequência. Em um modelo, o material central adiciona potência e o exterior das lentes é feito de PMMA. O outro modelo tem dois fluidos que não se misturam, com diferentes potências de refração para visão de perto e de longe.

O Dr. Daniel Badoza discutiu como a monovisão reduz a dependência nas lentes presbiópicas. Primeiro, ele opera no olho dominante e deixa-o emetrópico para visão de longe. Depois, ele opera no olho não dominante e deixa-o miópico com 2 D a 3 D para visão de perto. Para essa técnica, o astigmatismo córneo do paciente não deve exceder 1 D a 1,5 D, o paciente não deve ter estrabismo ou foria de mais de 10 D e ele deverá ter as atividades de um indivíduo mais velho.

O Dr. Fernando Arasanz declarou que um candidato para lentes multifocais deve ter uma córnea de topografia regular e uma retina sem lesões maculares. Um paciente não deverá receber as lentes se tiver alterações da superfície ocular, distrofia corneana da membrana basal, alergias ou campos de visão alterados. Os pacientes geralmente estão satisfeitos com sua visão intermediária e não reclamam da presença de halo.

O Dr. Fernando Mayorga Argañaraz comentou que, ao implantar uma LIO tórica, o eixo do astigmatismo deve ser marcado na sala de operação com o paciente na posição sentada, para evitar a ciclotorção que pode ocorrer quando o paciente está deitado. Assim, o eixo das lentes deve ser colocado de acordo com essa marca. A rotação da lente de 1° em relação ao eixo astigmático produz uma perda de 3,3% no efeito do astigmatismo. Com uma rotação de 33°, a correção da lente é completamente perdida, e uma rotação de mais de 33° resulta em astigmatismo adicional e problemas visuais. Cirurgiões não devem tentar colocar LIOs tóricas em olhos com astigmatismo irregular. Além disso, o local da incisão é importante.

Retina

No Retina Symposium, o Dr. Daniel Charles discutiu uma técnica de vitrectomia bimanual com quatro entradas, que facilita a cirurgia em pacientes diabéticos e com trauma.

O Dr. Oscar Donato explicou que os fatores de risco para cirurgias envolvendo miopia significativa com deslocamento de retina são o estafiloma posterior, atrofia ou alteração do epitélio pigmentário e tração vítrea. Opções de tratamento incluem vitrectomia com gás perfluorcarbono, vitrectomia com óleo de silicone, remoção da membrana limitadora interior e distorção macular.

O Dr. Ricardo Doods declarou que o diagnóstico da retinopatia autoimune é principalmente clínico: acuidade visual variável, fotofobia, ofuscação e discromatopsia. Além disso, a visão do paciente melhora com luz fraca.

Pacientes têm anormalidades no teste de campo visual de Goldmann com alterações periféricas, alterações de electrorretinograma com mudanças na onda B e redução de potenciais oscilatórios. No entanto, o fundo do olho é normal.

Pacientes podem ter anticorpos antiretinais e um histórico de doenças de autoimunidade, como uma tireoidite. Eles podem responder a imunossupressantes: Deltasone (prednisona) 1 mg/kg/dia por 3 meses e mantido a doses baixas de 4 mg por cerca de um ano.

O Dr. Eugene de Juan falou sobre a colocação de implantes Neurotech com eletrodos de modelo 64 Argus II 2006 em pacientes com retinitis pigmentosa. Ele conduziu pesquisa nesse campo por 25 anos. O dispositivo é combinado a óculos, que permitem que os pacientes com retinitis pigmentosa leiam caracteres de alto contraste e vejam janelas e portas. Os dispositivos de 256 eletrodos agora estão sendo investigados em modelos animais. – por as Dras. Nora Chiari e Delia Sivori