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Congresso Brasileiro vislumbra o futuro
BRASÍLIA – Vislumbrando um futuro brilhante para a oftalmologia brasileira, os presidentes do Congresso Brasileiro de Oftalmologia abriram o encontro na presença de antigos presidentes e outros dirigentes da oftalmologia brasileira.
Dr. Marcos Ávila, co-presidente do congresso afirmou que este encontro é o “começo do maior projeto em oftalmologia comunitária do mundo”, devido às elevadas contribuições oferecidas pelo governo brasileiro para custeio de projetos do CBO.
Dr. Edson de Oliveira Andrade, presidente do Conselho Federal de Medicina, reconheceu o esforço conjunto demonstrado por todos os oftalmologistas da audiência, e referindo-se aos membros do governo presentes, afirmou: “Precisamos que vocês nos ajudem a ajudar as pessoas. Nossos pacientes necessitam de ajuda, mais ainda do que a que podemos dar.”
Estes pacientes, “os mais pobres entre os mais pobres” como o Dr. Ávila se refere, serão os que mais se beneficiarão da cooperação futura entre o governo brasileiro e o CBO.
“Em todo congresso há uma história. Este congresso fala do futuro”, afirmou ele. “Este é o ponto de virada para o Brasil, assim poderemos ver tudo com novos olhos”.
Causas de neurites óticas variam geograficamente
A neurite ótica pode ser um sintoma de várias patologias sistêmicas dependendo da localização geográfica do oftalmologista, revela palestrante do congresso.
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Imagens: CBO |
Dr. Andrew G. Lee afirmou aos congressistas que os resultados do Optic Neuritis Treatment Trial podem não ser completamente compatíveis e adequados aos oftalmologistas de todo o mundo, pois a população estudada é apenas a dos Estados Unidos.
“Se você está lendo nosso texto norte- -americano e tentar utilizar suas conclusões no Brasil, elas poderão não ser válidas”, revelou. “Existem claras diferenças geográficas em termos mundiais na aplicação das conclusões do Optic Neuritis Treatment Trial”.
Nos Estados Unidos, 90% dos casos de neurite ótica podem ser atribuídos à esclerose múltipla (EM), mas apenas algumas áreas apresentam as mesmas características de alta prevalência de EM, ele observou.
Em contraste, o Brasil apresenta “bolsões” de casos de EM, e ainda no Brasil, muitas neurites óticas são causadas por infecção, afirmou Dr. Lee.
No Brasil, as técnicas de diagnóstico e tratamento para a EM também são diferentes, observou.
“Se você está em uma parte do Brasil sem EM, perde seu tempo fazendo uma ressonância magnética”, ressalta, ainda acrescentando que os médicos devem, no entanto, procurar diagnosticar infecções prevalentes.
Dr. Lee disse que mesmo nas áreas mais ao sul do Brasil, onde a EM é mais prevalente, freqüentemente ela apresenta mais lesões espinhais que cerebrais, fazendo a ressonância igualmente inútil.
Não há consenso brasileiro no tratamento da DMRI
Embora não haja, no Brasil, um consenso verdadeiro em termos de tratamento da degeneração macular relacionada à idade (DMRI), as atuais e as novas técnicas de tratamento estão em avaliação e contínuo desenvolvimento, revela um dos palestrantes do congresso.
Dr. Michel Eid Farah Neto apresentou e discutiu atuais e novos tratamentos para a DMRI e concluiu que “não há uma resposta clara baseada em estudos clínicos” e na prática clínica.
Tratamentos bem estabelecidos, avaliados e comumente utilizados como o laser, freqüentemente não são tão eficazes como muitos médicos gostariam. Além disso, tratamentos mais seguros e efetivos recentemente desenvolvidos apresentam um custo alto, afirmou ele.
“É diferente para nós injetar medicações mensalmente” como é apregoado para o Avastin (bevacizumab, Genentech) e o Lucentis (ranibizumab, Genentech), afirmou Dr. Farah. “Além do alto custo, é inconveniente”.
Dr. Farah apresentou duas técnicas, a seu ver, muito úteis.
A primeira técnica envolve a injeção intra-vítrea de anti-angiogênicos através de um método de injeção tunelizada, ao invés da injeção perpendicular tradicional.
“Não criamos um caminho para o refluxo”, revelou.
Dr. Farah discutiu também os resultados parciais de 6 meses dos pacientes tratados com braquiterapia combinada com injeção intra-vítrea de bevacizumab, atualmente em avaliação internacional pela NeoVista. O tratamento envolve uma vitrectomia 25 gauge seguida por 4 minutos de irradiação e injeção de bevacizumab.
