February 01, 2003
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Compreensão da ablação : uma série, em partes, sobre a ablação dirigida por wavefront.

A tecnologia de wavefront utiliza a ciência óptica para conseguir uma correção compreensível.

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Ocular Surgery News apresenta-lhes a Compreensão da Ablação— uma série, em seis partes, sobre a ablação dirigida por wavefront. Dividida em um capítulo por edição no decorrer deste ano, a série começa nesta edição com uma revisão histórica, que trilha o desenvolvimento da tecnologia de wavefront na astronomia, e sua aplicação na oftalmologia. Uma versão aumentada deste artigo pode ser encontrada em linha, tanto em espanhol quanto em português, no OSNSuperSite.com.

Na edição de março/abril, a série leva a você uma preliminar sobre a tecnologa de wavefront, com definições sucintas da terminologia de wavefront, e suas aplicações com referência à ablação dirigida por wavefront.

Na edição de maio/junho, a OSN apresentará a interpretação de líderes-médicos a respeito do que a tecnologia significa. E na edição de julho/agosto, a quarta parte da série debaterá LASIK convencional. O quinto capítulo, que aparecerá na edição de setembro/outubro, focalizará o impacto da ablação, apoiada por wavefront, sobre a sua prática. O capítulo final da série — novembro/dezembro — desafiará a pergunta: — “ O que a ablação dirigida por wavefront ainda necessita? ” Especialistas industriais discutirão as limitações da tecnologia atual e os aperfeiçoamentos no desenvolvimento da tecnologia.

Esperamos que você goste desta série.

Joan-Marie Stiglich, ELS
Editora-Chefe

Customised Ablation 101Nos últimos anos da década de 70, os cientistas ópticos pediram emprestadas, da astronomia, ‘ópticas adaptáveis‘ e, conseqüentemente, introduziram, na oftalmologia, uma resolução aumentada e uma medida de aberração apurada.

HEIDELBERG, Alemanha — Em apenas alguns anos, a tecnologia de wavefront passou de uma tecnologia experimental controversa para um componente-chave da moderna cirurgia refrativa. Aqueles que a utilizam, amam-na. Aqueles que não a utilizam desejam começar, e aqueles que são céticos quanto à inovação, estão somente aguardando que fique comprovado que estão errados.

Com a tecnologia de wavefront, os procedimentos na superfície, como LASIK, LASEK e PRK, são delicados, assim que, não somente as aberrações básicas — como miopia, hipermetropia e astigmatismo — são corrigidas, como também as aberrações de ordem mais elevada — como os erros esféricos e cilíndricos — também são corrigidos.

Wavefront acrescenta precisão. Com LASIK-padrão, um resultado refrativo geralmente é igual à correção dos óculos do paciente, porém não é melhor. Com LASIK dirigida por wavefront, o resultado refrativo é igual, ou melhor, do que a correção dos óculos do paciente,” Josef F. Bille, Ph.D., do Instituto de Física da Universidade de Heidelberg, falou àOcular Surgery News

Dr. Bille é físico, e um dos proponentes mais fortes da tecnologia de wavefront para a utilização em oftalmologia. Ele acredita que a tecnologia de wavefront habilita o cirurgião a proporcionar uma visão ótima, acima de 20/20.

“A tecnologia de wavefront corrige as aberrações naturalmente ocorrentes e as induzidas iatrogenicamente, as quais nunca foram corrigidas antes pela ciência moderna,“ disse Dr. Bille. Ele disse ter sido um dos primeiros a desenvolver a utilização de wavefront para a oftalmologia, aqui, em seu laboratório, aproximadamente 25 anos atrás.

Desenvolvimento de wavefront para a astronomia

Antes que os procedimentos refrativos cirúrgicos, como a ceratotomia radial, tenham sido jamais realizados, ou que o excimer laser jamais tivesse sido concebido, a tecnologia de wavefront já existia na teoria.

Durante aproximadamente 100 anos, seus métodos e mecanismos foram teoricamente descritos e hipoteticamente esboçados na literatura científica. Entretanto, o começo verdadeiro da tecnologia não ocorreu até anos após a invenção do laser, em 1961.

“No início da década de 60, as capacidades escondidas de um novo dispositivo a laser, estranho e sofisticado, levou a uma fascinação que desconcertou os cientistas,” disse Dr. Bille.

Esta “fascinação” o compeliu a se tornar físico de laser, quando do término de seu doutorado. Enquanto inventor e aperfeiçoador de laser, Dr. Bille se ocupava com “ópticas adaptáveis,” uma idéia da astronomia, que buscava filtrar as aberrações atmosféricas dos telescópios causadas por turbulência na atmosfera da terra.

“Esta turbulência era compensada por lasers com ópticas adaptáveis — uma aplicação precoce da tecnologia de wavefront. Com ela, os astrônomos podiam utilizar seus telescópios para descobrir estrelas bem distantes e sóis longínquos no universo,” disse Dr. Bille. As ópticas adaptáveis concediam aos astrônomos uma resolução ótima para o descobrimento de novos aperfeiçoamentos atmosféricos.

Até este ponto, dois telescópios para astronomia, com ópticas adaptáveis, foram aperfeiçoados para a utilização militar em sistemas de defesa antimísseis. Foram montados, sobre platôs, na Costa Leste e na Costa Oeste dos Estados Unidos. O primeiro telescópio com óptica adaptável construído na Europa foi na Universidade de Heidelberg, em 1978. Hoje em dia, ele se encontra no Observatório Europeu, em Heidelberg.

Não muito tempo depois desta façanha, Dr. Bille aperfeiçoou uma versão menor desta tecnologia para as aberrações de imagem dos olhos. Foi então que nasceu todo o novo reinado da refração.

Aplicação de wavefront nos olhos

“Sempre me interessei pelos olhos,” disse Dr. Bille. Ele apresentava miopia de 10 D durante os primeiros 55 anos de vida, antes de ser submetido a cirurgia de LASIK apoiada por wavefront. Ele agora enxerga 20/10.

“Sempre gostei muito de pesquisas no campo dos olhos, e assumi um profundo envolvimento com a ciência óptica.” Além disso, Dr. Bille tinha uma vasta experiência em sistemas de controles automatizados. Antes de seu mestrado, ele passou 4 anos aperfeiçoando e refinando controles adaptáveis para fábricas e instalações químicas. Ele decidiu colocar seus conhecimentos em teste combinando suas três paixões: amor por lasers, amor por controles adaptáveis e amor por oftalmologia. Em 1979, Dr. Bille construiu seu primeiro sistema de wavefront para olhos.

“Combinando meus conhecimentos da física de lasers, minha experiência com controles e com ópticas adaptáveis, desenvolvi um método de medição das qualidades refrativas dos olhos, que era objetiva e precisa,” disse Dr. Bille.

Sua aplicação original para a tecnologia de wavefront era a imagem retiniana. Este dispositivo desenvolvido, denominado retinomógrafo, foi apresentado, em 1982, na reunião da Associação para Pesquisa da Visão e da Oftalmologia (ARVO), nos Estados Unidos.

Para sua informação:
  • Josef F. Bille, Ph.D., pode ser contatado no Instituto de Física da Universidade de Heidelberg, em Neuenheimer Feld 227 D—69120, Heidelberg, Alemanha; tel.: + (49) 6221-549839; e-mail: josef.bille@urz.uni-heidelberg.de.