Dr. Farah afirmou que a técnica é promissora. Aos 6 meses, os pacientes apresentaram ganho médio de 13,4 letras de visão. Comparativamente, os pacientes tratados no estudo ANCHOR, que envolvia aplicação de ranibizumab, apresentaram ganho médio de 11,3 letras, completou ele.
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Óleo de linhaça melhora os sintomas de olho seco em pacientes com Sjögren
A administração oral de pequenas doses de óleo de linhaça reduziu tanto a inflamação como outros sintomas de olho seco, em pacientes com síndrome de Sjögren, segundo pesquisador.
“O óleo de linhaça melhora significativamente os sintomas de olho seco”, Dr. Manuel Neuzimar Pinheiro Jr. relatou em sua apresentação.
Dr. Pinheiro avaliou os efeitos da suplementação de óleo de linhaça em 38 pacientes. Em um grupo os pacientes foram submetidos ao tratamento com 1 g do óleo, em outro grupo os pacientes foram tratados com 2 g de óleo de linhaça, e em um terceiro grupo, não houve suplementação.
Comparados aos do grupo controle, os pacientes dos dois grupos que receberam o óleo de linhaça mostraram significativa melhora nos sintomas de olho seco. Todavia, não houve diferença significativa entre os dois grupos com a suplementação oral, Dr. Pinheiro afirmou.
Ambos os grupos tratados com óleo de linhaça demonstraram também uma redução da inflamação, e não apresentaram efeitos colaterais, ele salientou.
Dr. Pinheiro disse que o óleo de linhaça possivelmente poderia estar interferindo na membrana celular e aumentando a adesividade, melhorando a fluidez e aumentando a produção celular.
Transplante corneano em crianças com glaucoma apresenta alto risco de falência
Apesar de melhorar em 70% a acuidade visual, o transplante corneano em crianças com glaucoma tem um alto risco de insucesso, de acordo com uma palestrante cirurgiã. O controle da PIO pós-operatória também é difícil, ela revelou.
Dra. Maria Emília Xavier S. Araújo ganhou o prêmio do sudeste pela apresentação do estudo que incluiu 18 olhos de 14 crianças tratadas entre 1996 e 2003. As crianças apresentavam idade entre 5 meses e 84 meses e foram acompanhadas até 52 meses de pós-operatório.
A acuidade visual melhorou na maioria dos pacientes. Entretanto, a hipertensão ocular foi uma complicação presente em todos os olhos, e os pacientes necessitaram de utilizar até dois tipos de drogas anti-glaucomatosas para controlar a PIO. Dois pacientes ainda necessitaram do implante de tubos de drenagem, Dra. Araújo revelou..
Houve rejeição do transplante em 22% dos olhos, ressaltou.
“Talvez não tivéssemos total controle pré-operatório, porque os pacientes vieram referidos”, ela afirmou.
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Encontro Chileno ressalta últimas novidades em cirurgia do segmento anteriorEm 23 de novembro, especialistas internacionais de variadas áreas da oftalmologia são convidados a dar palestras e interagir com os participantes, no sexto Curso Anual da Clínica Oftalmológica Pasteur, em Santiago, Chile. Dr. Rodrigo Donoso, diretor executivo do curso, falou à Ocular Surgery News sobre o encontro e suas oportunidades para seus congressistas. “A parte mais empolgante do encontro são os convidados”, ele falou. “Cada convidado é um dos melhores especialistas do mundo, com relação ao seu tópico ... e a idéia é fazer uma mesa redonda (com os participantes) e falar de tudo relacionado sobre os tópicos selecionados, aproveitando ao máximo os especialistas provenientes dos Estados Unidos, Inglaterra e Singapura”. Dr. Donoso disse que o encontro cobrirá a cirurgia refrativa, tanto a ceratoplastia e cirurgia de segmento anterior, assim como LIOs e, condutas nas complicações do segmento posterior do olho durante a cirurgia de segmento anterior, dentre outros tópicos. Ainda, Dr. R. Doyle Stulting falará sobre “cross-linking” de colágeno riboflavina e ultravioleta, uma tecnologia na qual está muito envolvido, informou à OSN. “Esta é uma tecnologia que tem o potencial de interromper a progressão do ceratocone e ectasias corneanas pós-LASIK, duas doenças para as quais não existem tratamentos”, ele afirmou. “E ainda apresenta uma aplicação em potencial para no mínimo algumas formas de ceratites infecciosas e para o edema corneano do pseudofácico”. Dr. Donoso e Dr. Stulting encorajam os médicos a participarem do encontro para discutir casos difíceis da clinica diária e pesquisas de ponta. “É um bom programa com várias novidades mundiais. E é um dos lugares mais bonito do mundo que se pode visitar”, Dr. Stulting acrescentou. Para maiores informações: |